Ghiotto evita pit-stop e derrota Ilott para vencer corrida 2 da Fórmula 2 na Hungria
O alto desgaste pareceu forçar todos a uma passagem pelos boxes no Hungaroring. Só que Luca Ghiotto arriscou tudo, levando os pneus médios da largada até o fim. Deu certo: o italiano superou por pouco Callum Ilott para vencer. Brasileiros não pontuaram
A estratégia de pneus voltou a ser chave na Fórmula 2. Um dia depois de uma prova definida pela diferença de performance entre macios e médios, o domingo (19) reservou outro tipo de embate: ir aos boxes ou não? Luca Ghiotto tentou completar a corrida de alto desgaste no Hungaroring com um único set de pneus, o que chegou a parecer loucura. Não era: o italiano surpreendeu Callum Ilott, aparentemente dominante, e venceu com apenas 0s4 de vantagem.
Ilott fez seu pit-stop e voltou à pista com tempos até 5s mais rápidos que os de Ghiotto. Em contrapartida, precisava buscar uma diferença acima dos 30s. O britânico colou no italiano na última volta, mas não teve como fazer a ultrapassagem.
Relacionadas
O pódio teve ainda Mick Schumacher, 11s distante. Robert Shwartzman, ainda líder do campeonato, surgiu em quarto. A zona de pontos ficou completa com Nikita Mazepin, Louis Delétraz, Jehan Daruvala e Guanyu Zhou.
Para os brasileiros, a corrida terminou sem pontos. Felipe Drugovich, principal esperança com o quarto lugar no grid, teve largada terrível e desabou para 20°, eventualmente terminando em 16°. Pedro Piquet o superou, em 15°. Guilherme Samaia voltou a ser último, em 21°.
O resultado mantém Shwartzman como líder do campeonato, mas com vantagem um pouco menor. O russo acumula 81 pontos contra 63 de Ilott, segundo colocado. A dupla já começa a disparar, com o terceiro colocado, Christian Lundgaard, estacionado em 43. Drugovich, ainda único brasileiro com pontos, é oitavo com 31.
Saiba como foi a corrida 2 da F2 na Hungria
A prova começou com asfalto ainda úmido após chuva durante a madrugada húngara. O traçado principal estava majoritariamente seco, permitindo uso de slicks. Mesmo assim, as primeiras voltas prometiam ser um grande desafio para os pilotos.
A largada foi incrivelmente tranquila. Ilott, pole, completou as primeiras curvas sem nem ser ameaçado. Ghiotto subiu para segundo, com Delétraz em terceiro. A zona de pontos seguia com Mazepin, Schumacher, Ticktum, Shwartzman e Alesi. Drugovich, que largou em quarto, largou muito mal e desabou para 20°.
Ticktum, sexto, foi ao rádio para relatar um problema sério: falta de potência. O britânico perdeu posição primeiro para Shwartzman. Depois, direto para 12°. O abandono, primeiro do dia, foi confirmado na volta 5.
Ilott seguia abrindo vantagem, já acima de 4s. O britânico largou com médios, assim como Ghiotto. Delétraz decidiu partiu como macio e, em caso de alto desgaste de pneu, estaria com um problemão. O pit-stop não é obrigatório na corrida 2, mas talvez virasse necessidade.
Com apenas 10 das 28 voltas disputadas, a conta começou a chegar para Delétraz. O suíço ficou pressionado por Schumacher, que fez ultrapassagem tranquila para virar terceiro colocado. Mazepin e Shwartzman também vieram, subindo respectivamente para quarto e quinto.
Com os macios claramente com dias contados, alguns pilotos vieram aos boxes. Primeiro, Gelael e Daruvala. Depois, Delétraz. Todos colocaram médios para a segunda metade da corrida. Começava a ficar claro também que aqueles que largaram com médios estavam em posição delicada, com alto desgaste. Ou seja, a prova podia muito bem terminar com todos passando pelos boxes.
E assim passava a ser. Schumacher e Shwartzman vieram aos boxes, assim como o líder Ilott. Ghiotto e Mazepin surgiam em primeiro e segundo, mas com pneus gastos. O russo veio aos boxes, com o italiano apostando ainda na borracha da largada.
A prova chegava na reta final ainda em clima de incerteza. Ghiotto e Alesi eram os últimos dos moicanos, seguindo sem pits. Ilott, terceiro, vinha 31s atrás. Delétraz, Schumacher, Daruvala, Shwartzman e Mazepin vinham no fim da zona de pontos.
Alesi, 26s atrás de Ghiotto, logo virou vítima de Ilott e caiu para terceiro. O britânico ficava sem ninguém no caminho para caçar o italiano. Restava saber se as poucas voltas restantes seriam suficientes.
Enquanto Alesi desabava para o lado de fora da zona de pontos, Ghiotto mantinha a compostura. O italiano tentava de qualquer forma segurar a ofensiva de Ilott. Não conseguia: os pneus estavam acabados. Para sua sorte, o britânico não teve tempo para atacar e roubar a vitória.
Fórmula 2 2020, Hungaroring, corrida 2:
1 | L GHIOTTO | Hitech | 28 voltas | |
2 | C ILOTT | UNI-Virtuosi | +0.423 | |
3 | M SCHUMACHER | Prema | +11.762 | |
4 | R SHWARTZMAN | Prema | +13.818 | |
5 | N MAZEPIN | Hitech | +15.152 | |
6 | L DELÉTRAZ | Charouz | +23.451 | |
7 | J DARUVALA | Carlin | +23.831 | |
8 | G ZHOU | UNI-Virtuosi | +32.230 | |
9 | C LUNDGAARD | ART | +46.926 | |
10 | M ARMSTRONG | ART | +34.275 | |
11 | G ALESI | HWA | +39.283 | |
12 | N MATSUSHITA | MP | +42.731 | |
13 | S GELAEL | DAMS | +44.953 | |
14 | A MARKELOV | HWA | +51.733 | |
15 | P PIQUET | Charouz | +52.231 | |
16 | F DRUGOVICH | MP | +55.890 | |
17 | R NISSANY | Tirdent | +1:04.365 | |
18 | Y TSUNODA | Carlin | +1:13.806 | |
19 | M SATO | Trident | +1:23.059 | NC |
20 | J AITKEN | Campos | +1:15.656 | NC |
21 | G SAMAIA | Campos | +1 volta | NC |
22 | D TICKTUM | DAMS | +5 voltas | NC |