“Sem desejo de correr pela F1”, Danica rebate críticos, nega sexismo no esporte a motor e afirma: “Estou feliz na Nascar”

Estrela da Nascar, Danica Patrick recentemente renovou seu contrato com a Stewart-Haas e seguirá enfrentando os desafios na mais popular categoria do automobilismo norte-americano. A pilota de 33 anos disse que “está ficando velha demais” para pensar em mudar os rumos da sua carreira e, portanto, descartou qualquer possibilidade de correr na F1

Danica Patrick despontou para o automobilismo nos tempos em que correu na Indy. Foi lá que, em 2009, a pilota nascida há 33 anos no Wisconsin alcançou um feito histórico ao ser a primeira mulher a triunfar na categoria, na etapa disputada no oval de Motegi, no Japão. Desde 2012, ela integra o grid da sempre competitiva e difícil Nascar, e por lá alcançou outros feitos notáveis, como a pole-position das 500 Milhas de Daytona, abrindo a temporada de 2013.

Mas sempre, de uma forma ou de outra, o nome de Danica foi ligado à F1 por meio de rumores, o que aumentou quando a equipe Haas anunciou que fará parte do grid a partir de 2016. Gene Haas é coproprietário do time da Nascar pelo qual Patrick corre, tendo como sócio o piloto Tony Stewart. Mas o próprio dirigente chegou a descartá-la ao dizer que não acredita que Danica esteja pronta para a F1.

Entretanto, recentemente, Danica renovou seu vínculo com a Stewart-Haas e seguirá correndo com seu #10 nos ovais e mistos da categoria mais popular do automobilismo norte-americano.

Nada de F1: Danica garante que está feliz na Nascar (Foto: Nascar)

Em especial veiculado pela emissora CNN chamado ‘Women in F1’ (Mulheres na F1, em português), Danica falou que chegou até a sonhar com a categoria quando era menina, mas que agora não planeja qualquer tipo de mudança na sua carreira.

“Estou ficando velha demais para ficar mudando constantemente de carreira, e não tenho o desejo de fazer qualquer coisa diferente daquilo que estou fazendo agora. Estou com meus amigos e minha família e estou correndo internacionalmente, e não acho que a F1 me proporcionaria isso”, explicou a pilota.

Sua carreira no esporte a motor começou na Inglaterra. Depois de iniciar no kartismo, aos dez anos, ainda nos Estados Unidos, Danica cruzou o Atlântico para correr em categorias de base como a F-Vauxhall e a F-Ford, voltando em 2002 para os Estados Unidos para empreender seu caminho rumo à Indy, onde estreou em 2005 pela equipe Rahal Letterman.

Nos seus tempos de Europa, Patrick alimentou a esperança de um dia fazer parte do grid da F1, mas quando voltou aos Estados Unidos, traçou outras perspectivas para sua carreira. “Vivi na Inglaterra por muitos anos, e a F1 era tudo o que eu pensava em fazer, mas, para ser sincera, quando voltei para os Estados Unidos pensei que este era o lugar em que sempre quis estar. Você nunca pode dizer nunca sobre nada, mas neste ponto e neste momento, estou feliz onde estou”, garantiu.

Mas Danica não chega a ser unanimidade na Nascar, sobretudo quando se trata de figuras mais conservadoras. Recentemente, Richard Petty, um dos nomes históricos da categoria, chegou a dizer que Patrick só venceria uma corrida no certame “se todo mundo ficasse em casa”. Danica rebateu críticos como Petty.

“Você tem de estar confiante sobre o que está fazendo. Você tem de ter certeza disso, tem de ser assertiva, e todas essas coisas te ajudam a ser ‘cascudo’. Quanto mais alto você subir, então você ficará exposta a mais pessoas e sofrerá mais julgamentos. Tenho desenvolvido isso ao longo do tempo, e isso é uma proteção. Muitas pessoas me dizem muitas coisas e eu não posso dizer ou fazer nada a respeito, mas, mas do que qualquer coisa, eu lamento por eles, que atacam de uma forma tão negativa sobre quem eles nem conhecem como um todo”, declarou.

Patrick disse que jamais vivenciou o sexismo em sua carreira no esporte a motor (Foto: Jared C. Tilton/Getty Images)

Considerando que o fato de que o esporte a motor é predominado por homens, Danica disse que jamais procurou tirar proveito de ser mulher para conseguir obter algum destaque a mais. “Eu nunca pensei sobre ser uma menina nas corridas até quando tinha 14 anos. Foi quando alguns programas de TV vieram me procurar e, claro, essa questão me veio à mente. Minha mãe e meu pai jamais me deixaram usar isso como algum tipo de referência, como ‘você é a melhor menina lá’. A questão era sobre ser o melhor piloto.”

E analisando novamente sob tal prisma, Danica disse que não enxerga nenhum tipo de distinção na Nascar pelo fato de ser a única mulher do grid. Nem na Nascar e tampouco em outras categorias.

“Não sinto que tenha vivido, em alguma época, onde tivesse vivenciado o sexismo. Sei como falar com os caras porque estou neste meio desde os dez anos, então eu entendo como eles pensam, e eu falo desta forma também. Acho que antigamente as mulheres sequer eram permitidas nos boxes, e nunca tive alguma experiência como esta”, assegurou.

“Por todos os meios, o automobilismo é predominado pelos homens, mas as coisas estão mudando. Há meninos e meninas lutando em todos os tipos de trabalho. Ainda não são 50% de meninos e 50% de caras, mas isso é mais normal”, concluiu.

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