Pirelli prepara novos pneus para 2024 e critica equipes da F1 que “sempre reclamam”

Mario Isola, chefe da Pirelli, explicou que a fabricante planeja novos pneus para 2024, quando a Fórmula 1 vai abolir os cobertores elétricos, e reclamou das exigências das equipes para a realização de testes

A Pirelli já está se movimentando para implementar pneus completamente novos em 2024, quando os cobertores elétricos que aquecem os pneus atualmente serão completamente banidos da Fórmula 1. A categoria vem reduzindo as temperaturas que os times podem utilizar, além do número de cobertores, já que entende que este é um recurso dispensável.

“Se você quer correr sem cobertores elétricos, precisa projetar um pneu completamente novo”, explicou Mario Isola, chefe da Pirelli. “Não é suficiente simplesmente construir novos compostos com uma faixa de trabalho maior. Os carros de Fórmula 1 são tão rápidos e geram forças tão grandes que as pressões aumentam de dez a doze PSI durante as provas. Isso muda todo o perfil e a área de contato do pneu”, disse o dirigente italiano.

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A Fórmula 2 já não tem o artifício dos cobertores elétricos há algum tempo. Contudo, a diferença de desempenho entre os carros e de pressão utilizada nos pneus não dá informações suficientes para a Pirelli utilizar para a categoria principal. Isola também explica que os cobertores estão tendo sua utilização reduzida ano após ano para evitar erros e garantir que tudo funcione corretamente.

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Pirelli não consegue traduzir dados dos pneus da F2 para os da F1 (Foto: Reprodução/F2)

“O aumento de pressão é duas vezes maior do que na Fórmula 2. Por causa das altas cargas, nós simplesmente não podemos começar com 15 PSI na Fórmula 1. Os pilotos teriam que maneirar no início do stint e aumentar a temperatura dos pneus lentamente. Claro, isso não funciona na corrida. Portanto, tem que começar em 20 ou 21 PSI. A pressão então sobe rapidamente para mais de 30 PSI”, ressaltou Mario.

“No ano que vem, as temperaturas dos cobertores elétricos continuarão caindo – para apenas 50°C na frente e atrás. Isso também aumenta as diferenças de pressão dentro dos stints. Nós deliberadamente apenas damos passos pequenos para que nada dê errado e prejudique o espetáculo. Neste ano, os pneus estão funcionando muito bem. Esse deve continuar sendo o caso assim que abolirmos totalmente os cobertores elétricos”, afirmou o chefe da Pirelli.

A Pirelli tem tido dificuldades em 2022 de agendar testes com as equipes devido ao calendário apertado. No próximo ano, alguns testes de 30 minutos serão realizados após o segundo treino livre em determinadas provas. Isola ressalta o embate que tem sido com os times para conseguir realizar os testes, mas relembra que os pneus precisam ser testados sob condições variadas e funcionar para todos os dez carros do grid.

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Mario Isola, Pirelli, Fórmula 1
Mario Isola criticou as equipes ‘reclamonas’ da Fórmula 1 (Foto: Pirelli)

“Nós precisamos de carros da atual geração. Nós temos que ir para pistas diferentes nas quais os pneus são submetidos a cargas diferentes, e precisamos de testes em condições diferentes. A ideia de usar o TL2 para testes é realmente muito boa. As equipes não precisam viajar para uma pista ou ficar mais tempo depois de um fim de semana de corrida”, analisou Mario.

“Mas assim que você tem uma nova boa ideia, as equipes encontram problemas. Eles reclamam que precisam usar os mesmos carros e os mesmos motores pelo resto do fim de semana. A quilometragem rapidamente se torna um problema”, lamentou o chefe da Pirelli.

“Os carros mais rápidos forçam mais os pneus. Temos que garantir que o processo de aquecimento também funcione com os carros mais lentos e que os pneus das equipes rápidas não superaqueçam. É importante encontrar um bom equilíbrio para que os pneus funcionem para todos os dez carros, todos os 20 pilotos e em todas as pistas. Não vai ser tão fácil”, concluiu Isola.

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