Drugovich sabe: vantagem em 2022 é boa, mas tem de voltar a vencer para ser tranquila

Felipe Drugovich viu Théo Pourchaire descontar dez pontos no Mundial 2022 da F2. Agora, 39 pontos separam os dois na tabela — um número ainda notável, mas que o próprio brasileiro sabe que pode ser insuficiente para mantê-lo na liderança se não voltar a vencer logo

Felipe Drugovich saiu da rodada do Azerbaijão, realizada entre 9 e 11 de junho, com nada menos do que 49 pontos de vantagem para Théo Pourchaire no Mundial 2022 da Fórmula 2. Era, sem dúvida, um desempenho inimaginável para o próprio piloto, e mais ainda para a MP, que até então tinha como melhores resultados os anos de 2020 e 2021, nos quais terminou em sexto.

Passadas seis rodadas, as quatro vitórias de Drugovich — a corrida principal em Jedá, as duas de Barcelona e, novamente, a corrida principal em Mônaco — impulsionaram o time holandês ao topo da tabela. Daqui em diante, no entanto, o brasileiro sabia que teria um grande desafio: sustentar a vantagem frente a adversários duros e que também dão tudo de si em busca do sonho de fazer parte da elite do automobilismo mundial: a Fórmula 1.

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Felipe Drugovich foi quarto na França (Foto: Dutch Photo Agency/Divulgação)

Mais três rodadas foram realizadas: Inglaterra, Áustria e França. Nas seis últimas corridas, o melhor resultado do paranaense foram dois quartos lugares. Na Áustria, na corrida principal, a chuva trouxe um cenário incerto antes mesmo da largada. Com a pista secando, Drugovich entrou no grupo dos que preferiram não arriscar e partiu com intermediários, mas a estratégia acabou sendo equivocada, e ele não chegou a marcar pontos (a segunda corrida fora do top-10 até o momento).

Ainda assim, a diferença na tabela era grande, e esse tem sido o grande trunfo do jovem de 22 anos neste curto período de seca: jogar com a vantagem e, ainda que os adversários cheguem à frente, buscar estar o mais perto possível para não perder tantos pontos.

Vejamos o principal adversário, Théo Pourchaire: o francês da ART subiu ao pódio em segundo em duas feature races (Inglaterra e França) e só não pontuou na corrida principal, em Spielberg — coincidentemente, a mesma que Drugovich saiu zerado, já que ambos apostaram na mesma estratégia e não tiveram sucesso.

No geral, foram 51 pontos conquistados que o fizeram dar mais um passo na luta pelo título. Mas o brasileiro, ainda que tenha chegado atrás de Pourchaire em cinco das seis corridas disputadas, esteve sempre na cola do rival e conseguiu anotar 41 pontos. A diferença, portanto, caiu dez pontos, mas ainda é notável: 39.

Théo Pourchaire descontou dez pontos na diferença para Drugovich em três rodadas (Foto: FIA Fórmula 2)

Agora olhemos para o atual terceiro colocado, Logan Sargeant. O americano, que tinha apenas 59 pontos até Baku, foi o que mais pontuou nas últimas três rodadas da temporada e chegou a assumir a vice-liderança, superando Pourchaire. Dos três, foi o único que venceu não apenas uma, mas duas corridas principais (Inglaterra e Áustria).

De repente, as atenções se voltaram para o representante da Carlin — que, diga-se, é uma equipe melhor que a MP. Ele ainda vinha de pódio em Baku, ou seja, assinou o nome no rol dos candidatos ao título com força. Mas quis o destino que Pourchaire, em casa, revertesse a situação e voltasse ao segundo posto. Sargeant teve problemas e abandonou, caindo para terceiro.

Enquanto isso, Drugovich mantinha uma liderança sólida. Mas não tranquila. O desempenho dos rivais provou que não seria tão fácil apenas administrar a gordura até o fim, muito pelo contrário. E o próprio brasileiro bateu o martelo ao comentar o fim de semana em Paul Ricard.

“Sei que é preciso vencer novamente e espero que isso aconteça o mais rápido possível. Mas estou feliz com os resultados do final de semana. Melhoramos bastante do treino para a corrida, e acho que na última corrida faltaram algumas ‘coisinhas’ que não encaixaram. O quarto lugar era o mínimo que podíamos ter conquistado. Marcamos pontos e mantivemos a liderança. Agora é continuar focado em busca de uma melhora. A evolução dos outros é nítida e temos de trabalhar bastante para acompanhar os outros”, disse Drugovich.

A síntese foi perfeita. Sem dúvida, as quatro vitórias no início foram cruciais para trazer ‘Drugo’ até aqui, mas não são suficientes frente a um grid tão competitivo.

A temporada 2022 de Drugovich é digna de aplausos, principalmente pelo que ele vem fazendo a bordo da modesta MP — que o próprio, inclusive, já disse não considerar a melhor equipe do grid, porém é impossível não reconhecer o quanto o carro desse ano casou com o piloto. Se mantiver a regularidade, caminha para ser campeão, e não seria absurdo dizer que, agora, bastaria administrar a vantagem. Porém, será ainda melhor começar a fazer isso tendo mais uma vitória na conta, sem dúvida.

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