Candidatos ao título patinam feio em caos da Holanda e deixam F2 na estaca zero

A Fórmula 2 saiu da Holanda, etapa que marcou o retorno da categoria das férias, praticamente da mesma forma como chegou. Isso porque a chuva castigou Zandvoort ao longo do final de semana e provocou um verdadeiro salseiro, bagunçando estratégias e derrubando postulantes ao título pelo meio do caminho. No final das contas, pode-se dizer que Théo Pourchaire, mesmo com o abandono, acabou contando com a sorte, pois se antes eram 117 pontos em jogo, agora restam 78 com a mesma distância de 12 a ser tirada.

Claro que ainda é um número possível de ser batido com uma pole-position e uma vitória na sprint do próximo final de semana, em Monza. Só que mais uma vez Frederik Vesti não conseguiu marcar pontos em uma corrida, e pior: graças a uma rara atrapalhada da Prema nos pit-stops, ao devolver o dinamarquês à pista com os dois pneus traseiros do carro mal colocados.

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É, portanto, algo para se preocupar. Desde o abandono na corrida principal da etapa de Silverstone, em incidente que começou com Dennis Hauger, Vesti perdeu um pouco a mão na temporada. Na Bélgica, na corrida 2, rodou quando se dirigia ao grid e nem largou. Se dessa vez não teve culpa nenhuma por sair de Zandvoort zerado, o descompasso da equipe italiana também mostra que vai ser preciso muito mais para bater a regularidade de Pourchaire.

Agora, não que o francês da ART tenha sido um primor nos Países Baixos, pelo contrário: também teve problemas na sprint que não aconteceu por conta do temporal. Não fosse isso, teria de remar muito — sem trocadilhos — para escalar o pelotão, uma vez que precisou largar do pit-lane. Na corrida principal, apenas em décimo, escapou da confusão ainda na largada muito graças à experiência das três temporadas nas costas, mas também foi traído pela pista úmida após o pit-stop e estampou o muro sem dó. Chegou a ter dificuldades para deixar a área de escape, aparentando muita dor nas costas.

Mas não foi apenas Pourchaire que patinou: Jack Doohan foi o primeiro a sair de cena ao rodar ainda na largada; Victor Martins, por sua vez, voltou a ser o afobado do início do ano e tomou uma punição estúpida — e justa — por forçar Oliver Bearman contra o muro numa disputa por posição. Já tinha jogado o carro para cima de Doohan na classificação em manobra que, no geral, saiu barata para os dois, mas se realmente quer deixar a impressão ruim das primeiras etapas para trás, não pode querer resolver na curva seguinte quando for contrariado.

Ainda teve Ayumu Iwasa se envolvendo num incidente com Kush Maini, tomando 10s de punição por isso e raspando a parede na volta final, quase abandonando a prova. Dos que começaram a etapa nas sete primeiras posições, Enzo Fittipaldi foi o que marcou mais pontos, porém cruzou a linha de chegada apenas em sétimo. Pontos importantes, mas que também refletiram mais uma classificação tumultuada, em que o brasileiro não passou do 19º por conta das bandeiras vermelhas.

Zandvoort, na verdade, resolveu premiar pilotos que parecem estar nos finais de semana apenas para compor o grid. Clément Novalak venceu pela primeira vez na categoria não apenas pela estratégia ter se encaixado perfeitamente com o safety-car, mas a Trident também acertou muito bem o carro para as condições da pista holandesa. Mesmo tendo Zane Maloney na cola, ampliava a vantagem volta a volta, cruzando a linha de chegada com mais de 2s de vantagem. Jak Crawford, o pole, foi ao pódio, completando o domingo incomum na categoria.

Restam mais duas rodadas até conhecermos o campeão de 2023. Tem muito jogo pela frente, mas a sensação de estaca zero torna tudo ainda mais imprevisível até Abu Dhabi.

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