Ainda “inexperiente”, Sette Câmara ressalta evolução em 1º ano na F3 Europeia: “Curva de crescimento é muito rápida”

Sérgio Sette Câmara teve no último fim de semana sua melhor rodada tripla na F3 Europeia, categoria em que faz seu ano de estreia em 2015. Com o sonho de chegar à F1, o piloto de 17 anos pretende seguir dando um passo de cada vez na F3 e mira um final de ano bem mais consistente andando em circuitos que já conhece

Dois sétimos lugares em três corridas — um deles virou sexto por causa de uma punição a outro piloto —, apresentações mais consistentes e 14 pontos na mala. Este foi o fim de semana de Sérgio Sette Câmara na F3 Europeia em Zandvoort, o mais “proveitoso pelo conjunto” do ano, como ele mesmo define. E a perspectiva do piloto de 17 anos é de continuar com uma boa curva de crescimento na segunda metade da temporada 2015, mantendo-se com regularidade dentro da zona de pontuação.
 
Antes de Zandvoort, o outro momento de destaque do mineiro de Belo Horizonte na F3 havia sido na etapa de Spa-Francorchamps, quando, em uma prova tumultuada, ele conseguiu ir ao pódio na terceira posição.
 
Agora, com quatro rodadas triplas para o fim da temporada, o otimismo se dá pelo fato de que ele já fez testes em todos os circuitos que tem pela frente: o Red Bull Ring (Áustria), o autódromo do Algarve (Portugal), Nürburgring e Hockenheim (Alemanha). A intenção é repetir desempenhos consistentes como o de Zandvoort. Ele está em 15º na tabela de pontuação com 29 pontos.
Sette Câmara durante a etapa de Zandvoort da F3 Europeia (Foto: Divulgação)
“Zandvoort foi um fim de semana em que não começamos tão bem e conseguimos encontrar o melhor caminho depois da primeira tomada de tempos. Ficou bom mesmo na segunda tomada, e consegui um P9 e um P6 para as corridas dois e três”, começou a comentar Sette Câmara em entrevista ao GRANDE PRÊMIO. “Certamente eu teria pontuado nas três provas, não fosse uma pane eletrônica na primeira corrida. Então foi o fim de semana mais proveitoso no conjunto, mas não teve o troféu de Spa!”
 
“É muito bom ter que chegar em uma pista e não ter que aprender no treino livre. A gente agora está no melhor momento da temporada. Foi um crescimento constante”, prosseguiu, mencionando a primeira vitória da equipe Motorpark na temporada, também em Zandvoort, com o alemão Markus Pommer. “Todos estão indo mais rápido pouco a pouco, e isso é um impulso muito forte. E como ainda sou inexperiente, a curva de crescimento é muito rápida.” 
 
A adaptação à Europa
 
Paralelamente a uma série de treinos na Europa, Sette Câmara correu na F3 Brasil em 2014 e fechou o campeonato na sétima posição antes de se mudar para a Europa neste ano. Ele avalia que o período na categoria nacional foi importante para aprender algumas lições.
 
“A diferença é muito grande. Tanto os pilotos quanto as equipes da Europa estão muito bem preparados e tem que servir de exemplo para a F3 Brasil. Mesmo assim, acho que a F3 Brasil é um passo importante para que o piloto não chegue ‘virgem’ aqui na Europa”, disse.
Sérgio Sette Câmara corre na F3 Europeia com a Motorpark (Foto: Divulgação)

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Em 2015, ele fixou residência em Barcelona, onde frequenta um instituto no qual tem atividades escolares e treinamentos físicos voltados à carreira de atleta. Isso ajuda a minimizar o trauma que muitos jovens têm ao transferir a carreira do Brasil para a Europa. Sette Câmara também relata viagens frequentes a Oschersleben, na Alemanha, onde fica a fábrica da Motorpark.

 
“Sinto falta do Brasil e da minha família, mas aprendi a conviver com isso porque estou aqui para conquistar meus sonhos e sei que tenho que sacrificar algumas coisas. Além disso, no lugar onde moro aqui, tenho que treinar fisicamente e também ir para a escola, então sempre tenho tarefas a serem cumpridas. Na minha opinião, os brasileiros acabam ficando ‘abalados' por morar sozinhos e não ter uma rotina”, falou.
 
“Tenho trabalhado muito também no dia a dia da equipe. Apesar de morar em Barcelona, tenho ficado muitos dias na sede do time treinando no simulador e, principalmente, conhecendo o cotidiano do time e o trabalho dos engenheiros e dos mecânicos”, acrescentou.
 
O valor do pódio
 
“Em um campeonato tão competitivo, um pódio tem muito valor, e também foi muito importante para mostrar que nós temos condições de lutar pela ponta”, afirmou a respeito do grande resultado do ano, em Spa, em maio. “Fiquei muito feliz de poder subir ali, e espero que isso aconteça mais vezes ao longo do campeonato.” 
Sette Câmara foi ao pódio pela primeira vez na etapa de Spa (Foto: Flávio Quick)
Depois, com os pontos marcados na Holanda, também passou à frente de Pietro Fittipaldi na classificação. Para Câmara, ter a presença do neto de Emerson Fittipaldi na categoria é algo positivo: “Ele é um bom piloto e tem um sobrenome de peso, e isso agrega valor aos resultados que eu conquistar. Sem contar que, pela tradição da família, a presença dele gera interesse da mídia, que também quer saber sobre o outro brasileiro que está competindo ali”.
 
“Meu sonho é chegar à F1, mas o mais importante é se profissionalizar no esporte para que eu possa fazer o que mais gosto por muitos anos da minha vida. Estamos no campeonato certo, e de momento tenho que concentrar em conseguir o máximo de experiência possível e também ter bons resultados”, arremata.

Daqui para a frente, a ansiedade maior é pela rodada no Algarve, em 5 e 6 de setembro, circuito ao qual ele faz elogios. “Parece uma montanha russa. Cheio de baixada, subida…”, descreve, falando como um bom mineiro. Antes, nos dias 1 e 2 de agosto, disputa a rodada tripla do Red Bull Ring.

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