Quem está mais forte para a F1 2016 após o encerramento da pré-temporada?

Oito dias de testes, uma semana de intervalo, e as equipes já estão desempacotando em Melbourne seus equipamentos para a primeira etapa da temporada 2016. É muito pouco tempo para se preparar e, especialmente, para se tirar conclusões (a não ser falar que a Mercedes está à frente de todos, o que nem chega a ser uma conclusão, mas, sim, repetir o óbvio).

Se a mentira é comum no paddock da F1, essa é a época do ano em que mais se mente — ou que mais se fala sem saber se realmente é verdade.

A McLaren pode afirmar que o motor melhorou em termos de confiabilidade e performance, mas não teve tempo suficiente para convencer ninguém disso. Discursos da McLaren, aliás, não têm grande credibilidade nos últimos tempos. Ou a Williams crer que está melhor em curvas de baixa velocidade. Pode até ser, mas essa evolução será o bastante para competir em pistas como Mônaco ou Hungaroring

Tem ainda o caso da Force India, que marcou bons tempos e teve boa confiabilidade. Sonha em disputar a terceira posição do Mundial de Construtores com Williams e Red Bull, mas, até lá, o caminho é longo. E a Manor, que só de colocar o motor Mercedes foi segundos mais rápida, porém segue na rabeira do grid.

 

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É por tudo isso que montar este Power Ranking #0 aqui no GRANDE PREMIUM é provavelmente a tarefa mais difícil do ano.

 

Antes, claro, cabe uma apresentação do que vai ser este Power Ranking. A proposta é estabelecer uma divisão de forças entre as equipes da categoria ao longo do campeonato com um conceito que se tornou popular nos esportes americanos. Ao longo da temporada, entre cada uma das etapas, analisarei o desempenho de cada time nas últimas provas e também as características do circuito do GP seguinte. Isso nos dará os melhores times do momento.

Power Ranking, portanto, não será baseado na classificação do Mundial de Construtores, embora ela seja considerada. O ano de 2015 da Force India é um bom exemplo disso. Ainda com o carro de 2014 no primeiro semestre, os resultados não chamaram tanto a atenção, mas Sergio Pérez e Nico Hülkenberg andaram no top-10 com frequência bem maior após a introdução do novo carro em Silverstone, à frente de times que tinham mais pontos àquela altura. Ocasionalmente, após o GP de Abu Dhabi, a escuderia fechou na quinta posição pela primeira vez em sua história.

Podemos lembrar também da Williams, que certamente não apareceria na terceira colocação do Power Ranking antes do GP da Hungria, afinal de contas, Felipe Massa e Valtteri Bottas passaram longe dos pontos no GP de Mônaco, prova realizada em um traçado com características semelhantes.

Então, leitor, entenda este #0 como uma análise do trabalho de cada equipe na pré-temporada da F1 em Barcelona. Algumas mudanças importantes são levadas em conta, como a Lotus/Renault mudando para uma unidade de potência mais fraca, ou o fato de a Haas ter a versão atual do motor Ferrari, diferentemente das outras clientes da escuderia italiana. Mas, claro, a avaliação não é definitiva — e melhor que não seja, pois quem não gostaria de ser surpreendido no GP da Austrália?

MERCEDES

Mundial de Construtores em 2015: campeã

 

Essa é, sem dúvida alguma, a posição mais fácil para preenchermos neste Power Ranking. Lewis Hamilton e Nico Rosberg deram 1294 voltas em Barcelona. Ou, para deixar mais claro, o equivalente a aproximadamente 20 GPs. Isso em apenas oito dias. Era tanto tempo no carro que o time passou a escalar os dois pilotos no mesmo dia, tamanho o cansaço deles ao final das sessões.

Portanto, a Mercedes continua rompendo barreiras com a sua confiabilidade e, obviamente, não temos motivos para duvidar de que este carro será capaz de dominar a temporada da F1. Eles sequer usaram os pneus supermacios e ultramacios durante a pré-temporada. Ainda assim, a melhor volta de Rosberg, com os macios, foi só 0s3 mais lenta que a de Kimi Räikkönen com os ultramacios. Claro, o circuito da Catalunha não é ideal para os dois compostos mais moles, e não se sabe qual é a carga de combustível, mas tudo leva a crer que as Flechas de Prata continuam à frente. O ritmo de corrida com os pneus médios também foi melhor.
(Nico Rosberg (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

FERRARI

Mundial de Construtores em 2015: vice-campeã

 

O olhar mais atento para os tempos, no entanto, indica que a Ferrari pode ameaçar um pouco mais do que em 2015. Ok, acabei de mencionar como a diferença entre os melhores tempos da Mercedes e da Ferrari parece favorável aos alemães, porém, com os macios, os dois times andaram na casa de 1min23s0.

A Ferrari teve alguns problemas de confiabilidade nos testes, mas conseguiu, no final das contas, acumular uma boa quilometragem. Outro ponto para se prestar atenção: o time enfim voltou a usar uma suspensão dianteira push-rod, como as demais equipes. Quando Sebastian Vettel foi contratado no ano passado, houve quem duvidou que ele conseguiria ter um bom desempenho porque, assim como Kimi Räikkönen, não se adaptaria à suspensão pull-rod. Eles foram bem, mas estão mais confortáveis com o carro para este início de temporada, e o próprio finlandês disse gostar bem mais da frente da SF16-H.
(Kimi Räikkönen (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

WILLIAMS

Mundial de Construtores em 2015: 3ª colocada

 

Andando mais discretamente nos testes, a Williams parece mais contente do que na temporada passada. Com os pneus macios, Felipe Massa ficou a apenas 0s2 de Räikkönen e Rosberg, e se mostrou um tanto animado.

De novo, o discurso é de cobrança: é preciso vencer. No ano passado, esse não era só o objetivo, mas a expectativa, e o time não foi capaz. Conseguirá em 2016? É tão difícil quanto.

Mas a eficiência do trabalho merece ser destacada. Às vezes, podia até ficar a impressão de que a Williams estava andando pouco, mas a equipe acumulou a terceira maior quilometragem dos testes, ficando à frente da Ferrari, inclusive. É de se esperar que, em Melbourne, seja a terceira força do grid.
(Felipe Massa (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

FORCE INDIA

Mundial de Construtores em 2015: 5ª colocada

 

Até aqui, foi fácil. A partir de agora é que as decisões deste Power Ranking começam a ficar mais difíceis, e acredito que a Force India começa a temporada melhor que a Red Bull.

Os problemas que Vijay Mallya enfrenta fora dos autódromos e o fato de a Force India ter construído, basicamente, dois carros para três anos, deixam dúvidas quanto ao potencial da equipe para todo o campeonato. Mas há motivos para crer que Sergio Pérez e Nico Hülkenberg vão largar bem em 2016.

Na segunda metade do ano passado, por exemplo, o time já somou mais pontos que a Red Bull, 97 a 91, sendo que a Williams marcou 106 no mesmo período. E o trabalho na pré-temporada animou. Os tempos de volta foram bons em um inverno não muito tumultuado na fábrica. Com um chassi atualizado e um motor Mercedes melhor, dá para esperar a Force India à frente da Red Bull na Austrália.
(Nico Hülkenberg (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

RED BULL

Mundial de Construtores em 2015: 4ª colocada

 

A Red Bull vem na quinta posição, mas não é por muito. Falarei mais disso quando chegarmos à Toro Rosso.

O que a Mercedes fez nesta pré-temporada em termos de operação talvez coloque, enfim, os prateados no posto de melhor equipe do grid. Equipe, lembrando, é diferente de carro. A Red Bull pode não ter mais o melhor carro, ou um dos três melhores, mas têm uma equipe técnica capacitadíssima, e é por isso que não podemos duvidar dela. Há dois anos, esperávamos vê-la no fim do grid, e ainda assim Daniel Ricciardo fez uma apresentação de gala no GP da Austrália.

Para 2016, o problema passa pelo inverno complicado, com a incerteza com relação aos motores e o rompimento com a Renault. O chassi é bom, o problema é que a Renault andou pouco nos últimos meses com relação aos motores. Se a confiabilidade melhorar, já será de grande valia, só que a performance também deve deixar a desejar. O talento de Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat precisará fazer a diferença.
(Daniil Kvyat (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

TORO ROSSO

Mundial de Construtores em 2015: 7ª colocada

 

Pensei em pôr a Toro Rosso à frente da Red Bull. Ainda não é o caso, mas os argumentos seriam bons: o chassi projetado por James Key é bem bom e o motor Ferrari de 2015 ainda vai ser melhor que o Renault de 2016.

O que custou muito ao time no ano passado foi a confiabilidade, especialmente com Carlos Sainz. O fato de que a STR foi a segunda em termos de quilometragem nos testes não quer dizer muito: no ano passado, também foi, e ainda assim o carro quebrou bastante ao longo do ano.

Se o pacote for um pouco mais confiável, a chance de Sainz e Verstappen andarem à frente da 'matriz' é boa.
(Max Verstappen (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

RENAULT

Mundial de Construtores em 2015: 6ª colocada

 

Da Toro Rosso para a Renault, é bem capaz que exista um pequeno hiato no começo da temporada. A demora para se definir o futuro da equipe de Enstone complica demais a vida. O motor não melhorou muito e o chassi não vai ser bom como o da Red Bull. Depois de toda a guerra do ano passado, andar atrás dos rubro-taurinos não ajudará no marketing dos franceses.

Fora isso, é a segunda mudança de unidade de potência em dois anos. Para 2015, foram trocados os propulsores da Renault pelos da Mercedes, e agora há a volta para os da Renault. É algo que atrapalha o desenvolvimento de qualquer carro.

Mas é um projeto para três anos. A questão será observar o crescimento ao longo dos próximos meses.
(Kevin Magnussen (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

SAUBER

Mundial de Construtores em 2015: 8ª colocada

 

O C35 andou só na segunda semana de testes, o que deixa algumas dúvidas. Claro que Melbourne pode ter outra corrida como a do ano passado e ver Felipe Nasr de novo chegando no top-5, mas o fato é que este é o carro com a menor quilometragem da pré-temporada.

A tendência é que a briga com a McLaren continue. Em ritmo de corrida e de classificação, os tempos foram próximos. Resta saber se será possível alcançar também a Renault.

Já há dúvidas, contudo, com relação ao progresso ao longo do ano. O diretor-técnico Mark Smith, contratado no ano passado, anunciou sua saída para voltar à Inglaterra para lidar com problemas familiares, e houve problemas financeiros novamente durante o inverno. A oitava colocação em 2015 foi garantida muito graças a um começo acima das expectativas, e repetir seria bom demais para o time de Hinwil.
(Felipe Nasr (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

MCLAREN

Mundial de Construtores em 2015: 9ª colocada

 

O motor Honda teve alguns grandes problemas no ano passado: potência, a liberação da potência e a confiabilidade. Até o momento, não há elementos para crer que a melhora foi significativa. A potência melhorou, especialmente nos sistemas de recuperação de energia, porém, se isso representar andar no nível da Renault será muito. A confiabilidade, só com o tempo para saber.

Com relação ao segundo item, os pilotos pareceram mais contentes. É algo que atrapalhava o aproveitamento do chassi no ano passado. O ponto forte deveria ser nas curvas, mas até isso era prejudicado. De qualquer forma, há dúvidas ainda com relação ao chassi. Ele é bom, mas apresentou problemas nos últimos dias de testes, algo que a McLaren procurou justificar dizendo que o novo pacote aerodinâmico ainda não está pronto.

Agora, diante de tudo que ouvimos da McLaren nos últimos 15 meses, dá para confiar que a melhora realmente vai acontecer?
(Fernando Alonso (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

HAAS

Mundial de Construtores em 2015: não disputou

 

Prestem atenção em uma coisa a respeito da Haas: ela tem o motor de 2016 da Ferrari, enquanto Sauber e Toro Rosso andam com o de 2015. 

Por que ela vem aqui atrás neste primeiro Power Ranking? A operação ainda deixa a desejar. É um time completamente novo e que, como disse Gene Haas, subestimou um pouco os desafios da F1. Fazer uma equipe funcionar no Mundial é algo extremamente difícil. Por mais que a Haas tenha dado passos certos, também apanha bastante. Na segunda semana de testes, foi a que menos andou. Não há como saber qual será o real comportamento do carro em uma situação real de GP.

Se conseguir acertar essas arestas e fazer o carro andar sem maiores problemas, tem tudo para brigar por pontos.
(Romain Grosjean (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

MANOR

Mundial de Construtores em 2015: última colocada

 

Nem mesmo os motores Mercedes fazem a Manor chamar a atenção. A melhora em relação a 2015 é impressionante, mas ainda assim os tempos são os piores do grid.

A equipe tem dois novatos. Pascal Wehrlein é bom, campeão do DTM e com experiência guiando carros de F1 da Force India e da Mercedes, mas não tem experiência o bastante para conduzir o desenvolvimento do time. Tem é talento para conseguir um brilhareco aqui e ali, mostrar a que veio.

Por outro lado, Rio Haryanto contribui mesmo é com o fator financeiro. Fez pouco na GP2 e menos ainda nos testes.

O que o motor Mercedes faz é deixar o time sonhar com uma eventual volta aos pontos. Isso só aconteceu em Mônaco, em 2014, com Jules Bianchi.
(Rio Haryanto (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

Na seção 'Por Fora dos Boxes', Renan do Couto publica às terças e sextas-feiras opiniões, análises, reportagens e outros conteúdos especiais a respeito do Mundial de F1 e das demais categorias do automobilismo mundial. Renan também é narrador dos canais ESPN e ganhou, em 2015, o Prêmio ACEESP de melhor reportagem de automobilismo com o Grande Prêmio.

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