Rosberg muda preparação e treina até respiração para tentar revanche em 2015

A derrota para Lewis Hamilton no campeonato de 2014 fez Nico Rosberg se mexer para encontrar formas de voltar mais forte em 2015 para conquistar o tão sonhado título da F1. E a preparação vai além de aspectos técnicos da pilotagem e dos carros: até a respiração foi alvo de treinamento por parte do alemão durante o inverno europeu

A temporada 2014 foi a melhor da carreira de Nico Rosberg na F1. O alemão conseguiu pela primeira vez brigar por um título, e o fez até a última etapa, quando um problema mecânico em sua Mercedes sacramentou a derrota para Lewis Hamilton. Depois disso, não demorou para que Nico se mexesse em busca de uma melhora.

Contrariando as expectativas que existiam no início do campeonato, Rosberg se saiu melhor nos treinos classificatórios e levou a pior nas corridas. Na reta final do campeonato, perdeu três provas sendo ultrapassado pelo britânico na metade da disputa, fora as poles que não foi capaz de transformar em vitória em provas como a da Hungria ou da Bélgica. Ficou sem vencer entre os GPs da Alemanha, em julho, e do Brasil, em novembro.

Mal terminou o campeonato, o piloto foi atrás de formas de dar a volta por cima em busca da revanche — ninguém arrisca cravar que a disputa pelo título deste ano fugirá muito da dupla da Mercedes. E a primeira resposta encontrada não foi nem referente a técnicas de pilotagem ou conhecimentos sobre o carro. Ele foi treinar a respiração.

Rosberg passou o inverno dando início à preparação visando a revanche contra Hamilton (Foto: Mercedes)

“Eu tentei melhorar já ao final do GP de Abu Dhabi, que foi porque eu realmente quis participar dos testes depois daquela corrida”, diz Nico ao ser perguntado pelo GRANDE PRÊMIO durante a pré-temporada da F1.

“Eu aprendi algumas coisas neste inverno. Por exemplo, a minha respiração era uma área na qual eu podia melhorar, o modo como eu respiro durante um GP. Normalmente, prendemos a respiração nas curvas rápidas, que têm uma força G muito grande e não te deixam respirar adequadamente. E esse era um ponto em que eu podia melhorar”, conta o piloto.

Rosberg explica que passou a incluir a respiração nos seus treinamentos por acreditar que “isso pode ajudar a estar mais inteiro no fim das corridas e a dar 1% ou 2% a mais quando for preciso”.

Motivação ainda maior

Três meses depois da derrota, Rosberg garante estar mais motivado do que antes para seguir em busca de um inédito título na F1.

Para o alemão, a dor pela derrota no GP de Abu Dhabi durou pouco. “Para mim, as emoções duram pouco. A vida voltou ao normal muito rápido para mim, depois de um dia ou dois. É assim no esporte. Você tem picos muito altos que não duram muito, e então vai para a próxima”, fala.

“Sempre estou motivado, mas desta vez tenho um algo a mais. Sei como é incrível a sensação de vencer corridas e como é bom vencer o Lewis. Também a possibilidade de estar no melhor carro. E estar nesta equipe é muito bom. Ela melhorou demais nos últimos cinco anos”, acrescenta Rosberg, que está em Brackley desde que a Mercedes assumiu o espólio da Brawn GP no fim de 2009 para voltar a contar com um time próprio em 2010.

Rosberg venceu cinco corridas na temporada 2014 (Foto: AP)

Vices que chegaram lá no ano seguinte

Se depender dos números, está longe de ser impossível que Nico Rosberg conquiste o título em 2015. Na história da F1, 17 pilotos foram campeões no ano seguinte a uma derrota — não chega a ser maioria, afinal o Mundial é disputado ininterruptamente desde 1950, mas também não é uma quantidade desprezível.

Os casos que mais se assemelham ao de Rosberg envolvem o francês Alain Prost. Em 1984, ele foi vice do companheiro de equipe Niki Lauda por 0,5 ponto e tratou de faturar o seu caneco em 1985 — ano em que o austríaco sofreu com problemas de confiabilidade no carro. Depois, em 1989, recuperou-se da derrota para Ayrton Senna batendo o brasileiro com uma prova de antecedência, no controverso GP do Japão. 

Os vices que se redimiram em grande estilo no ano seguinte foram: Juan Manuel Fangio (1950 e 1953), Alberto Ascari (1951), Jim Clark (1962), Jackie Stewart (1968 e 1972), Emerson Fittipaldi (1973), Lauda (1976), Nelson Piquet (1980), Prost (1984 e 1988), Senna (1989), Nigel Mansell (1991), Damon Hill (1995), Jacques Villeneuve (1996), Lewis Hamilton (2007) e Sebastian Vettel (2009).

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