Pérez aproveita confusão da Ferrari com Leclerc e vence GP de Mônaco de Fórmula 1

O GP de Mônaco da temporada 2022 da Fórmula 1 foi interminável. Era para largar às 10h, mas terminou somente às 13h. Dentro de muita coisa que aconteceu, Sergio Pérez terminou sorrindo e com a vitória

FÓRMULA 1 2022: TUDO SOBRE O GP DE MÔNACO | Briefing

Aconteceu! Demorou bastante, mas o GP do Mônaco foi levado a cabo entre a manhã e o começo da tarde deste domingo (29), nas ensopadas ruas do Principado. Entre momentos de mais e menos chuva, mas nunca de pista totalmente seca, Monte Carlo conseguiu sediar a edição 2022 do evento. E o clima tirou bastante de pilotos e equipes. No fim das contas, Sergio Pérez controlou as ações a partir da confusa janela de pit-stops e partiu para a primeira vitória na temporada.

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A vitória vem num momento importante da temporada e da vida de Pérez. Foi apenas uma semana atrás, em Barcelona, que estava na liderança e tinha condições de vencer, mas teve de ceder à ordem de equipe e entregar a vitória nas mãos do companheiro Max Verstappen – tudo isso apenas alguns dias após o nascimento do filho, Emílio. Em Mônaco, foi melhor que Verstappen por todo o fim de semana e confirmou o domínio mesmo após a batida no fim da classificação. É a terceira vitória dele na carreira como piloto de F1.

O fim da chuva fez com que a janela de pit-stops ficasse totalmente alucinada. Charles Leclerc tinha a corrida sob controle quando foi chamado para uma parada que terminou sendo muito ruim e pôs o monegasco atrás de Pérez e pouco na frente de Verstappen. Carlos Sainz foi o último dos quatro a parar, porque insistia em ficar mais tempo e passar dos pneus de chuva extrema direto para os de pista seca, em vez dos intermediários. A Ferrari fez isso e acabou chamando Leclerc de novo, junto do companheiro. Teve de esperar Sainz terminar para trocar. A Red Bull reagiu rápido e também parou seus dois pilotos na volta seguinte.

Num espaço de quatro voltas, então, Leclerc parou duas vezes e caiu da liderança para o quarto lugar. Ainda ficou extremamente irritado com a indecisão da Ferrari, que chamou para trocar os pneus junto de Sainz e, quando viu que o espanhol estaria lá, o time tentou evitar a troca, mas Charles já estava no pit-lane. Confusão absurda para quem briga pelo título.

O próximo problema viria perto da 30ª volta, quando Mick Schumacher perdeu a traseira do Haas na área da Pisicina, rodou e deu uma pancada violenta que partiu o carro em dois. Não se machucou, mas obrigou a entrada primeiro do safety-car e, depois de tudo estar, limpo, a interrupção da corrida por meio de bandeira vermelha. O motivo era consertar a barreira de proteção que o alemão fez explodir.

Daí em diante, Pérez foi dono das ações e, apesar de Sainz se aproximar, não houve ameaça real. Pérez teve a companhia de Sainz e Verstappen no pódio, enquanto Leclerc, George Russell, Lando Norris, Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Valtteri Bottas e Sebastian Vettel fecharam o top-10. Norris ficou com a melhor volta da corrida.

A Fórmula 1 volta em duas semanas, entre os dias 10-12 de junho, em Baku, com o GP do Azerbaijão.

Sergio Pérez ganhou a terceira dele no Mundial de F1 (Foto: Red Bull Content Pool)

Confira como foi a corrida:

Menos de 15 minutos antes do momento da largada em Monte Carlo, chegou o momento esperado por todo o fim de semana do GP de Mônaco de 2022: a chuva. O pit-lane estava estabelecido e com pneus slicks normal, então a direção de prova já deu um aviso: teria nove minutos para um segundo aviso sobre o prosseguimento da prova. Tempo para os pilotos e as equipes trocarem os pneus e se prepararem.

O que aconteceria? Haveria largada, de fato? No horário marcado, às 10h09 (de Brasília), o aviso de que a volta de apresentação viria às 10h16 e com o safety-car para somente uma volta, viria a largada. Deu tempo de parar a chuva – ou ao menos diminuir drasticamente. Por um momento. Depois deste breve instante, a chuva virou torrencial. Os procedimentos foram adiante conforme esperado e com o safety-car à frente por algumas voltas. Agora, sim, não dava para largar. Bandeira vermelha.

Todo mundo para os boxes: o que restava era esperar, porque a situação não era simples. Carros cobertos e transmissão oficial da FOM se virando para gerar conteúdo: mostrava os piloto deixando os carros, conversando nos boxes e os ilustres espectadores: Zinedine Zidane, que um dia antes estava na decisão da Liga dos Campeões da UEFA, e o casal formado pela cantora Ciara e o jogador de futebol americano Russell Wilson.

A direção de prova decidiu parar corrida em Mônaco por causa da chuva (Foto: Reprodução/F1)

A pista seguia dramática. Noghes e Rascasse apresentavam pequenos rios, algo complicado porque Mônaco não tem a capacidade de escoamento e drenagem de circuitos fechados. “Está muito molhado para começar agora”, afirmava Christian Horner, chefe da Red Bull.

A chuva começou a diminuir depois de 10h30, mas não parava. Pelo menos a perda de intensidade permitiu que a pista fosse se tornando menos cheia de poças.

Foi somente às 10h55 que chegou a mensagem de dez minutos para a largada que, assim, viria mais de uma hora depois do horário inicialmente programado. Verdade seja dita: já fazia tempo que havia condições climáticas para correr. Um atraso que não poderia ter sido tão grande assim.

O aviso é que seria uma largada em movimento e atrás do safety-car, mas até antes de os carros irem para a pista a McLaren já avisava a Daniel Ricciardo que esperavam mais chuva em breve. Só não tinha certeza de quando porque o radar tinha problemas.

Nicholas Latifi no muro (Foto: Reprodução/F1 TV)

Pois bem, carros na pista e duas batidas nos primeiros metros de uma prova sob safety-car que sequer tinha largada. Lance Stroll triscou o muro Massenet e furou um dos pneus, enquanto Nicholas Latifi foi de bico no hairpin. Os dois ainda quase se chocaram no pit-lane, uma bagunça. Mas ninguém abandonou.

A largada passou sem nada muito digno de nota e o safety-car recolheu. Enquanto Lewis Hamilton avisava que a pista ia secando rapidamente, Pierre Gasly sambava sozinho na curta reta após colocar os pneus intermediários. Até que parecia ousadia demais, mas o francês logo fez a melhor volta. Os pneus intermediários eram a resposta e, depois de Latifi, Stroll e Gasly, mais gente começou a parar. Mick Schumacher veio antes de Sebastian Vettel e Yuki Tsunoda.

Leclerc seguia a tocada e recebia o aviso de que a Ferrari não esperava mais chuva entre os próximos 20 a 30 minutos. Max Verstappen avisava a Red Bull que talvez ainda estivesse cedo demais para trocar os pneus, mas, de qualquer maneira, os ponteiros não entrariam no pit-lane nas primeiras voltas em Monte Carlo.

Em dez voltas, Leclerc abria mais de 4s para Carlos Sainz. A Mercedes se animava e insistia para George Russell atacar Lando Norris pela quinta colocação, porque ir adiante disso parecia impossível. A única ultrapassagem no top-10 fora de Esteban Ocon para cima de Vettel, que, depois, foi aos boxes e permitiu que Valtteri Bottas assumisse a décima posição. Mick Schumacher era mais um a triscar o muro e dava sorte de não ter problema algum com os pneus.

Estratégia que se pagava com Gasly. O piloto da AlphaTauri estava na frente de todos que já tinham parado e começou a atacar quem não tinha. Primeiro, Guanyu Zhou: até Pierre passar, Zhou parecia apavorado, passando reto no contorno do hairpin, sambando na pista, mas não teve como segurar. Ultrapassagem. Em seguida, Ricciardo estava como um cone: a sensação é que só Gasly andava e, assim, ultrapassou sem muito drama. Lá na frente, Sergio Pérez avisava que os intermediários eram os pneus certos para usar. Sainz, porém, queria o pulo do gato e já sair dos pneus de chuva pesada para os slicks.

Lando Norris voltou a marcar pontos pela McLaren (Foto: McLaren)

Com Hamilton reclamando da aderência, a Mercedes resolver chamá-lo para colocar pneus intermediários. O heptacampeão voltou em nono, na frente de Valtteri Bottas, que agora liderava um trenzinho que tinha Kevin Magnussen e Gasly.

Pérez foi o primeiro dos quatro líderes a parar, no fim da volta 16, e colocou pneus intermediários, colocando-se entre Norris e Russell. Na Ferrari, indecisão. A equipe mandou Sainz entrar e, em seguida, falou para não entrar. O piloto queria os pneus de pista seca. Enquanto isso, Norris foi o próximo a entrar.

Hamilton ia para cima de Ocon num ataque que terminaria em contato direto. O francês da Alpine jogou o carro na curva ignorando a presença da Mercedes. Manobra arrojada, mas um tanto quanto inconsequente. O líder da corrida viria para o pit-stop em seguida, no fim da volta 18: Leclerc colocou os intermediários e voltou atrás de Pérez, perdendo a liderança de fato da corrida. Agora, Leclerc não era mais quem tinha a prova nas mãos. Verstappen também tinha parado.

O fato é que toda a janela de pit-stops passaria a se reescrever após a volta 20. Os últimos colocados botaram pneus duros para pista seca e mostraram que era o caminho, como Sainz cantava há tempos. No fim da volta 21, a Ferrari chamou Sainz e, de novo, Leclerc, para quem fizera um pit-stop horroroso anteriormente. Os dois puseram pneus duros. Leclerc ficou furioso com a mudança rápida de estratégia. A Red Bull reagiu imediatamente e, no fim da 22, chamou seus dois pilotos para colocarem pneus duros.

Com tudo em seu lugar, Pérez era o líder para cima de Sainz – que quase rodou na reta dos boxes – e Verstappen passava Leclerc após as duas paradas, mas o holandês se moveu antes da hora da saída do pit-lane e passou sobre a linha. Trabalho para a direção de prova.

Mick Schumacher sofreu um forte acidente durante a disputa do GP de Mônaco (Vídeo: Reprodução/F1)

Hamilton pressionava muito Ocon e não passava, até que todo mundo começou a parar para colocar pneus de pista seca. Aí, sim, Lewis tomou o oitavo lugar. O desastre mesmo era para a Haas. Inicialmente, Kevin Magnussen abandonou com algum problema no motor. Logo em seguida, Mick Schumacher perdeu o controle da traseira do carro na área da Piscina, rodou e deu uma pancada violentíssima que dividiu o carro em dois. “Estou bem, só não entendo”, disse no rádio. A saúde do alemão era uma preocupação verdadeira.

Safety-car na pista e ainda veio o aviso de que Alexander Albon recebera 5s de punição por levar vantagem ao sair da pista em algum lance que a transmissão não mostrou. De qualquer maneira, após três voltas de uma rápida limpeza na pista, bandeira vermelha assinalada. Era necessário reparar a barreira de proteção destruída pelo piloto da Haas.

Após cerca de 15 minutos de interrupção, a F1 foi para mais uma relargada em movimento e com o safety-car. Pérez liderava e tinha Sainz, Verstappen, Leclerc, Russell, Norris, Alonso, Hamilton, Ocon e Bottas no top-10. E a Mercedes avisava a Russell que tinha uma chuva chegando desde oeste, embora ainda fosse uma dúvida sobre se cairia durante a corrida. Já a McLaren dizia “não ser impossível” de chover em dez minutos.

Red Bull, Mercedes, Alpine, Williams, Zhou e Tsunoda iam para a relargada de novos pneus médios, enquanto os demais mantinham os jogos que tinham antes.

O safety-car deixou a pista na abertura da 33. Pérez nem era tão ameaçado, mas travou os pneus com gosto no contorno da Mirabeau, enquanto Leclerc não saiu bem e perdeu contato com Verstappen. Na volta 35, a Red Bull avisava Verstappen que a expectativa era de que a corrida tivesse mais 29 voltas. Desta maneira, terminaria no tempo e não nas 77 voltas originalmente programadas.

Eis que a direção de prova anunciada 5s de punição a Ocon por conta da manobra para se defender de Hamilton, voltas antes, quando ainda tinham pneus intermediários. A transmissão de TV embarcou no que a Red Bull havia dito para Max e trocou o número de voltas por um relógio regressivo de 33 minutos para o fim.

George Russell novamente no top-5 (Foto: Mercedes)

Com meia hora pela frente, DRS finalmente aberto e uma Ferrari que, com pneus duros, começava a mostrar certa vantagem para os rivais da Red Bull e seus médios. Sainz perguntava se havia algum sinal claro de desgaste com os pneus de Pérez.

Os primeiros colocados se distanciavam, mas Alonso começava a liderar um trem de carros grudados que abria nele e ia até o 18º e último colocado. Enquanto isso, na frente, Sainz via a situação pela vitória complicar mais ao errar a chicane e perder mais de 1s em relação a Pérez: agora estava mais de 3s5 atrás.

Zhou tinha dificuldades de ficar na pista, furava chicane e sambava durante as curtas retas monegasca, algo que rendeu o impensável: uma ultrapassagem de Latifi. Albon, porém, abandonava nos boxes da Williams por conta da problemas.

Nos últimos cinco minutos, nada de muito substancial. Os quatro primeiros colocados se aproximaram muito, sobretudo o top-3, e Sainz chegou junto a Pérez, mas, com Mônaco sendo Mônaco, não conseguiu atacar. Vitória de Pérez, a primeira do ano e a terceira da carreira. Após dez anos de F1, o mexicano venceu corridas nos três últimos anos. Verstappen completou o pódio e ampliou a liderança do campeonato.

Fórmula 1 2022, GP de Mônaco, Monte Carlo:

1S PÉREZRed Bull RBPT64 voltas
2C SAINZFerrari+1.154
3M VERSTAPPENRed Bull RBPT+1.491
4C LECLERCFerrari+2.922
5G RUSSELLMercedes+11.968
6L NORRISMcLaren Mercedes+12.231
7F ALONSOAlpine+46.358
8L HAMILTONMercedes+50.388
9V BOTTASAlfa Romeo Ferrari+52.525
10S VETTELAston Martin Mercedes+53.536
11P GASLYAlphaTauri RBPT+54.289
12E OCONAlpine+55.644
13D RICCIARDOMcLaren Mercedes+57.635
14L STROLLAston Martin Mercedes+1:00.802
15N LATIFIWilliams Mercedes+1  volta
16G ZHOUAlfa Romeo Ferrari+1  volta
17Y TSUNODAAlphaTauri RBPT+1  volta
18A ALBONWilliams MercedesNC
19M SCHUMACHERHaas FerrariNC
20K MAGNUSSENHaas FerrariNC
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