Dürksen avalia que carreira no automobilismo “é mais fácil” para europeus: “Perto de casa”
Joshua Dürksen precisou correr com a bandeira da Alemanha por uma temporada para obter orçamento necessário para a F4, portanto explicou ao GRANDE PRÊMIO que entende que a rota para pilotos europeus tem suas facilidades
A facilidade normalmente vista no automobilismo para pilotos de nacionalidade europeia pode ser explicada puramente por uma questão geográfica, na visão de Joshua Dürksen. Nascido no Paraguai, o representante da AIX na Fórmula 2 explicou que além das principais categorias serem mais populares no Velho Continente — o que atrai mais patrocínios —, os pilotos europeus desfrutam do privilégio de correrem a poucas horas de casa.
Dürksen, por exemplo, chegou a correr por um ano sob a bandeira da Alemanha (ele possui dupla cidadania), pois precisava assegurar o dinheiro necessário para continuar correndo na F4 Italiana, contou ao GRANDE PRÊMIO em entrevista exclusiva. Na ocasião, após estrear nos monopostos em 2019 com a bandeira do Paraguai, começou a receber apoio de empresas alemãs e aceitou a oferta.
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“Fiz meu primeiro ano com a bandeira paraguaia, em 2019, e meu segundo, em 2020, com a bandeira alemã. Estávamos recebendo apoio do lado alemão e tivemos de aceitar, precisávamos obter o orçamento para levar à F4, o que já era um pouco difícil. Por isso tivemos de tomar essa decisão de correr ao menos por um ano com a bandeira da Alemanha. Depois disso, voltei a correr com a paraguaia porque simplesmente amo o país de onde venho”, relatou o piloto.
O GP aproveitou para questionar Dürksen sobre a rota dos monopostos e citou como exemplo a recente entrevista de Guanyu Zhou a respeito do possível preconceito com nacionalidades diferentes das europeias. Perguntado se achava o caminho para jovens europeus mais fácil, admitiu que “por um lado, sim”.
“Senti isso também algumas vezes, e acho que, especialmente para pilotos europeus, talvez seja um pouco mais fácil porque as corridas são bem próximas de suas casas comparado a nós que viemos da América do Sul ou, no caso de Guanyu Zhou, da China. Claro, fica mais difícil para nós e mais fácil para os europeus”, declarou.
“Porque é bem perto, eles vão correr, pegam um voo de duas horas e estão em casa. Nós precisamos de 12 horas ou 24 horas de viagem, ou seja, muito mais. Mas também acho que pode influenciar um pouco ter uma bandeira britânica ou a bandeira da Itália, ou outra europeia, acho que influencia um pouco porque é mais popular. Estamos mais acostumados a ver essas bandeiras no esporte”, continuou.
Dürksen também citou o fato de o público que acompanha as categorias na Europa ser maior, o que também traz mais empresas em busca de pilotos que carreguem bandeiras britânicas ou outras do continente.
“Talvez seja um pouco mais difícil para nós porque, como sul-americanos, não éramos tão conhecidos no automobilismo europeu ou em campeonatos mundiais de automobilismo. Talvez [o automobilismo sul-americano] não seja tão popular, e acho que isso faz um pouco [de diferença], com certeza. Não acho que seja uma grande, mas provavelmente um pouco, sim”, finalizou.
A Fórmula 2 agora só retorna de 29 de novembro a 1º de dezembro em no Catar, primeira vez da categoria no circuito de Lusail. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da temporada 2024.
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