Por que chefe se opôs a acordo entre Newey e Ferrari para temporada 2025 da Fórmula 1
De acordo com a revista italiana Autosprint, Adrian Newey pediu à Ferrari poder de decisão e veto nas contratações de engenheiros, o que não agradou nada ao chefe, Frédéric Vasseur
Enquanto o anúncio da ida de Adrian Newey para a Aston Martin parece ser questão de tempo, mais detalhes a respeito das negociações frustradas entre o projetista e a Ferrari surgem. E de acordo com a imprensa italiana, o grande responsável pelo entrave foi o chefe da equipe de Maranello, Frédéric Vasseur.
A revista Autosprint desta semana publicou que Newey apenas aguarda questões contratuais com a Red Bull, casa que defendeu nos últimos 19 anos, para ser anunciado pela equipe capitaneada por Lawrence Stroll. Tal movimento é surpreendente, uma vez que era a Ferrari quem surgia forte para ter o ‘Mago da Aerodinâmica’.
Só que a publicação também divulgou o que seria a verdadeira razão do insucesso da quarta tentativa do Cavallino Rampante para finalmente contar com Newey no seu corpo técnico. As conversas entre ele e Piero Ferrari, o vice-presidente, sempre existiram, porém ganharam corpo no GP da Itália do ano passado, mas até então, vê-lo fora da Red Bull era algo impensável.
Só que o abalo na estrutura do time austríaco após o Caso Horner ficou mais evidente após a confirmação de que o casamento entre Newey e Red Bull, de fato, chegaria ao fim. E não demorou para as rivais se lançarem na disputa para tê-lo.
A Ferrari, claro, foi uma delas, e a presença de Lewis Hamilton em 2025 aumentou ainda mais a vantagem dos italianos na queda de braço. Piero, então, pediu ao britânico de 65 anos na ocasião do GP de Miami, em maio, que apresentasse um relatório com todas as condições para aceitar a oferta. Salário, aliás, não seria problema, segundo a Autosprint, com a Ferrari disposta a fazer “tudo o que fosse preciso”.
Mas o pedido de Newey para ter poder nas tomadas de decisões nas contratações de novos engenheiros, atribuição de funções e aceitação de parcerias técnicas, com direito a poder de veto, não agradou nada Vasseur, já que se trata de competências do chefe de equipe. A partir daí, o caminho ficou livre para a Aston Martin avançar nas tratativas.
Aos 65 anos, Newey é considerado por muitos como um dos melhores engenheiros projetistas da história da Fórmula 1. Logo após se formar na Inglaterra em 1980, Adrian teve o primeiro contato com esporte por meio da equipe idealizada pelos irmãos Fittipaldi na Fórmula 1, que teve no corpo técnico nomes de peso como o brasileiro Ricardo Divila e o britânico Harvey Postlethwaite. Mais tarde, em 1988, liderou um projeto mais competitivo na modesta equipe March, acompanhando a transição do time para Leyton House. Em 1991, se transferiu para a Williams, onde começou a ter a fama reconhecida pelos projetos que foram campeões mundiais em 1992, 1993 e 1996. Foi também pela esquadra de Grove onde passou pelo pior momento da carreira, com a morte de Ayrton Senna.
Em 1997, se transferiu para a McLaren, onde ajudou o time a quebrar um jejum de vitórias que durava há 4 anos. Na temporada seguinte, em 1998, viu Mika Häkkinen levantar o primeiro título mundial da carreira, feito que se repetiu em 1999. Depois de uma tentativa frustrada de saída para a Jaguar em 2001, Newey desembarcaria em Milton Keynes em 2006. Agora, a equipe já era Red Bull e trouxe o projetista a preço de ouro. Com ele, veio o tetracampeonato de Sebastian Vettel entre 2010 e 2013, além da atual sequência de títulos de Max Verstappen, entre 2021 e 2023.
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