Por acidente de Bianchi no Japão, Ecclestone e promotores já cogitam alterar horário do GP da Malásia de 2015
Por conta do acidente com Jules Bianchi em Suzuka no ano passado, Bernie Ecclestone estuda, junto com os promotores, alterar em uma hora o momento da largada do GP da Malásia, a segunda etapa da temporada 2015 da F1
A edição 2015 do GP da Malásia pode começar mais cedo por medida de precaução, depois do acidente com Jules Bianchi, durante a etapa do Japão em outubro passado. A possível mudança foi confirmada pelo chefe do autódromo em Sepang, Razlan Razali, nesta quarta-feira (14). A prova é a segunda do calendário.
Em Londres, o dirigente malaio se reuniu com Bernie Ecclestone, o homem forte da F1, para discutir a renovação de contrato com a prova. Durante a conversa, ambos estudaram a possibilidade de alterar em uma hora o momento largada, movendo de 16h para as 15h (locais).
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Isso significa que a corrida terá menos chances de ser comprometida pelas chuvas tropicais, bastante típicas naquela região, e que já marcaram alguns GPs recentes, incluindo em 2009, quando a etapa precisou ser encurtada e apenas a metade dos pontos foi distribuída.
Em 2014, na parte final da corrida em Suzuka, uma forte chuva atingiu a pista, reduzindo também a luminosidade. Na volta 43 da prova japonesa, Bianchi perdeu o controle do carro na curva 7 devido a aquaplanagem e, depois de escapar do traçado, acabou se chocando contra um trator que fazia a retirada da Sauber de Adrian Sutil, que saíra no mesmo ponto, mas na volta anterior. A pancada foi violenta.
Pouco mais de três meses depois, Bianchi continua em estado grave devido à lesão axonal difusa provocada pelo impacto com o trator. Ele foi transferido no fim do mês passado para um hospital em Nice, onde sua família vive, e não está mais em coma. Porém o francês não recobrou a consciência.
"Ecclestone mencionou essa mudança porque, em virtude do acidente em Suzuka, a FIA estabeleceu alguns limites de horário. Então, ele está estudando alterar o horário talvez já para esse ano. Para nós, é bom. É um horário seguro, porque as pessoas podem vir para o almoço, assistir a corrida e voltar para casa lá pelas 17h", explicou Razali em entrevista à agência 'Reuters'.
"Ele mencionou a possibilidade de um início mais cedo. Nós dissemos que, se ele quiser voltar ao horário das 15h, vamos apoiar plenamente", completou.
O malaio também contou que houve uma conversa para fazer da etapa da Malásia uma corrida noturna, como já acontece com país vizinho, Cingapura, mas Razali rejeitou a ideia. "É muito perigoso fazer isso agora. No passado, Bernie tentou, mas agora acho que é a primeira vez que ele realmente ouviu o que nos, como promotores, queremos."
"No momento, não queremos isso. Cada circuito tem sua própria identidade, é um perigo tentar copiar outra etapa", acrescentou o dirigente, reconhecendo que Cingapura fez um "trabalho excelente" e que promoveu "resultados econômicos positivos".
Por fim, sobre a renovação do acordo, Razali disse que a conversa foi muito positiva e que tem certeza de que a corrida do próximo dia 29 de março não será a última. Entretanto, o malaio afirmou que a F1 precisa "fazer um pouco mais" para assegurar mais espectadores e ainda comparou com a MotoGP, que sempre atrai "muito mais público ao circuito".
Apesar da ressalva e na contramão de outros promotores, o dirigente revelou que o som dos motores V6 agradou muito boa parte do público. "Nós estávamos preocupados com isso depois da repercussão na Austrália. Estamos realmente preocupados. Então, quando finalmente a F1 veio para a Malásia, eu não gostei. Era simplesmente silencioso demais", disse.
"Mas eu notei que, nas arquibancadas, as famílias com crianças estavam de fato gostando. Acho que isso vai acabar atraindo uma nova geração de fãs. E é tudo que todos nós queremos", encerrou.