Gasly revela ter sofrido golpe em tentativa de patrocínio em Uganda: “Voltei sem dinheiro”

Pierre Gasly contou que teve de tirar dinheiro do bolso para viajar até a África e se encontrar com um potencial patrocinador. Na verdade, o encontro jamais aconteceu

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Em esporte de cifras cada vez mais altas como é o automobilismo, patrocínios são fundamentais para o sustento de uma carreira, ainda mais para quem almeja um dia chegar à F1. Há quem tenha a sorte de contar com um pai bilionário que banque ou até mesmo compre uma equipe, mas a maioria esmagadora enfrenta uma jornada de muita luta para chegar ao Olimpo do esporte a motor. No caso de Pierre Gasly, esse caminho teve até mesmo um golpe com uma tentativa de encontro com um patrocinador que jamais apareceu.

Em 2015, Gasly já fazia parte do Red Bull Junior Team, o conhecido programa de desenvolvimento de pilotos da empresa dos energéticos. Com 18 anos à época, o francês fez sua primeira temporada na antiga GP2 — hoje, Fórmula 2 — pela equipe DAMS e terminou em oitavo no campeonato. Para a temporada seguinte, apareceu a chance de correr pela equipe italiana Prema, que estreou na categoria de acesso no ano seguinte.

Mas para correr pela Prema — equipe que se tornou uma potência nas categorias de base desde então —, Pierre precisaria de mais patrocínio para fechar o orçamento e garantir uma vaga, uma vez que a Red Bull bancaria apenas parte deste valor. Foi quando apareceu a chance de se reunir com um patrocinador em potencial em Uganda, país localizado no leste da África e que faz fronteira com o Quênia, Sudão do Sul e a República Democrática do Congo.

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Pierre Gasly sofreu até golpe na tentativa de encontrar patrocínio nos tempos de GP2. No fim das contas, deu tudo certo (Foto: Red Bull Content Pool)

Gasly revelou, em entrevista veiculada pelo site holandês RacingNews365, os perrengues enfrentados ao longo de uma viagem ao lado da mãe.

“Tive de encontrar alguns patrocinadores e fiz uma viagem a Uganda. Deveria encontrar um cara que queria me patrocinar. Eu precisava do orçamento para competir com a Prema. Foi durante a eleição presidencial, então havia um alto risco de rebelião no país”, contou o piloto sobre a nação marcada pela instabilidade política e uma guerra civil que matou milhares de pessoas.

Pierre lembrou o que o movia ao viajar para o desconhecido naquele fim de 2015. “Quero correr com a Prema, preciso buscar dinheiro, estou indo para lá… Tinha talvez uns 19 anos naquela época”.

“Num espaço de 24 horas, decidimos pegar as passagens, passar 12 horas lá, conhecer um cara desconhecido, que infelizmente não conheci, porque ele nunca apareceu, e eu jamais consegui o dinheiro”, lamentou.

De bolsos vazios, Gasly voltou para casa ao menos com uma experiência que marcou sua vida toda. “Devo dizer que foi uma verdadeira aventura porque, do início ao fim, nada correu como o esperado. Fui com a minha mãe para lá e pensamos que nunca mais voltaríamos para a Europa”.

“Vimos a pobreza e as condições em que as pessoas lá vivem. Passamos por algumas favelas, e isso faz você perceber como é em alguns lugares do mundo e como a pobreza afeta a vida dessas pessoas. Voltei sem dinheiro. Na verdade, perdi dinheiro com as passagens, mas foi uma boa lição de vida”, complementou.

No fim das contas, acabou dando tudo certo para Gasly, que encontrou o patrocínio para garantir um lugar na Prema. Pela equipe liderada por Angelo Rosin, o francês foi campeão da antiga GP2 em 2016 ao conquistar quatro vitórias, um total de nove pódios e marcou cinco poles. No ano seguinte, 2017, Pierre estreou pela Toro Rosso, equipe B da Red Bull e que hoje se chama AlphaTauri.

Um dos grandes destaques da Fórmula 1 na temporada 2021, Gasly já tem uma vitória no currículo, obtida no GP da Itália de 2020, e um total de três pódios conquistados — GP do Brasil de 2019, GP da Itália de 2020 e GP do Azerbaijão de 2021. O piloto seguirá ostentando o #10 no carro da AlphaTauri em 2022.

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