Retrospectiva 2019: Toro Rosso vive ano mágico com pódios improváveis

Nem o mais apaixonado torcedor da Toro Rosso esperava um 2019 tão bom. No ano de despedida do nome, já que vira Alpha Tauri em 2020, o time somou improváveis pódios com Pierre Gasly e Daniil Kvyat. A esperança é que a evolução continue, e a equipe bata na porta de Renault e McLaren

Talvez nem a Toro Rosso imaginasse que teria tanta relevância em 2019. Os anos anteriores, especialmente com as saídas de Max Verstappen e Carlos Sainz, foram bastante complicados. Para a temporada, uma dupla que até seis meses antes do início do ano era improvável: Daniil Kvyat recebeu uma segunda chance após ter sido chutado em 2017, e Alexander Albon, dispensado do programa da Red Bull ainda no automobilismo de base, recebeu o chamado quando já tinha contrato assinado para correr pela Nissan na Fórmula E. O resultado? Deu certo.
 
A primeira fase da temporada foi bem discreta para os taurinos, que viram Kvyat pontuar na Austrália e Albon ficar no top-10 no Bahrein e na China. Em Xangai, inclusive, foi o momento que o anglo-tailandês mostrou a que veio na Fórmula 1. Largou do pit-lane e foi ultrapassando vários até chegar ao 10º lugar. Performance reconhecida pelo público, que o elegeu como piloto do dia.
 
Os avanços aliados ao motor Honda tiveram outra resposta muito positiva em Mônaco. Os dois foram juntos ao Q3 pela primeira vez, e somaram bons pontos com o sétimo lugar de Kvyat e o oitavo de Albon. O russo somou pontos também no Canadá e na Inglaterra, justamente no pior período passado pela equipe na temporada, ficando bem atrás da concorrência na França e na Áustria.
Daniil Kvyat (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
As coisas mudaram da água para o vinho na Alemanha. O sábado foi fraco, dando a impressão de que o domingo seria ruim novamente, mas a chuva em Hockenheim mudou completamente o cenário da corrida. Albon fez grande exibição, chegou a ocupar o 3º lugar em determinados momentos, e terminou em sexto, mostrando ao mundo da F1 que merecia estar ali. Kvyat, chutado do time dois anos anos, terminou em um incrível terceiro lugar, o primeiro pódio do time de Faenza desde a vitória de Vettel, em 2008.
 
Após uma prova discreta na Hungria, veio a notícia bombástica que mudaria os rumos do time. Alexander Albon foi promovido para a Red Bull, e Pierre Gasly retornou. Existiam dúvidas se a motivação do francês seguiria a mesma após o duro golpe por conta da fracassada passagem pelo time de cima, mas a resposta veio de forma imediata: nono lugar na Bélgica, correndo um dia após a morte do amigo Anthoine Hubert. Na mesma corrida, Kvyat registrou um bom sétimo lugar.
 
Correndo em casa na Itália, o time tinha tudo para somar bons pontos, mas o azar apareceu. Gasly foi atrapalhado por Lance Stroll na parte inicial da corrida e fechou em 11º. Kvyat tinha tudo para repetir o sétimo lugar da Bélgica, mas o motor o deixou na mão. Uma rara falha mecânica do confiável equipamento da Honda.
O pódio do GP da Alemanha (Foto: AFP)
A partir disso, Gasly e Kvyat tomaram rumos diferentes ao longo da temporada. O francês passou a somar pontos de forma constante. 8º em Singapura, 7º no Japão e 8º no México. O russo se viu envolvido em acidentes e punições, conquistando apenas o 10º lugar em Suzuka como seu melhor resultado. O ápice da equipe, e especialmente de Gasly, veio a seguir.
 
O francês fez uma classificação incrível no Brasil, com o sexto lugar no grid. Na corrida, se manteve à frente do pelotão intermediário o tempo todo, e todo o esforço feito em seu retorno ao time foi recompensado naquelas voltas finais em Interlagos. Ele viu abandonos e acidentes na sua frente, e segurou Lewis Hamilton nos metros finais para conquistar um incrível segundo lugar.
 
O ano da Toro Rosso foi muito além do que se esperava. O retorno de Gasly foi um salto além do potencial que o time tinha, provando que mesmo com passagem ruim pela Red Bull, ainda é um dos pilotos mais talentosos da geração, e traz a esperança para o time, que vira AlphaTauri em 2020, brigue pelo quarto posto na próxima temporada, mas para isso, precisa de mais contribuição de Kvyat, que foi um fracasso na segunda metade do ano.
Max Verstappen e Pierre Gasly (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

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