Piloto que deu lugar a Schumacher há 24 anos, Gachot patrocina ‘atual Jordan’ com seu energético

Bertrand Gachot era piloto da Jordan em 1991 quando foi preso após uma briga com um taxista. O belga não conseguiu voltar à equipe, nunca mais teve destaque na F1 e resolveu ser empresário. Nesta quinta (12), anunciou um acordo de patrocínio de seu energético, o Hype, com a Force India. Justamente a sucessora da Jordan

Foi em 1991 que Bertrand Gachot se viu com a maior chance da carreira na F1. Piloto talentoso, o belga ganhou a chance de dar um salto na carreira ao topar entrar no sonho de Eddie Jordan e sua nova equipe. Aquele carro verde patrocinado pela 7-Up e que tinha já falecido Andrea de Cesaris no outro lado deu o que falar naquela temporada. Sofreu no início com a falta de confiabilidade, mas o 191 tinha lá seu valor.

Gachot começou a andar regularmente na zona de pontos — que até então premiava os seis primeiros colocados. O piloto chegou em quinto no GP do Canadá e obteve dois sextos lugares. Na Hungria, fez a volta mais rápida. E quando se preparava para disputar seu GP, eis que apareceu um mandado de prisão. Gachot havia tido uma briga com um taxista e espirrou nele um gás. Foi parar no xilindró por dois meses.

A Jordan teve de procurar um substituto às pressas. O visionário Eddie, também por força do dinheiro que levaria da Mercedes, escolheu um tal Michael Schumacher. O resto é história.

Bertrand Gachot com a Jordan em 1991 (Foto: Getty Images)

Bem, Gachot tentou voltar à Jordan no GP do Japão, mas foi impedido. Até correu pela Larrousse aquela prova, mas nunca mais teve uma nova oportunidade. Aí resolveu largar a carreira e se concentrou em negócios que lhe permitissem estar envolvido com a própria F1 e o automobilismo em geral.

A Jordan sobreviveu até 2005 aos trancos e barrancos. No meio da temporada, Eddie encontrou uma interessada, a Midland, que comprou a escuderia, manteve o nome até o fim do ano e deu fim à gloriosa esquadra. Com o passar do tempo, a Midland virou MF1 e Spyker. Aí em 2008, Vijay Mallya apareceu com um caminhão de dinheiro da Índia para dar vida à primeira equipe daquele país. Nascia, pois, a Force India.

A Force India teve lá seus melhores momentos, mas ultimamente vive na mesma situação que a Jordan em seus últimos dias: na busca incessante por grana. Recebeu recentemente um adiantamento da receita da F1 depois de reclamar da má divisão dos lucros. Seu carro foi o que mais atrasou dentre aqueles que treinaram na pré-temporada, só aparecendo na última semana em Barcelona. Mal ou bem, estão na Austrália para a abertura do campeonato.

Nico Hülkenberg com a Force India, ex-Jordan (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)

Mas hoje, a equipe soltou um comunicado anunciando um novo patrocinador, o energético Hype Energy. Seu proprietário? Bertrand Gachot.

"Estou muito orgulhoso e ansioso com essa parceria. E mais orgulhoso ainda por a Hype patrocinar a equipe onde eu corri há mais de 20 anos", declarou o belga. "Eu adorei trabalhar com os membros desta equipe e quero muito encontrar todos novamente", completou.

Jordan é hoje comentarista da BBC. Ele e o empresário Gachot vão se reeencontrar nos paddocks da vida 24 anos depois.

QUEM É QUEM

Na terceira parte do Guia F1 2015, o GRANDE PRÊMIO faz um raio-X de cada uma das dez equipes do grid para o Mundial que começa neste fim de semana na Austrália, na pista de Melbourne, e que marca a 66ª temporada da história da F1.

O especial também traz as fichas completas dos 22 (!!!) pilotos que vão disputar o título mundial nas 19 ou 20 corridas previstas pelo calendário deste ano. 

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