Drugovich pede “vaga certa” na F1 a campeão da F2 e diz que novo carro “não muda nada”
Felipe Drugovich falou com exclusividade ao GRANDE PRÊMIO sobre o novo carro da Fórmula 2, garantindo que apesar da aparência mais próxima ao da Fórmula 1, "não tem diferença de performance" comparado ao modelo atual da categoria de base
Enquanto estuda as alternativas restantes para voltar às competições na temporada 2024, Felipe Drugovich observa a reta final da Fórmula 2 2023, que tem o atual vice-campeão, Théo Pourchaire, numa confortável vantagem na liderança para Frederik Vesti e Ayumu Iwasa. Qualquer um dos três que conquistar o título, no entanto, não terá vaga na Fórmula 1 no ano seguinte — história que se repetirá pela terceira vez consecutiva, e o brasileiro foi direto ao ser questionado sobre o que precisa mudar: apenas a certeza de que este campeão terá a chance de correr na elite do automobilismo mundial.
O último campeão da F2 que conseguiu subir no ano seguinte para a F1 foi Mick Schumacher, em 2020. A estreia do alemão foi pela Haas, em 2021. No mesmo ano, na F2, era a vez de Oscar Piastri ser coroado campeão ao final da temporada, só que a vaga para a F1 não apareceu. O australiano, aliás, ainda correu riscos de ficar mais um ano parado em meio à indecisão da Alpine de renovar ou não com Fernando Alonso, porém Piastri acabou acertando acordo com a McLaren para a temporada 2023.
Drugovich é o campeão reinante após uma temporada de total domínio, conquistando o título com uma etapa de antecedência. Mas os feitos não foram suficientes para colocar o brasileiro no grid da F1 2023. O mais próximo que o paranaense conseguiu foi a vaga de piloto de testes e reserva da Aston Martin, além de integrar o Programa de Desenvolvimento de Pilotos da equipe de Silverstone.
O foco, no entanto, continua “100% na Fórmula 1”, como Drugovich frisou em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO em Interlagos, no último final de semana. Um caminho que teria sido muito mais direto se ao menos o campeão da F2 tivesse garantias de estreia no último degrau da escada dos monopostos.
Felipe foi questionado pelo GP sobre o atual sistema da F2. Afinal, o que precisa mudar para essa ponte ser efetiva? “Acho que é bem simples: o campeão da Fórmula 2 tem de achar uma vaga na Fórmula 1”, enfatizou Drugovich. “Tem de ter uma vaga confirmada, alguma certeza. Talvez com um prazo de dois, três anos, mas pelo menos a certeza de que ele vai correr na F1, é isso”, salientou.
Uma vez campeão da F2, o piloto não pode mais competir por lá. É por isso que Drugovich reiterou que “os pilotos que são campeões da F2 precisam ter alguma certeza de que vão estar na F1 em algum momento da carreira deles”. A reportagem do GP, então, perguntou a Felipe se a mudança de equipamento pode melhorar no preparo dos pilotos que hoje estão na base. A partir de 2024, a F2 contará com uma nova geração de carros, com um design muito mais próximo do que é visto na F1.
Sim, o pacote é muito semelhante, Drugovich concordou, mas o que está por baixo, nas palavras do brasileiro, “não muda nada” em termos de preparação para a F1. Em suma: o carro será praticamente o mesmo.
“Inclusive eu que fiz o desenvolvimento do carro, testei o carro da F2 e não tem diferença de performance”, revelou. “É muito parecido com o carro [atual]. Visualmente, lógico, é mais parecido com o da F1 em algumas coisas, então o aprendizado é legal, mas como performance ou preparação para a F1, não muda nada”, concluiu Felipe.
O desfecho da temporada 2023 da Fórmula 2 será em Abu Dhabi, entre os dias 24 e 26 de novembro. A etapa também marca o encerramento do campeonato da F1. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades.
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