Chefão da F2 rebate Drugovich e defende saída de pilotos após título: “Teriam vantagem”
Bruno Michel, chefe da F2, discordou da posição de Felipe Drugovich sobre a possibilidade de o campeão da categoria ter a chance de permanecer na série caso não seja promovido à F1 no ano seguinte, dizendo que isso seria injusto com os mais jovens
Ainda que não tivesse fechado acordo com a Aston Martin para 2023, uma coisa já era certa para Felipe Drugovich após o título da Fórmula 2: ele deixaria a categoria de qualquer forma ao final do ano, pois o regulamento não permite que o campeão permaneça na série por dois anos seguintes à conquista. O brasileiro, inclusive, criticou a regra, mas foi rebatido pelo chefão da F2, Bruno Michel, que defendeu que pilotos como Drugovich “teriam vantagem” sobre os novatos, indo contra a proposta de tanto a F2 quanto a F3 serem categorias-escola.
Felipe, que será piloto reserva e de desenvolvimento da Aston Martin ano que vem, falou sobre o tema ao ser questionado pelo site Race Fans. A questão abordada pelo brasileiro é a dificuldade que pilotos que saem da F2 têm de conseguir uma vaga na Fórmula 1. “Na minha opinião, ou você é campeão e não pode ficar mais, mas precisa ser promovido à F1, ou pode ficar”, disse Drugovich.
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Michel rebateu. “Discordo disso. Acho que é uma pirâmide, e você tem de ter um sistema em que, em algum momento, você sobe ou sai”, argumentou o dirigente, dizendo ainda que “não gostaria que a F2 ou a F3 se tornassem categorias profissionais”.
“Se isso acontecer, o problema será exatamente esse. Teremos pilotos ficando para sempre no mesmo campeonato, tendo grande vantagem por serem mais experientes em relação aos jovens que estão chegando”, continuou.
A questão, no entanto, é controversa, principalmente se for levado em conta os nomes que ainda são considerados para o grid da Fórmula 2, independentemente do tempo de carreira. O caso mais recente é o de Roberto Merhi, piloto espanhol de 31 anos que já teve passagem pela F1 em 2015 e foi a escolha da Campos para substituir Ralph Boschung quando o suíço precisou deixar a competição por tempo indeterminado devido a uma lesão no pescoço.
Michel, no entanto, insiste que a permanência do campeão da F2 na temporada seguinte criaria um cenário desigual por causa da experiência. “Não apenas não seria bom para a carreira deles, mas também não seria bom para os mais jovens, pois provavelmente não brilhariam [tanto] porque teriam de lutar contra pessoas que provavelmente não são melhores que eles, mas têm mais experiência, conhecem as pistas, os carros, as equipes, o que for.”
“Portanto, para mim, absolutamente não, e sempre insisti muito nisso. Fazemos isso desde o começo da GP2 e GP3: o campeão não pode permanecer, e acredito que esse é um ponto muito importante para ser mantido”, concluiu o chefão da F2.
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