Rosberg acorda e faz corrida de gala no Texas. Mas erra no fim e entrega vitória e tricampeonato a Hamilton

A TV aberta não exibiu aquela que foi, até agora, a melhor corrida da temporada 2015 da F1. Em um fim de semana em que aconteceu de quase tudo, os fãs da velocidade tiveram a chance de curtir um verdadeiro espetáculo na pista, com muitas ultrapassagens e sem chuva. Na pista, Nico Rosberg errou no momento crucial nas voltas finais, quando liderava, e entregou de bandeja a vitória para Lewis Hamilton, tricampeão mundial de F1

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Valeu a pena esperar! Há tempos a F1 não proporcionava uma corrida tão incrível quanto o GP dos Estados Unidos deste domingo (25), realizado depois de um fim de semana absolutamente atípico, marcado por fortes chuvas e com pouca ação na pista. Mas os fãs do esporte foram recompensados com um verdadeiro espetáculo protagonizado pelos pilotos, que mantiveram um ritmo eletrizante do início ao fim de uma prova que teve de tudo: pista úmida, estratégias distintas, entradas do safety-car e intervenções do safety-car virtual. Foi uma corrida e tanto! E não poderia ter uma forma melhor para definição do título de 2015.

Nico Rosberg acordou e fez uma grande corrida no Circuito das Américas, se colocando à frente de Lewis Hamilton e dando a entender que adiaria mesmo para o México a definição do título. Mas um erro nas voltas finais da corrida, quando estava com a vantagem controlada perante Lewis Hamilton, permitiu ao companheiro de equipe fazer a ultrapassagem, assumir o primeiro lugar e confirmar o que já era esperado há tempos: o britânico igualou lendas da F1 como Ayrton Senna, Jackie Stewart, Niki Lauda e Nelson Piquet e conquistou pela terceira vez o tricampeonato mundial, entrando de vez para o rol dos grandes do esporte.

O tri de Hamilton veio não somente com a vitória em Austin, mas também porque Rosberg conseguiu segurar Sebastian Vettel, que tanto o pressionou no fim da prova, mas não conseguiu a ultrapassagem e fechou em terceiro. Lewis vibrou, comemorou com a equipe e chorou muito enquanto retornava para os boxes. Era o choro do tricampeão do mundo.

O tri Lewis Hamilton recebe os cumprimentos do tetra Sebastian Vettel (Foto: Getty Images)

Max Verstappen, que fez uma corrida soberba no Texas, terminou em quarto, enquanto Sergio Pérez conquistou outro grande resultado e fechou em quinto. Jenson Button, da McLaren, faturou seu melhor resultado no ano, sexto lugar. Carlos Sainz Jr., depois de ter largado da última fila, ainda finalizou em sétimo, seguido por Pastor Maldonado. Felipe Nasr, em uma corrida de sobrevivência e cinco paradas nos boxes, ainda conseguiu somar dois pontos ao cruzar a linha de chegada em nono, seguido por Daniel Ricciardo, que fez belíssima prova, mas sofreu com problemas no fim. Felipe Massa, por sua vez, abandonou com problemas no acelerador.

Saiba como foi o GP dos Estados Unidos de F1:

A chuva torrencial que predominou durante todo o fim de semana e quase colocou em xeque a realização do GP dos Estados Unidos finalmente deu uma trégua justamente minutos antes da corrida no Texas. Assim, os pilotos não tinham mais o risco de encarar o temporal em Austin, como temia Felipe Massa, por exemplo. Na volta de alinhamento para o grid de largada, todos os pilotos foram à pista com pneus intermediários, o que indicava condições bem melhores em face à classificação. A pista estava pouco úmida, quase seca. Assim, até mesmo a direção de prova optou por começar a disputa de forma normal, sem a intervenção do safety-car.

A expectativa toda estava em torno de Hamilton, que largou em segundo lugar. Ao seu lado, o pole Rosberg partia para tentar o milagre do adiamento da definição do título para o México. E mais atrás, Vettel partia somente em 12º lugar, com chances meramente matemáticas de se manter vivo na luta pela improvável taça.

Confusão na largada em Austin envolveu Massa e Nasr (Foto: F1/Reprodução)

Hamilton fez uma belíssima largada, tracionou melhor e ganhou 'na marra' a liderança de Rosberg, chegando a tocar de leve no carro do alemão na entrada da primeira curva do Circuito das Américas. Nico, ao contrário, largou muito mal e despencou de líder para quinto lugar, sendo ultrapassado por Daniil Kvyat, Daniel Ricciardo e Sergio Pérez. Vettel, por sua vez, fez uma primeira volta monstruosa e ganhou nada menos que cinco posições, saltando para sétimo lugar. E lá atrás, Bottas, Massa, Grosjean, Nasr, que colidiu com a outra Sauber, de Ericsson, se envolveram em incidentes logo na curva 1. Mas a prova seguiu seu curso sem a entrada do safety-car.

Bottas, sem ter nada a perder, foi aos boxes trocar a asa dianteira da sua Williams e aproveitou para colocar pneus para pista seca. Entretanto, o asfalto ainda não era adequado o suficiente para esse tipo de composto, de modo que a escolha se mostrou a pior possível naquele momento.

Kvyat vinha em segundo lugar e fazia uma grande corrida, conseguindo andar no mesmo ritmo do próprio Hamilton, o que parecia ser um enorme feito com sua Red Bull. Daniil, inclusive, chegou a fazer a ultrapassagem em Lewis na entrada da curva 1, mas o britânico retomou a ponta. Até que a direção de prova adotou o safety-car virtual para retirar os detritos dos carros que ficaram espalhados justamente naquele trecho em virtude dos incidentes ocorridos na primeira volta.

No fim das contas, o safety-car virtual foi uma boa para Hamilton, que se queixava de superaquecimento dos pneus em Austin. Kvyat, que vinha logo atrás, estava confiante em tentar ultrapassar Lewis: "Vou tentar buscá-lo", disse o russo, que reclamou da lentidão do piloto da Mercedes.

Com oito voltas, a corrida retomou seu curso normal. E Rosberg, que vinha em quarto, deu o pulo do gato, ficou lado a lado e conseguiu ultrapassar Ricciardo, subindo para terceiro lugar numa manobra polêmica, mas que foi considerada ok até pela própria Red Bull. Na mesma volta, pouco depois, o alemão fez valer a força do motor Mercedes, emparelhou com Kvyat e ultrapassou o russo, ficando só atrás de Hamilton na corrida.

A meteorologia indicava que a chuva não apareceria mais durante a corrida em Austin. Então, a expectativa era pelo melhor momento para usar, finalmente, os pneus para pista seca. E Grosjean o fez na décima volta da prova. Mas pouco depois, o franco-suíço enfrentou problemas e abandonou a disputa. Na ponta, Hamilton conseguia abrir alguma vantagem e seguia na ponta, mas com Rosberg, Kvyat e Ricciardo bem próximos. Pérez, que vinha em quinto lugar, aparecia bem mais atrás. Nasr, que levava uma volta do quarteto, abriu passagem antes de receber a bandeira azul.

No fim da 12ª volta, Kvyat retardou a freada e conseguiu passar Rosberg, mas escapando e permitiu a ultrapassagem do alemão e também de Ricciardo. E o australiano conseguiu dar o bote e ganhou na raça o segundo lugar de Nico, começando então a partir para cima de Hamilton na briga pela vitória no Texas, com direito a fazer a então melhor volta da corrida — 1min56s680. Lá atrás, Massa tentava sua recuperação e já era o 11º, enquanto Nasr ocupava o 16º lugar.

Que bela corrida fazia Ricciardo! E que boa era a prova nos Estados Unidos. Se os fãs esperaram sexta e sábado por ação na pista, o domingo lhes entregou em triplo. Daniel, no fim da 15ª volta, fez uma grande ultrapassagem sobre Hamilton por dentro na curva 18, abriu vantagem na ponta e assumiu a liderança com propriedade. Em seguida, Lewis quase chegou a tocar em Rosberg, que também tentou a ultrapssagem, mas sem sucesso daquela vez.

No segundo pelotão, Pérez liderava com uma folga até razoável. Mais atrás, era sensacional ver a briga entre gerações: o tetracampeão Vettel contra Verstappen, o mais jovem da história da F1. O holandês chegou a passar o piloto da Ferrari, que devolveu a ultrapassagem e voltou ao sexto lugar. Aí, era Max, Kimi Räikkönen e Sainz na briga pelo sétimo posto da prova.

Ricciardo conseguia abrir uma vantagem bem confortável na liderança. Hamilton, longe de ter o mesmo rendimento dos pneus intermediários já destruídos, finalmente foi ultrapassado por Rosberg. Aí, a Mercedes logo o chamou para os boxes para colocar os compostos macios. Assim, Lewis caiu para oitavo, resultado que adiava a decisão do título para o México. Nico vinha em segundo, com Kvyat fechando o top-3.

Kimi Räikkönen teve de dar um olé na placa de publicidade em Austin (Foto: F1/Reprodução)

Na 20ª volta, levando em conta o melhor ritmo dos pneus macios de Hamilton, foi a vez do top-3 fazer a troca de pneus em Austin. Ricciardo conseguiu voltar na frente, com Rosberg se colocando à frente de Kvyat, e Lewis era o quarto. E Räikkönen, que vinha bem discreto na prova, perdeu o controle da sua Ferrari e escapou na brita. Mesmo depois de ter tocado na barreira de proteção, o finlandês acelerou, conseguiu superar a placa de publicidade e, mesmo com a asa dianteira avariada, conseguiu voltar à pista.

Vettel vinha em quinto lugar e estava se destacando com ótimas voltas em sequência. E a Mercedes, com pista seca, conseguiu colocar na pista todo o potencial do seu motor. Quase ao mesmo tempo, na 21ª volta, Rosberg ultrapassou Ricciardo e assumiu a liderança, enquanto Hamilton conseguia passar Kvyat e subia para terceiro. O russo, assim, estava na alça de mira de Vettel, que também queria entrar na briga. Quem fazia uma corrida gigante também era a dupla da Toro Rosso, com Verstappen em sexto e Sainz Jr. em sétimo.

A Williams encerrou sua jornada nos Estados Unidos na volta 24, quando Massa, com problemas em seu FW37, recolheu para os boxes e abandonou a corrida no Texas. Definitivamente, um fim de semana para a equipe de Grove esquecer. 

Felipe Massa abandonou a corrida com um problema no amortecedor do seu carro (Foto: F1/Reprodução)

Com a pista em condições normais, não havia a menor possibilidade de a Red Bull de Ricciardo segurar a Mercedes de Rosberg. Tanto que Hamilton não tomou conhecimento e acabou fazendo a ultrapassagem em seguida, subindo para segundo, só atrás do companheiro de equipe. Ricciardo ficava pronto para ser ultrapassado por Vettel. Já a outra Ferrari, de Räikkönen, encostava nos boxes com problemas no freio. E na mesma movimentada 27ª volta, Ericsson ficou parado na saída da curva 10. Pela posição em que ficou o carro, a direção de prova autorizou a entrada do safety-car.

Depois de cinco voltas, a corrida retomou seu curso normal. Rosberg segurou o pelotão de forma bem lenta, acelerou e conseguiu abrir bem na liderança, seguido por Hamilton, Ricciardo e Vettel, que de 12º já era o quarto colocado. E o tetracampeão, valente, ganhou a posição do seu ex-companheiro de equipe, mas imediatamente teve o troco do austraiano. Só que a alegria de Ricciardo durou só alguns segundos, porque Vettel ganhou, de forma definitiva, o terceiro lugar, na entrada da curva 1, para aplausos e mais aplausos dos mecânicos da Ferrari.

Que corrida maravilhosa a F1 proporcionava ao público em Austin!

E quem dava show na pista era o menino Verstappen, que brigou de igual para igual com os dois carros da Red Bull, superou Kvyat e e também Ricciardo e subiu para um enorme quarto lugar. O holandês de 18 anos mostrava a maturidade de um veterano no circuito texano.

Kvyat e Ricciardo ficaram então diante da alça de mira de Hülkenberg. O russo ultrapassou o companheiro de equipe, que era pressionado pelo piloto da Toro Rosso. Aí, Ricciardo e Hülkenberg se tocaram, e o alemão, em um ano de enorme azar na F1, teve a suspensão dianteira danificada do seu carro e abandonou. Daniel seguiu em frente, mas a direção de prova acinou novamente o safety-car virtual.

Restavam apenas 13 carros na disputa: Nasr era o 12º colocado e ainda alimentava chances de pontuar nos Estados Unidos. A corrida tinha Rosberg na frente, seguido por Hamilton, Vettel, Verstappen, Kvyat, Ricciardo, Button, Pérez, Alonso, Sainz e Maldonado, além de Nasr e Rossi.

Incidente entre Hülkenberg e Ricciardo em Austin (Foto: F1/Reprodução)

Durante o período do virtual safety-car, a Mercedes chamou Rosberg para colocar outro jogo de pneus macios, mas manteve Hamilton na pista. Por sua vez, a Red Bull trouxe seus dois pilotos, que também colocaram novos pneus. Vettel, que em sua única parada colocou pneus médios, também seguia na pista e vinha em segundo lugar, com a perspectiva de ir até o fim da corrida. A prova, que parecia totalmente nas mãos da Mercedes, estava totalmente aberta novamente.

A Mercedes então estava numa encruzilhada: ou tentava manter Hamilton sem outra troca de pneus ou chamava o britânico para uma parada derradeira, como fez com Rosberg. O fato é que a relargada aconteceu na volta 40 com Hamilton na frente, Vettel em segundo e Rosberg em terceiro depois de ultrapassar o incrível Max Verstappen. Naquele momento, Nico estava fora da briga pelo título, mas Vettel ainda seguia com chances e adiava a definição para o Autódromo Hermanos Rodríguez.

Com pneus macios mais novos, Rosberg não tomou conhecimento da Ferrari com pneus médios de Vettel e conseguiu fazer facilmente a ultrapassagem e subiu para segundo lugar. Aí, Nico só teria o seu companheiro de equipe pela frente e tinha a grande perspectiva de uma grande briga pela vitória. Mas Kvyat escorregou na zebra, bateu forte na última curva e abandonou, gerando novamente a entrada do safety-car nos Estados Unidos.

E então finalmente a Mercedes chamou Hamilton para fazer sua parada, o colocando em condições de brigar com Rosberg pela vitória que, na prática, definiria o título mundial em seu favor. Ou não. Restavam 12 voltas para o fim de uma corrida extraordinária, como há tempos a F1 não proporcionava.

Antes da relargada, a corrida tinha Rosberg, Hamilton, Verstappen, Vettel e um não menos surpreendente Alonso em quinto lugar. Completavam os dez primeiros Pérez, Ricciardo, Button, Maldonado e Sainz Jr. Rossi, piloto da casa, colocava a Manor Marussia em 11º e tinha boas chances de pontuar diante da sua torcida. O que seria épico para a equipe, que só pontuou uma vez na história, com Jules Bianchi no GP de Mônaco do ano passado.

A prova foi retomada novamente na volta 47, com Rosberg novamente fazendo uma grande largada e abrindo relativa vantagem para Hamilton. Nico, disposto a adiar ao máximo a luta pelo título, abriu bem perante o bicampeão. Mais atrás, Vettel não deu chances a Verstappen e conseguiu fazer a ultrapassagem, subindo para terceiro lugar. Único brasileiro da pista, Nasr subia para 11º e estava a uma posição de entrar na zona de pontuação.

Nico Rosberg reconhece a derrota e saúda o tricampeão Hamilton (Foto: F1/Reprodução)

Só que Rosberg, que vinha com uma apresentação soberba no Texas e parecia mesmo ter tudo para chegar à vitória, errou clamorosamente no momento em que não podia errar. E aí, soube aproveitar a chance quem estava na hora certa e no lugar certo. Hamilton fez a ultrapassagem sobre o companheiro de equipe e partiu para a terceira vitória em Austin. Só restava mesmo a torcida para Rosberg se segurar em segundo e evitar a ultrapassagem de Vettel, que vinha em terceiro. Deu tudo certo para o britânico.

E mais do que isso, 'em casa', Lewis cruzou a linha de chegada como tricampeão mundial de F1, igualando o feito do seu grande ídolo e inspirador, Ayrton Senna.

25 de outubro de 2015: um dia para a história do esporte e da F1.

F1, GP dos Estados Unidos, Circuito das Américas, final:

1 44 LEWIS HAMILTON ING MERCEDES 1:50:52.703 56 voltas
2 6 NICO ROSBERG ALE MERCEDES +2.850  
3 5 SEBASTIAN VETTEL ALE FERRARI +3.381  
4 33 MAX VERSTAPPEN HOL TORO ROSSO RENAULT +22.359  
5 11 SERGIO PÉREZ MEX FORCE INDIA MERCEDES +24.413  
6 22 JENSON BUTTON ING McLAREN HONDA +25.619  
7 55 CARLOS SAINZ JR ESP TORO ROSSO RENAULT +30.058  
8 13 PASTOR MALDONADO VEN LOTUS MERCEDES +32.273  
9 12 FELIPE NASR BRA SAUBER FERRARI +40.257  
10 3 DANIEL RICCIARDO AUS RED BULL RENAULT +53.371  
11 14 FERNANDO ALONSO ESP McLAREN HONDA +54.816  
12 53 ALEXANDER ROSSI EUA MANOR MARUSSIA FERRARI +1:15.277  
13 26 DANIIL KVYAT RUS RED BULL RENAULT +15 voltas NC
14 27 NICO HÜLKENBERG ALE FORCE INDIA MERCEDES +21 voltas NC
15 9 MARCUS ERICSSON SUE SAUBER FERRARI +31 voltas NC
16 7 KIMI RÄIKKÖNEN FIN FERRARI +31 voltas NC
17 19 FELIPE MASSA BRA WILLIAMS MERCEDES +33 voltas NC
18 8 ROMAIN GROSJEAN FRA LOTUS MERCEDES +46 voltas NC
19 77 VALTTERI BOTTAS FIN WILLIAMS MERCEDES +51 voltas NC
20 28 WILL STEVENS ING MANOR MARUSSIA FERRARI +55 voltas NC
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