“Se fosse pelo dinheiro, não tomaríamos essa decisão”: F1 responde a Hamilton
O diretor-executivo do Liberty Media, Chase Carey, negou que as decisões sobre o adiamento ou não do GP da Austrália foram baseadas na questão financeira, como afirmou Lewis Hamilton
A Fórmula 1 demorou para tomar a decisão do cancelamento do GP da Austrália e, após o começo do dia dedicado à imprensa em Melbourne, na última quinta-feira, Lewis Hamilton disse que "o dinheiro é rei". Foi sua resposta ao ser indagado sobre a pertinência do evento seguir acontecendo mesmo após a Organização Mundial da Saúde declarar a propagação do coronavírus como uma pandemia. Mas o chefe da F1, Chase Carey, resolveu se defender.
O anúncio do cancelamento da corrida saiu mais de 15 horas após a declaração de Hamilton. Mesmo assim, na opinião de Carey, não tem nada disso. Segundo ele, fosse o dinheiro a questão mais importante, a corrida jamais teria sido evitada. O executivo do Liberty Media jogou a culpa no colo das rápidas mudanças, ainda que o status de pandemia tenha sido declarado 30 horas antes da decisão ser tomada.
"Se fosse o dinheiro que nos importasse, não teríamos tomado essa decisão. No passado as coisas eram diferentes, [mas agora] os eventos se desenvolvem de acordo com as situações. Tomamos a decisão de vir aqui e celebrar este evento quando outros eventos ainda estavam acontecendo. Era uma situação diferente", afirmou ao site europeu 'Motorsport Week'.
"A situação mudava dia a dia e de hora em hora. Nós continuamos avaliando tudo isso e tomaremos as decisões apropriadas no futuro. Sempre tentamos conseguir muitas informações diferentes para tomar as decisões certas nos momentos corretos, e acho que conseguimos", seguiu.

Sebastian Vettel e Lewis Hamilton na Austrália (Foto: Reprodução)
"Acredito que tomamos a decisão certa por conta de tudo que mudava. Sentimos que trabalhamos bem com nossos sócios para chegar à decisão. É claro que não controlamos o desenvolvimento de diferentes coisas, sobretudo infecções e enfermidades. Sentimos que tomamos a decisão correta de vir aqui", disse.
Com relação às próximas decisões, lembrou as mudanças rápidas na situação.
"É difícil voltar atrás ou mirar muito na frente. Em muitos lugares do mundo, a situação mudou muito em questão de 24 ou 48 horas. Nós viajamos da Europa para os Estados Unidos em 24 horas, e isso já não é possível. Desta forma, acredito que são temas que precisamos tratar na hora certa, tomar as decisões efetivas e nos assegurar que estamos recebendo todas as opiniões e sabendo tudo que é possível para fazer o correto. Isso nos ajuda a tomar a decisão certa", finalizou.
Sem o GP da Austrália e com Bahrein e Vietnã também adiados, é incerto quando a temporada começa.

