Stewart pede cuidado e investigação aprofundada antes da adoção de cockpits fechados na F1

Tricampeão mundial de F1, Jackie Stewart se manifestou sobre a adoção dos cockpits fechados por categorias de monopostos e não se mostrou favorável. Na verdade, o escocês de 76 anos entende que os órgãos responsáveis deveriam, antes de tudo, realizar uma pesquisa profunda sobre o assunto

Jackie Stewart pediu cuidado ao comando da F1 antes de uma decisão sobre a adoção de cockpits fechados, como forma de reagir às recentes tragédias no esporte a motor. O escocês de 76 anos foi um notório defensor da segurança no automobilismo na época em que corria, fim dos anos 1960 e começo dos anos 1970. Stewart foi também o responsável por diversas melhorias nos autódromos e na própria indumentária dos pilotos.

Em entrevista à agência 'Reuters', o tricampeão afirmou ainda que é preciso desenvolver uma pesquisa mais aprofundada sobre o tema. "Em primeiro lugar, acho que nada deve ser feito tão rapidamente antes que uma investigação seja feita a respeito, porque há outros tipos de acidente, em que o cockpit fechado poderia ser uma desvantagem", disse.

Jackie Stewart pede calma sobre cockpits fechados (Foto: Getty Images)

"Realmente não sei se algo assim deveria ser feito", completou Stewart, se mostrando um cético quanto à proteção do piloto.

As preocupações quanto à segurança dentro do cockpit se intensificaram depois das mortes de Jules Bianchi, na F1, em julho deste ano, depois do grave acidente no GP do Japão do ano passado — o piloto francês passou nove meses lutando contra uma lesão cerebral —, e de Justin Wilson, no fim do mês passado, durante uma prova em Pocono da Indy, quando uma peça de um carro acidentado o atingiu na cabeça.

O escocês, que se retirou das pistas em 1973 depois da morte de seu companheiro de Tyrrell, François Cevert, ainda foi além. "Quantos incidentes nós já tivemos? Uma coisa é mudar a segurança das pistas, as estruturas deformáveis, os carros, tudo. A morte de Henry Surtees e este acidente que aconteceu na Indy são diferentes. E não acho que o incidente com Jules tenha sido semelhante", explicou.

"Na verdade, eu acho que ainda há muito que desenvolver sobre este assunto. Todos estão falando como se um míssil fosse atingir o carro. E se acontecer outro tipo de acidente? E se o piloto não conseguir sair do carro corretamente? Há muitas coisas que precisam ser levadas em consideração. O projeto vai oferecer a ventilação adequada? É uma coisa complicada, não é apenas uma bolha simples", acrescentou o ex-piloto.

"E os fãs? Será que eles querem isso? Por isso, é preciso ter certeza do que vai funcionar", encerrou.

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