Williams se torna equipe pagante de vez e coloca em risco reestruturação técnica

A Williams tinha a opção de escolher Robert Kubica ou até mesmo seguir com Felipe Massa em um ano em que promete um carro mais forte, mas preferiu a grana dos russos ao contratar Sergey Sirotkin e agora vai colocar em risco a reestruturação técnica que conduziu ao longo de 2017

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Há 20 anos, a Williams não vence um Mundial e há a seis não ganha uma corrida. A equipe de Grove está longe das três principais do grid e, neste momento sequer chega perto da atual quarta força. O cenário é desolador para uma esquadra que coleciona títulos, vitórias e que já teve em suas garagens lendas do esporte a motor. Mas o time tentou a reação, é bem verdade. Em 2014, promoveu uma enorme reestruturação, colocou gente de peso para conduzir o barco, apostou no talento do então jovem Valtteri Bottas e trouxe a experiência de Felipe Massa, que tinha acabado de ser dispensado da Ferrari. O resultado foi o terceiro posto entre os Construtores naquele ano, em uma arrancada quase heroica, batendo a Ferrari, inclusive. A esquadra ainda conseguiu se manter no top-3 em 2015, agora superando a Red Bull.

 
Só que, nas duas temporadas seguintes, entretanto, o time inglês se perdeu em problemas de operação, erros estratégicos e desempenho – especialmente. A performance, é claro, se refletiu na colocação no Mundial: em 2016, o time caiu para a quarta colocação, enquanto que, no ano passado, a queda foi ainda maior. A Williams se viu derrotada por uma forte e bem estruturada Force India. Os números finais dão uma ideia do quão difícil foi o campeonato para os britânicos e é igualmente difícil argumentar: foram quase 100 pontos separavam as duas líderes do pelotão intermediário. 
Lance Stroll e Sergey Sirotkin serão companheiros de equipe na Williams em 2018 (Foto: Williams)

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Não se pode negar que parte dessa queda se deve à escolha de Lance Stroll. Como já havia feito com Pastor Maldonado há alguns anos, a equipe decidira se entregar à grana do bilionário pai do canadense, que desembarcou na F1 muito jovem e cercada de desconfiança. A primeira parte da temporada, em que pese o pódio no Azerbaijão, foi bem mais complicada do que o esperado e os críticos não pouparam o novato. Mas é certo dizer que o piloto apresentou alguma melhora na segunda metade do campeonato, mas não o suficiente – e isso ficava evidente a cada pista desconhecida para o jovem. E Felipe Massa teve um papel importante neste cenário. Ajudou o companheiro e a própria Williams. Somou pontos, mas também foi traído pela inconsistência do carro.

 
É correto dizer também que, apesar de ter optado pelo dinheiro de Lawrence Stroll, a Williams se fortaleceu tecnicamente. Paddy Lowe – ex-diretor da McLaren e um dos principais cabeças da Mercedes nos últimos três anos de domínio da marca na F1 – chegou a Grove no início de 2017, para também chefiar a parte técnica. O time ainda contratou o experiente Dirk de Beer para o setor aerodinâmico. Mas o trabalho de ambos não pode ser devidamente aproveitado, uma vez que o projeto já estava pronto. Ou seja, a equipe começou com o que tinha.
 
Agora, porém, a situação é outra. O resultado de toda a reestruturação técnica realizada ao longo do ano sob a batuta de Lowe deve ser visto na pista em 2018. O próprio Massa revelou que o projeto é totalmente diferente e que o novo carro vem mais agressivo em um trabalho assinado pelos dois profissionais. Aliás, esse trabalho era um dos pontos que faziam parte do desejo de Felipe em continuar na F1. Ao GRANDE PRÊMIO, o brasileiro falou sobre as mudanças feitas na parte técnica e o esforço na direção de um passo verdadeiramente adiante do time inglês.
 
Então, pode-se dizer que o modelo de 2018 muito provavelmente será melhor que o FW40 de 2017. Mas um carro bom, um carro vencedor não ganha sozinho, não é? E aí é que entra a fragilidade da escolha da Williams. E o fato de que, mais que nunca, o time virou mais uma equipe pagante do grid.
Robert Kubica será apenas reserva da Williams em 2018 (Foto: Sky Sports/Twitter)

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Stroll não tem condição de liderar a equipe, e isso está claro. Ainda que tivesse se mostrado um prodígio como Max Verstappen ou até mesmo como Esteban Ocon, o jovem canadense carece de experiência e personalidade. Ainda preciso ser guiado. Já Sergey Sirotkin, que sequer estava nos planos originais, chega sem um grande currículo. Como Lance, terá de aprender tudo. Apesar de todos os predicados ditos da Renault, o russo não será a referência, o que deixa a Williams no mesmo cenário desolador. Ainda que consiga produzir um carro decente, não será capaz de enfrentar a Force India e sua fortíssima dupla. 

 
Diante disso, a opção por Massa teria sido a mais adequada no momento em que a equipe pretende protagonizar uma nova arrancada. O veterano foi o responsável pelo colocar o carro nos pontos em 2017, no Q3 e terminou o ano duelando com uma McLaren melhor. Robert Kubica também teria sido uma escolha sábia. Tanto pela bela história, mas também pela experiência, que certamente não se perdeu com os anos. Ainda, não seria um absurdo ter apostado em Pascal Werhlein. Mesmo jovem, o alemão mostrou qualidade nos anos de Sauber e Manor. Só que agora, por ter aceitado o gordo aporte financeiro de seus pilotos, a Williams preferiu colocar em risco o trabalho de uma temporada.
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