Wolff rebate rival e afirma que Horner “se comporta como ator pequeno de Hollywood”

Christian Horner recentemente disse que Toto Wolff enfrenta uma pressão diferente por conta da luta da Red Bull contra a Mercedes pelo título. O dirigente austríaco rebateu e afirmou que o rival é bom em criar manchetes, como Bernie Ecclestone

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Além da batalha pelos dois títulos em disputa na temporada 2021 da Fórmula 1, os do Mundial de Pilotos e do Mundial de Construtores, Mercedes e Red Bull seguem a travar uma outra disputa. A guerra verbal entre as duas partes já proporcionou momentos de tensão, sobretudo depois do incidente entre Hamilton e Verstappen na primeira volta do GP da Inglaterra, mas também costuma render algumas declarações curiosas, além de réplicas e tréplicas com um cutucando ao outro.

Semanas atrás, Christian Horner, chefe da Red Bull, disse que Toto Wolff, comandante da Mercedes, enfrenta neste 2021 uma pressão diferente por ter uma concorrente real na luta pelos dois títulos em disputa. Sarcástico, o dirigente austríaco falou ao jornal britânico Daily Mail e rebateu o discurso do rival. “O que Christian diz sobre eu sentir pressão? Não, de forma alguma”.

TOTO WOLFF; CHRISTIAN HORNER
Toto Wolff, Christian Horner e a guerra verbal segue entre os rivais (Foto: XPB/Red Bull Content Pool/Getty Images)

“Sinto que ele é um dos protagonistas de uma pantomima [nota do editor: no teatro, a pantomima é uma atuação cênica em que não há o uso de linguagem oral, sendo a sua representação realizada por meio de gestos, mímicas e sem emprego de palavras], como parte do elenco da Fórmula 1, e para mim, como acionista, como dono de equipe, é ótimo que ele crie este tipo de história. É bom para o esporte e para a Netflix porque eles querem retratar as pessoas, não apenas o cronômetro. Mas é irrelevante”, disparou.

“As pessoas têm um microfone na frente ou uma câmera na mão e começam a se comportar como atores pequenos, como em Hollywood”, respondeu Wolff, que entende que Horner aproveita o fato de estar em evidência para dar declarações marcantes, muitas delas ácidas contra a Mercedes. Tudo para estar sob os holofotes.

“As pessoas perceberam que são citadas se dizem coisas polêmicas. Isso dá abertura para a mídia mostrar sua imagem nos jornais”, complementou.

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Toto Wolff recordou outro dirigente britânico conhecido pela sua habilidade em, até hoje, ser responsável por boas manchetes: Bernie Ecclestone, que comandou a F1 por mais de 40 anos e deixou a chefia da categoria em 2017 para dar lugar à gestão do Liberty Media.

“Em muitos aspectos, estamos voltando às nossas raízes porque o que Bernie criou naquela época foi corrida e espuma. Quando não havia corridas o bastante, ele fazia espuma, era sempre bom para uma manchete. Estamos de volta a esse tempo”, disse.

“Não me envolvo nisso. Acho divertido, mas não me toca”, acrescentou Wolff, que, ao fim da entrevista, reiterou que o fato de ter uma concorrente real na briga pelos campeonatos deste ano é algo muito menor em relação ao que já teve de lidar em sua trajetória. “Tive tantos anos difíceis na minha vida que isso, lutar por um título, não está nesta escala”.

“Comparada com a minha infância, minha adolescência, as lutas que tive de enfrentar, isso é diversão, porque o que aconteceu na minha infância deixou cicatrizes permanentes. Não foi só perder meu pai. Meu pai ficou doente por 10 anos com um tumor no cérebro. Desde o primeiro momento, lembro que ele estava doente, até que ele morreu na minha adolescência e nós, literalmente, não tínhamos dinheiro. Ele não podia trabalhar”, recordou.

“Lembro que, aos 14 anos, pensava que queria ser responsável por mim mesmo. Não queria depender de ninguém, sabia que não poderia contar com ninguém. Todo mundo tem sua história. Todo mundo tem suas lutas. Não peço simpatia. Mas, na comparação com meu trabalho como chefe de equipe, ainda sou assombrado com isso”, disse Wolff, que fez uma revelação.

“Ainda acordo tendo sonhado que estou sozinho. É um sonho que tenho desde criança. Isso pode acontecer a qualquer momento. Não se trata de pressão, nem de emprego. Discutimos saúde mental hoje em dia, e as pessoas veem que você é bem-sucedido e acham que deve estar tudo bem, mas você quer dizer a elas: você não está sozinho. A cicatriz nunca se vai”, contou. “Então, isso impulsiona minha ambição. Muitas pessoas de sucesso, seja nos negócios, ou médicos, advogados, muitas delas enfrentam humilhação e enfrentam traumas cedo na vida”, concluiu Toto Wolff.

Neste fim de semana, a Fórmula 1 volta a acelerar e realiza a 18ª etapa da temporada 2021 com a disputa do GP da Cidade do México. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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