Após longa espera, Piquet, Drugovich e Samaia estreiam na Fórmula 2 em Spielberg

O trio vai à pista de maneira competitiva na Fórmula 2, durante o fim de semana na Áustria, e tem a rápida adaptação como maior objetivo

Demorou muito mais que o esperado, mas chegou a hora da Fórmula 2 ligar os motores e tomar as pistas. A principal categoria-satélite da Fórmula 1 também começa neste fim de semana, com corridas nos dias 4 e 5 de julho, em Spielberg, na Áustria. É a oportunidade para a estreia na categoria dos três pilotos brasileiros que fazem parte do grid. Pedro Piquet, Felipe Drugovich e Guilherme Samaia não têm experiência no campeonato, mas começam a construir um novo capítulo de suas carreiras.

Pedro Piquet (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

Pedro Piquet

Dos três, o mais experiente na categorias que andam acopladas à F1 é Piquet. Na Europa desde 2016, disputou o último ano da fase GP3, em 2018, e o primeira da F3, em 2019. Venceu três corridas e foi a sete pódios. Ano passado, terminou com a quinta colocação do campeonato a bordo do carro da Trident, dominando o companheiro Niko Kari, antigo pupilo da Red Bull.

Agora, aos 22 anos de idade, estreia pela Charouz ao lado de Louis Delétraz, experiente no campeonato e um dos candidatos ao título. Piquet destacou que ainda vive processo de adaptação, mas a meta, mesmo assim, é pontuar com gosto.

“Começamos a temporada no próximo fim de semana depois do adiamento pela pandemia de coronavírus. Estou muito animado para voltar às pistas e à competição”, afirmou.

“É tudo muito novo para nós ainda, com esse regulamento dos pneus aro 18, então será um grande desafio para todos. Mas temos uma base boa do Bahrein, no começo do ano, e vamos lá. Será um grande aprendizado, é uma categoria bem diferente do que eu era acostumado, mas quero sempre andar melhor a cada corrida, sempre evoluindo. Quero ter fins de semana limpos e marcar muitos pontos”, comentou.

Felipe Drugovich (Foto: Fórmula 2)

Felipe Drugovich

Felipe Drugovich tem uma trajetória um tanto diferente. Assim como Piquet, esteve na F3 ano passado, mas de maneira muito menos marcante. É verdade que foi quem mais pontuou entre os três pilotos de uma Carlin em temporada tenebrosa, mas mesmo assim fez somente oito pontos: todos numa única corrida.

Campeão da F3 Espanhola e da Euroformula em 2018, a decepção não impediu a evolução na carreira. Aos 20 anos, parte para a MP, onde será companheiro de equipe de Nobuharu Matsushita. A boa notícia é que há espaço para crescer: a MP fez temporada medíocre em 2019, mas com a dupla Jordan King e Mahaveer Raghunathan. Precisa ser melhor que ambos, o que até pode representar pressão, mas não chega a ser tarefa inglória.

Segundo Drugovich, a F2 é mais afeita a seu estilo do que a F3 e o trabalho da MP tem ajudado na adaptação.

“É mais ou menos como se todos estivessem começando do zero. Este é um dos motivos pelos quais eu optei por fazer a Fórmula 2 este ano, porque nivela todos os pilotos. Por isso, acredito ser um bom ano para iniciar na categoria”, declarou.

“Penso que eu me encaixo mais no estilo de guiada do F2. Eu me senti realmente confortável com a equipe e com o carro desde o primeiro treino. Fui o segundo colocado na última sessão no Bahrein, cheguei a ter o segundo melhor tempo geral em determinado momento e terminei em 3º no resultado final”, relembrou.

“Você tem muito mais downforce em relação ao peso do carro. Normalmente eu não sou aquele piloto que freia tarde, mas o que carrega velocidade nas curvas, então penso que isso está me ajudando um pouco. Acredito que o downforce do F2 veste como uma luva para mim, muito mais do que o da Fórmula 3. Não vejo que o carro da F3 fosse tão adequado para mim quanto é este”, disse.

“Estou gostando muito da forma que a MP trabalha. Eles trouxeram pessoas novas para a equipe e as escolheram muito bem. Até o momento estamos trabalhando muito bem e melhorando a cada dia. O Nobu [Matsushita] também está ajudando demais toda a equipe. É muito bom para a equipe e para mim poder aprender com ele. É uma ótima oportunidade para a MP”, finalizou.

Guilherme Samaia (Foto: Duda Bairros)

Guilherme Samaia

Apesar de ser o mais velho dos brasileiros na Fórmula 2 – completa 24 anos em outubro -, Samaia é o único que estreará nas corridas disputadas a reboque da F1. Na Europa desde 2017, disputou a Euroformula, a F3 Inglesa e a Espanhola. Não chegou a vencer corridas em nenhuma delas, mas agora conta com a maior chance da carreira.

Ao menos no que diz respeito aos companheiros de equipe, Samaia é quem tem a tarefa mais complicada do trio. Na Campos, dividirá a garagem com Jack Aitken, um dos pilotos mais talentosos da atual geração e que já estava na escuderia em 2019. Na realidade, Aitken marcou 159 dos 189 pontos do time espanhol na última temporada.

Após um ano de espera na sequência do primeiro convite da Campos, enfim terá a chance de mostrar o valor. Segundo o piloto, o salto de carros F3 para os F2 são ainda maiores que os F2 para F1. Assim, o objetivo principal é se adaptar com sucesso.

“A Campos havia me oferecido uma vaga no ano passado, para estrear justamente na Áustria, mas preferimos esperar o momento certo. E finalmente, esse momento chegou. Não vejo a hora de acelerar”, contou.

“É tudo diferente: a carga aerodinâmica do Fórmula 2 é absurdamente maior, o contorno de curva é muito mais rápido, a potência, o poder de frenagem. Na F2 tem também outro fator importantíssimo que é a administração do consumo dos pneus, que varia muito durante a corrida. É um mundo diferente e nos testes do Barein eu pude me adaptar muito bem. Agora tem a questão de otimizar tudo e não perder tempo, porque a programação do final de semana é bem curta”, afirmou.

“A comunicação com a equipe já é boa e isso tem sido fundamental no processo todo. Espero continuar aprendendo e vou buscar sempre extrair o máximo de mim e do equipamento. É no que quero pensar primeiro; os resultados para um estreante, em uma categoria tão difícil e competitiva como a Fórmula 2, vão vir como consequência de um bom trabalho e adaptação. É isso o que buscamos no momento”, avaliou.

“É um calendário apertado, mas bom, porque a gente corre praticamente todo final de semana. Para que está estreando, é algo positivo porque a gente não tem muito intervalo e está em contato constante com o carro”, concluiu.

Até o momento, a Fórmula 2 confirmou as datas de oito etapas, exatamente as mesmas que a Fórmula 1. Etapas na Rússia, Bahrein e Abu Dhabi ainda não estão marcados.

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