Por que recapeamento de Monza vai dar dor de cabeça para Mercedes no GP da Itália

A previsão do tempo indica temperaturas acima dos 30°C em Monza, neste fim de semana. Com o asfalto recapeado, a tendência é que os pneus sofram mais com superaquecimento — questão que já trouxe contratempos para a Mercedes em 2024

Depois de um fim de semana bastante oscilante nos Países Baixos, a Mercedes terá mais um desafio pela frente em Monza, que recebe o GP da Itália, e isso porque a previsão aponta para temperaturas altas. Para completar, a pista passou por recente recapeamento, combinação que já deu dores de cabeça a Lewis Hamilton e George Russell na temporada 2024 da Fórmula 1.

O novo asfalto não foi a única mudança pela qual Monza passou para receber a etapa deste fim de semana. Houve também melhorias no túnel de acesso, além da infraestrutura do autódromo. Porém, a Pirelli constatou após inspeção que a atual superfície retém mais calor do que a antiga, algo que impacta diretamente no comportamento dos pneus.

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“Como geralmente acontece em asfalto recém-colocado, a superfície é mais lisa do que a anterior e mais escura. Este último fato impacta na temperatura da pista, que pode ser mais quente do que no ano passado se estiver sol a pino, chegando a atingir máximas de mais de 50°C”, explicou a fornecedora.

“Em teoria, a nova superfície deve oferecer mais aderência, influenciando no desempenho dos pneus e na janela operacional de temperatura”, salientou.

Mercedes sofreu com o ritmo em Zandvoort (Foto: AFP)

E a expectativa é que o cenário se confirme, já que a previsão do tempo indica temperaturas em torno dos 30°C durante as atividades. O superaquecimento da borracha, portanto, será um fator a mais de preocupação, sobretudo para a Mercedes, já que o W15 costuma ser mais suscetível à questão em pistas muito quentes.

O retrospecto ratifica tal cenário: na Espanha, na Áustria e na Hungria, com temperaturas mais altas, a Mercedes enfrentou mais dificuldades com os pneus do que em locais onde o clima esteve mais frio, como Canadá e Inglaterra.

“Acho que em pistas como Silverstone, tivemos uma traseira muito estável. Na Áustria e em Budapeste, faltou estabilidade”, disse o diretor de engenharia de pista, Andrew Shovlin, antes das férias. “Isso se deveu ao fato de que os nossos pneus pareciam superaquecer mais do que outros.”

“Sabemos que precisamos trabalhar nessa área. Temos planos para isso, mas esse não é o tipo de problema que se pode resolver com uma única atualização aerodinâmica. Será o resultado de vários desenvolvimentos até que seja resolvido”, concluiu.

A Mercedes já soma três vitórias na temporada 2024 da Fórmula 1 e ocupa, no momento, a quarta colocação no Mundial de Construtores, com 276 pontos — 6 a menos que a Ferrari, logo à frente.

Fórmula 1 volta neste fim de semana, entre os dias 30 de agosto a 1º de setembro, com o GP da Itália, direto de Monza.

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