Bottas elogia chegada de Binotto e critica liderança antiga da Audi: “Memória curta”

Em meio às notícias de que Gabriel Bortoleto é sério candidato à vaga da Sauber na temporada 2025 da Fórmula 1, Valtteri Bottas segue tentando manter o assento na equipe para os próximos anos, até a chegada da Audi em 2026. O finlandês disse ver como boa notícia a chegada de Mattia Binotto, substituto do ex-CEO Andreas Seidl, e chegou a dar uma cutucada na antiga gestão — que, segundo ele, tinha “memória curta” e não lembrava do desempenho do piloto no passado.

“Em relação à liderança antiga, acho que as pessoas têm memória curta”, disse Bottas ao portal Motorsport Week. “Só me viram em um carro que não performa, e nada antes disso serve. Mas acho que a diferença para Mattia [Binotto] é que ele batalhou contra nós quando eu estava na Mercedes. Ele podia monitorar o que eu fazia, e eu roubava pontos deles”, destacou.

“Então, ele sabe disso. Como eu disse, acho que começamos as conversas da maneira certa, com respeito, e é isso que realmente aprecio. Vamos continuar essas conversas, mas, para mim, está claro o que quero. E o que quero é estar na Fórmula 1 até a Audi chegar”, cravou.

Para Bottas, os problemas da Sauber — única equipe que não conseguiu pontuar ainda na F1 2024 — remontam ao início da temporada, quando o time suíço sofreu nos pit-stops por uma defasagem de equipamento. O finlandês disse que a situação consumiu um tempo valioso, que poderia estar sendo dedicado à evolução do carro em si.

“Tivemos problemas em todas as sessões. No começo do ano, os problemas nos pit-stops estavam custando muito tempo e recursos para serem resolvidos, ao invés de focar totalmente em evoluir o carro”, analisou.

“E não fomos tão estáveis em termos de pessoal. Tivemos pessoas novas chegando, outras saindo. Então, é como se tudo estivesse sendo formado para o futuro. Acho que isso nos custou alguns recursos”, pontuou.

Valtteri ainda fez um desabafo sobre a situação atual, em que precisa se provar para manter a vaga mas não consegue devido à fraqueza do equipamento. Segundo ele, o que importa é analisar a performance, e não apenas os resultados.

“Não é uma situação fácil de se estar como piloto, porque você sofre para provar o que pode fazer. Se as pessoas olharem apenas para os resultados, fica fácil julgar. O principal é que sei como estou performando, a equipe também sabe, e é o que importa no fim das contas”, afirmou.

“As pessoas que entendem sobre performance de pilotagem ainda vão ver o que você consegue fazer se tiver o carro para isso”, prosseguiu.

A falta de estabilidade, tanto nas pistas como fora delas, é um dos motivos para que a Sauber não tenha conseguido atingir as metas de 2024, na opinião do piloto. Bottas destacou que a estruturação da equipe tem sido feita pensando em um futuro melhor, mas as saídas e chegadas de funcionários dificultaram o crescimento este ano.

“Acho que há vários motivos para não termos, eu diria, atingido as metas”, avaliou Bottas. “Tivemos uma segunda mudança na liderança da equipe recentemente, e acho que o time tem tentado se estruturar para um futuro melhor”, explicou o finlandês.

“As coisas não foram muito estáveis, e acho que isso pode se refletir um pouco na performance de pista”, admitiu o piloto.

Por fim, Bottas criticou de novo a “memória curta” nas avaliações sobre seu desempenho, mas garantiu que segue confiante em manter a vaga ao ser analisado por alguém que entende o esporte.

“Acho que o esporte funciona assim. As pessoas têm memória curta. Mas, por sorte, ainda há aqueles que entendem. Então, estou confiando nisso”, finalizou Bottas.

A Fórmula 1 volta de 13 a 15 de setembro em Baku, para a disputa do GP do Azerbaijão, 17ª etapa da temporada 2024.

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