Nesta sexta-feira (21), os chefes de Ferrari, Mercedes, Red Bull e Williams, além de representantes de Caterham, Force India e Lotus, participaram de uma coletiva de imprensa organizada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e, ainda que indiretamente, falaram sobre o tema.
Gastaldi, O'Connell, Horner, Szafnauer, Wolff, Williams e Mattiacci na coletiva da FIA (Foto: Mark Thompson/Getty Images)
Ainda nos primeiros minutos da coletiva, os dirigentes foram questionados sobre a meta demográfica da F1, em termos de sexo, idade e localização geográfica. Embora não tenham sido diretamente indagados sobre a declaração de Ecclestone, eles logo notaram do que se tratava.
Chefe da Ferrari, Marco Mattiacci foi o primeiro a falar e lembrou seu passado no comércio de automóveis ao citar a idade com que as pessoas se apaixonam pelas marcas.
“Sei onde você está indo, mas, para ser honesto, sabe, meu passado é do lado dos carros, vendendo carros, e eu conheci muitos clientes que me disseram que começaram a sonhar com a Ferrari quando tinham entre oito e dez anos, quando tiveram o primeiro pôster pendurado no quarto ou vendo Gilles Villeneuve correr”, recordou. “Acho que depende do propósito, depende do objetivo”, seguiu.
“Mas, para uma marca como a Ferrari, definitivamente, nosso [foco] demográfico é do momento em que podem ligar a TV ou entrar em uma loja da Ferrari até quando podem comprar um carro”, explicou. “Nossa marca é mais uma cultura, uma paixão, então nós realmente não temos esse tipo de segmentação”, completou.
Toto Wolff, chefe da Mercedes, seguiu a linha de Mattiacci e filosofou dizendo que se você educa as crianças, elas crescem como consumidoras de determinadas marcas.
“Na verdade, não tenho muito a adicionar ao que Marco disse. Acho que é preciso ensinar desde cedo que esta é a forma de competição de carros mais elevada e, obviamente, para a Mercedes isso também é importante”, citou. “Eduque as crianças e você vai cultivá-las a serem clientes e entenderem que a Mercedes é bem sucedida na pista na F1 e, é, como o Marco disse”, continuou.
No comando da Red Bull, Christian Horner foi um pouco mais além e ironizou a declaração de Ecclestone.
“É, a Red Bull é muito sobre a juventude e, absolutamente, o time tem um grande número de seguidores jovens, homens e mulheres, e é irrelevante sexo, idade ou raça”, avaliou. “Sei de onde vem a pergunta e ao que os comentários se referem, mas o que você tem que lembrar é que, quando você tem 84, alguém de 70 anos ainda é bem jovem”, brincou.
Claire Williams seguiu a mesma linha e afirmou que o interesse do time de Grove é fazer com que todos amem a marca e o esporte.
“Não [tenho] muito [para dizer], exceto que não discriminamos”, garantiu a chefe da Williams. “Nós queremos que todos amem a Williams e nós queremos que todos amem a F1”, frisou.
Diretor-esportivo da Force India, Otmar Szafnauer ressaltou que os patrocinadores do time estão direcionados a um público mais velho, mas não tanto.
“Bom, nossas marcas nos carros são variadas e, como Christian disse, o foco da Red Bull é na juventude e o nosso pode ser um pouco mais velho do que isso”, ponderou. “Nós temos Smirnoff e Kingfisher, então tem algumas restrições de idade para beber alguns desses produtos, por isso nosso foco é um pouco mais velho, mas talvez não 70”, sublinhou.
“Nós também Claro e Telcel e adolescentes hoje em dia estão no telefone o tempo todo, então nós temos uma audiência variada que segue o time”, finalizou.
A RAINHA DO DESERTO
A sexta-feira de treinos livres na decisiva pista de Abu Dhabi acompanhou mais um costumeiro passeio da Mercedes. A equipe alemã, assim como tem acontecido durante a longa temporada 2014, dominou sem muito drama as ações, com Lewis Hamilton no comando. O inglês foi o mais rápido do dia com 1min42s113. A marca foi apenas 0s083 melhor que a registrada por Nico Rosberg, o segundo colocado. Assim sendo, o britânico abriu na frente a primeira parte da batalha pelo título contra o colega de equipe. Já Felipe Massa foi apenas o décimo colocado.
Leia a reportagem completa dos treinos em Abu Dhabi no GRANDE PRÊMIO.
TEMOS UM RECORDE
Romain Grosjean vai perder 20 (sim, VINTE) posições no grid de largada do GP de Abu Dhabi devido ao uso dos sextos motor de combustão interna, turbocompressor e MGU-H da temporada 2014. O regulamento determina que, sempre que o piloto usa um componente da unidade de força pela sexta vez, ele pague uma punição de dez posições. Os demais sextos componentes representam uma pena de cinco posições.
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Sebastian Vettel e Fernando Alonso durante coletiva em Suzuka (Foto: Getty Images))"/>
CHEGADAS E PARTIDAS
A Ferrari enfim anunciou aquilo que todos já pareciam saber há muitos meses nesta temporada 2014 da F1. A equipe italiana confirmou na manhã morna desta quinta-feira (20) em Abu Dhabi que Fernando Alonso não será mais piloto da escuderia. O espanhol defendeu as cores de Maranello nos últimos cinco campeonatos, disputou o título em duas oportunidades, em 2010 e 2012, venceu 11 vezes com o carro vermelho, fez 44 pódios e somou 1.186 pontos. A saída do bicampeão abre finalmente caminho para a chegada do tetracampeão Sebastian Vettel.
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