O fim de semana do GP da Hungria é aguardado com expectativa pela Renault. A montadora espera que a etapa em Budapeste, a décima da temporada 2015 do Mundial de F1, represente o início de novos tempos em relação a um salto de qualidade do desempenho dos motores fornecidos às equipes Red Bull e Toro Rosso. Mas o futuro, principalmente, será a grande pauta dos próximos dias.
De acordo com o site norte-americano ‘Motorsport.com’, a Renault tem avaliado algumas opções sobre a F1. Não está descartada nem menos uma possível saída da montadora, frustrada pela falta de bons resultados em 2015 e sobre o quanto isso pode ter efeitos sobre a marca. Mas, por outro lado, o principal foco está em ampliar sua participação no esporte adquirindo a Lotus para voltar ao grid como equipe já no ano que vem.
As reuniões da Renault com a cúpula do time de Enstone e seus respectivos acionistas estão em estágio avançado, e a montadora trabalha agora para acertar os últimos detalhes antes de buscar um pacote financeiro que faça com que a operação tenha sentido, quando o projeto será apresentado a Carlos Ghosn, presidente da Renault, durante as férias de verão na Europa. A decisão sobre o futuro da marca na F1, muito aguardada por equipes como a Toro Rosso, deve ser tomada antes do fim do ano.
Quanto aos custos, a Renault pode ter um grande incentivo para voltar ao grid da F1. Bernie Ecclestone, chefe supremo da F1 e responsável por gerir os direitos comerciais da categoria, garantiu que, caso a montadora compre a vaga da Lotus e entre com força no esporte, como fizeram Mercedes e Red Bull, o status de equipe histórica será concedido à Renault.
Na prática, isso significa muito dinheiro. De tudo o que arrecada durante a temporada, a Formula One Management distribui 65% para todas as equipes da categoria, 50% de acordo com os resultados no campeonato, enquanto os outros 15% seriam um bônus para as tais equipes históricas. Hoje, Ferrari, Williams, Red Bull e Mercedes recebem o milionário benefício.
Cyril Abiteboul, diretor da Renault para a F1, deixou claro que há mesmo um plano para a montadora voltar à categoria. “Não temos a menor intenção em participar da F1 apenas para fazer número, como acontece hoje. Com toda a história que temos, queremos ter um time de ponta e lutar sempre por vitórias”, afirmou. “Qualquer compensação financeira pela nossa entrada na F1 vai ajudar. Sabemos que não é só dinheiro o que precisamos, mas dinheiro é bem importante. Então, um comentário como esse de Bernie nos anima”, complementou.
Outro caminho apontado pela publicação para reforçar as finanças da Renault numa possível volta ao grid está na contratação de pilotos pagantes, como é o caso de Pastor Maldonado, hoje na Lotus, e de Sergio Pérez, atualmente na Force India.
O que há de concreto é que, caso volte, a Renault terá seus carros estampados com as tradicionais cores da montadora, o amarelo e preto, como foi na temporada 2010, com os carros de Robert Kubica e Vitaly Petrov.