Vettel defende diversidade e comunidade LGBTQIA+: “Devemos celebrar as diferenças”

Em ampla entrevista ao site alemão Motorsport-Total, Sebastian Vettel defendeu que só é possível a evolução da sociedade como um todo se houver espaço para as diferenças

Sergio Pérez e Lewis Hamilton travaram grande duelo no GP da Turquia (Vídeo: F1)

É possível dizer que Sebastian Vettel segue fazendo história na Fórmula 1. Piloto mais jovem a conquistar um, dois, três e quatro títulos mundiais, o alemão, hoje mais amadurecido, com 34 anos, abraça questões fundamentais para a evolução da sociedade. Defensor da sustentabilidade ambiental, Vettel também é muito claro sobre seu posicionamento a favor da diversidade e da comunidade LGBTQIA+. O tetracampeão é claro: as diferenças têm de unir e não segregar as pessoas: “Qualquer forma de separação é errada”, disse em entrevista ao site germânico Motorsport-Total.

Vettel costuma vestir literalmente a camiseta em favor da comunidade LGBTQIA+. No fim de semana do GP da Hungria, por exemplo, Seb estendeu sua manifestação às cores do capacete e da sapatilha e criticou o governo liderado por Viktor Orbán, conhecido também por políticas homofóbicas.

À publicação alemã, Vettel foi questionado se foi mais fácil assumir seu posicionamento numa equipe onde há mais liberdade, como a Aston Martin, do que a Ferrari, onde esteve até 2020.

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SEBASTIAN VETTEL; ASTON MARTIN; GP DA HUNGRIA;
Sebastian Vettel é a tradução do amor em tempos de intolerância e preconceito (Foto: Aston Martin)

“Não tenho nenhum problema em reiterar o fato de que tenho certos pontos de vista sobre algumas coisas. Obviamente, algumas dessas coisas são a minha opinião. Posso ver que nem todos concordam, mas essa é a minha opinião, e sim, gosto de defender meu ponto de vista e gosto de ouvir as opiniões de outras pessoas e aprender com elas. Mas acho que há certas coisas que são certas e certas coisas que achamos que são erradas”, salientou.

Na visão de Vettel, o posicionamento mais incisivo diante de temas importantes, mas que são pouco abordados no universo do esporte a motor, faz parte do natural amadurecimento.

“Não houve nenhum fato que eu me lembre que mudou alguma coisa [em mim]… Acho que vivemos numa época em que é muito, muito importante para nós entendermos e mudarmos certas coisas. Não apenas falar sobre elas, mas agir”, disse.

“Não temos escolha, não temos alternativa e, para preservar nossa vida e nosso futuro neste planeta, acho que temos de cuidar mais do planeta. Isso é uma coisa. E quando se trata de direitos humanos, de igualdade sobre como tratamos as pessoas… Não estou dizendo que você não necessariamente vê essas coisas [quando jovem], mas acho que você cresce, amadurece e aí você vê mais e mais coisas e se torna cada vez mais consciente de certas coisas que estão acontecendo no mundo”, complementou.

Seb também falou sobre como a Fórmula 1 deveria se posicionar sobre a defesa da comunidade LGBTQIA+. No entendimento do tetracampeão é preciso ir além na discussão, e um esporte de caráter global como é a F1 é uma plataforma muito importante para trazer a questão à baila.

“Nós vamos a alguns lugares e estendemos um tapete enorme com boas mensagens. Mas é preciso mais do que palavras. É preciso agir. Não sei exatamente qual é a melhor maneira de não usar apenas uma bandeira para se comunicar, que fica na pista por alguns minutos. Mas tenho certeza de que nosso esporte está lutando e pode ser de grande ajuda para espalhar mais justiça pelo mundo”, comentou.

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“No fim das contas, acho que não é certo julgar as pessoas ou aplicar certas leis e diferenciar as pessoas só porque elas amam um homem ao invés de uma mulher ou uma mulher ao invés de um homem. Ou por causa da sua aparência, ou da sua origem ou das suas crenças. Acho que qualquer forma de separação é errada”, complementou.

Vettel traçou um paralelo entre a sociedade e o meio onde está inserido e reforçou que somente a relação entre diferentes é capaz de ajudar a humanidade a evoluir.

“Imagine se todos os carros da F1 parecessem iguais. Seria entediante, não apenas da mesma cor, mas das mesmas peças aerodinâmicas. Seria absolutamente entediante, nunca faríamos qualquer evolução. E acho que evoluímos muito porque temos diferentes formas, diferentes cores, diferentes especificações para os carros. E o mesmo vale para nós. Evoluímos como espécie humana porque somos todos diferentes em alguns aspectos. Portanto, devemos celebrar as diferenças em vez de ter medo delas”, concluiu.

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