Shwartzman truca Schumacher e vence corrida 1 da F2 na Hungria. Drugovich é 5°

A corrida 1 da Fórmula 2 neste sábado (18) pode ser definida em uma palavra: estratégia. Não bastava ter ritmo quando não se tinha os pneus certos na hora certa. Na base disso, Robert Shwartzman se tornou imbatível: o russo, que não parecia brigar por vitória após largar em 11°, ganhou vida ao apostar em uma largada com médios. Foi assim que, com macios nas voltas finais, o piloto superou Mick Schumacher e triunfou pela segunda vez em 2020.

A estratégia de pneus macios no fim foi um sucesso tão grande que permitiu um improvável Nikita Mazepin em segundo, passando Mick Schumacher nas voltas finais. O alemão teve como prêmio de consolação o terceiro lugar.

O quarto lugar foi de Luca Ghiotto, que também perdeu performance no fim. Felipe Drugovich, voando baixo com pneus novos nas voltas finais, saltou de 18° no grid para quinto. A zona de pontos ainda teve Jehan Daruvala, Louis Delétraz, Callum Ilott, Dan Ticktum e Guanyu Zhou.

Pedro Piquet chegou a estar na zona de pontos, mas sofreu com pneus. O brasileiro se arrastou com médios gastos no fim e cruzou a linha de chegada em 14°. Guilherme Samaia, em dia de poucos destaques, foi 15°.

A prova começou com uma dose considerável de acidentes. Ainda na segunda volta, Roy Nissany bateu no companheiro Marino Sato e forçou abandono duplo. Pouco depois, Luca Ghiotto e Christian Lundgaard se tocaram, com o último furando pneu. Sem controle e tentando evitar carros mais rápidos, o dinamarquês causou acidente de maior força com Artem Markelov.

A segunda vitória no ano faz Shwartzman ampliar a vantagem na liderança do campeonato. São 73 pontos contra 51 de Ilott, ainda vice. Drugovich, único brasileiro com pontos, é sexto com 31.

A corrida 2 da F2 começa às 6h (de Brasília) de domingo. Ilott, oitavo na primeira prova, leva a pole-position através da inversão de grid.

Saiba como foi a corrida 1 da F2 na Hungria

A largada foi ótima para Ilott, que disparou e chegou na primeira curva sem ser desafiado. O problema foi na segunda: Ticktum tracionou muito bem e chegou perto de fazer uma ultrapassagem ousada por fora. Schumacher e Lundgaard ultrapassaram Ghiotto, que caiu para quinto. Shwartzman, Aitken, Zhou, Gelael e Armstrong fechavam a zona de pontos.

Mais atrás, drama entre companheiros de equipe: Nissany acertou Sato, que abandonou no ato. Com o japonês estacionado na beira da pista, o safety-car foi necessário por duas voltas.

A relargada foi confusa. Lundgaard partiu para cima de Ghiotto após perder posição, lutando pelo quarto lugar. O dinamarquês tentou passar o italiano, que mudou de trajetória de última hora e causou toque. O pneu de Christian furou na hora. O resto do grid tentou passar de qualquer jeito, mas não conseguiu: Markelov acabou atingido por Lundgaard e foi direto para a barreira de pneus.

A prova recomeçou na sexta volta. Ticktum veio aos boxes de imediato para tentar superar Ilott, que respondeu no giro seguinte. Callum conseguiu fazer a marcação funcionar, voltando à frente de Dan. A liderança agora cabia a Schumacher, que decidiu levar os pneus macios adiante. Ghiotto e Shwartzman vinham pouco atrás.

Foi só na volta 11 que Ghiotto parou, trazendo Zhou junto. O italiano chegou muito perto de voltar na frente de Ilott, líder virtual da corrida. Os pneus frios, entretanto, impediram a troca de ponteiro. Schumacher e Shwartzman, a dupla da Prema, eram os últimos pilotos de ponta ainda com pneus velhos.

Mais dois giros e Schumacher parou. O alemão voltou à pista com margem considerável sobre Ilott, mas também sofrendo com a falta de temperatura. Ilott colou e passou o alemão em duas curvas, novamente sendo o líder virtual. Em sexto, o britânico precisava esperar pelos pits de mais cinco pilotos para voltar a liderar.

Entre os que já haviam parado, a grande briga era pelo que viria a ser o terceiro lugar. Ticktum seguia à frente de Ghiotto, mas com menos ritmo. O italiano tentou passar por fora na curva 2, sem sucesso. Uma volta depois, na curva 1, um mergulho bastou para deixar o britânico para trás.

Depois dessa briga, chegou a vez de uma ainda mais importante. Schumacher seguiu próximo de Ilott, mas ainda sem conseguir atacar. Foi só o desgaste de pneus afetar o britânico um pouco mais que o alemão teve a chance de passar com DRS na reta principal. Era o quinto lugar, mas viria a ser o primeiro.

Quem sofria com desgaste de pneus, mas de forma muito mais extrema, era Ticktum. O piloto da Dams foi passado primeiro por Zhou, depois por Delétraz, depois por Piquet. O brasileiro, aliás, passava a figurar em décimo e tinha chance real de pontuar pela primeira vez no ano.

Na altura da volta 27, os pilotos com pneus médios finalmente decidiram colocar macios. Depois de Duravala e Drugovich, chegou a vez de Shwartzman. O russo parecia capaz de voltar à pista em terceiro e com grande vantagem de pneus, mas se complicou: uma enorme travada na saída dos pits podia comprometer o ritmo nas voltas finais.

Só que o problema foi mínimo. Shwartzman começou a voar, assim como Mazepin, Drugovich e Daruvala. O quarteto foi imbatível nas voltas finais: Robert levou a vitória, com Nikita em segundo.

Fórmula 2 2020, GP da Hungria, Hungaroring, Corrida 1, Resultado Final:

1	R SHWARTZMAN	Prema	1:01:36.211	37 voltas
2	N MAZEPIN	Hitech	+15.599
3	M SCHUMACHER	Prema	+23.051
4	L GHIOTTO	Hitech	+32.775
5	F DRUGOVICH	MP	+36.241
6	J DARUVALA	Carlin	+40.104
7	L DELÉTRAZ	Charouz	+46.191
8	C ILOTT	UNI-Virtuosi	+48.780
9	D TICKTUM	DAMS	+49.652
10	G ZHOU	UNI-Virtuosi	+52.176
11	G ALESI	HWA	+1:01.789
12	N MATSUSHITA	MP	+1:21.317
13	J AITKEN	Campos	+1:31.744
14	P PIQUET	Charouz	+1:45.786
15	G SAMAIA	Campos	+1 volta
16	Y TSUNODA	Carlin	+1 volta
17	S GELAEL	DAMS	+1 volta
18	C LUNDGAARD	ART	+27 voltas
19	M ARMSTRONG	ART	+32 voltas
20	A MARKELOV	HWA	+34 voltas
21	M SATO	Trident	+36 voltas
22	R NISSANY	Tirdent	+36 voltas

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