GUIA 2024: Sem brasileiros, F3 começa menos em foco e em processo de renovação de grid

Desde 2017, o Brasil via ao menos um piloto representar o país no grid da categoria que é considerada o penúltimo degrau antes da Fórmula 1. Para 2024, além de não ter nenhum brasileiro no grid, a ausência de um nome de mais destaque em ascensão na base indica que este será um ano mais focado em pavimentar o caminho para futuras novas estrelas

De certa forma, o pulo de Andrea Kimi Antonelli da FRECA direto para a Fórmula 2 acabou ofuscando a temporada 2024 da Fórmula 3. Era natural imaginar o piloto mais sensação da base atual dos monopostos subindo degrau por degrau a escada da Fórmula 1, porém a impressão que fica é que este será muito mais um ano focado no processo de renovação — e quanto a isso, novas caras não faltam entre os 30 inscritos para o campeonato que começa neste fim de semana, no Bahrein. Há, todavia, um ponto que não deixa de acender um alerta: a ausência de um brasileiro.

Não deixa de soar estranho, principalmente se olharmos para o histórico e ver que desde 2017, quando a classe ainda atendia pelo nome GP3, ao menos um piloto correu representando a bandeira verde e amarela. Mais esquisito é saber que o atual campeão da F3 é um brasileiro: Gabriel Bortoleto, em performance maiúscula embora fosse um estreante.

Em 2023, além do campeão Bortoleto, Caio Collet e Roberto Faria também disputaram a competição. O primeiro, aliás, merecia uma chance na Fórmula 2, considerando alguns que ainda por lá estão e nada acrescentam. Certamente Collet não seria um desses, ao menos já deu provas do quão talentoso é quando as condições prometem ser as piores possíveis para um piloto. Sem oportunidade, optou por trilhar o caminho da Indy, que também tem muito valor, sobretudo para o automobilismo brasileiro.

É claro que a falta de um piloto do Brasil em nada diminui a importância do campeonato. Trata-se, contudo, de um detalhe que chama atenção e já joga certa expectativa naquele que seria o próximo da fila, Rafael Câmara, que fará em 2024 mais um ano de FRECA com a Prema. Mas deixemos Câmara de lado e voltemos para a F3, pois se não há brasileiros, há nomes que merecem, sim, um olhar mais atento.

Agora na Prema, Gabriele Minì deve figurar na briga pelo título da F3 (Foto: F3)

Dois em especial podem surgir fortes na briga pelo título: Dino Beganovic e Gabriele Minì. O primeiro acabou perdendo a disputa caseira na Prema contra Paul Aron e Zak O’Sullivan — ambos promovidos para a F2 —, mas vale destacar que o sueco era um dos novatos, ao contrário, por exemplo, do britânico que integra a academia da Williams. Já Minì até venceu corridas e vislumbrou uma vice-liderança após o triunfo em Mônaco, porém perdeu fôlego na reta final. Os dois, aliás, serão companheiros de equipe no poderoso time italiano.

O novato Arvid Lindblad completa o trio e tem tudo para ser um dos que vão roubar pontos preciosos ao longo das etapas. Integrante do Red Bull Junior Team, o britânico vem de vitória no tradicional GP de Macau da F4, além do terceiro lugar na F4 Italiana, no ano passado. A Prema, portanto, monta um time forte para recuperar o topo da F3.

A campeã Trident, ex-equipe de Bortoleto, viu Oliver Goethe ir para a Campos e ficou apenas com Leonardo Fornaroli do trio de 2023, mas o próprio Gabriel provou que nem sempre a experiência é um fator decisivo, por isso a aposta em novatos pode se mostrar assertiva se houver um trabalho coeso entre piloto e time de engenharia.

Na MP, o nome que merece atenção é o do polonês Kacper Sztuka, campeão da F4 Italiana. Ele vai dividir o time neerlandês com o vice-campeão da GB3, Alexander Dunne, e o terceiro colocado da FRECA, Tim Tramnitz — este último também integrante da academia da Red Bull, assim como Sztuka. É mais um trio, aliás, que deve pintar forte na competição e fazer frente principalmente à Prema.

Quem provavelmente vai se unir a esses nomes é Luke Browning, ao menos a julgar pelo que se viu nos testes coletivos da pré-temporada. Campeão da GB3 em 2022, o britânico estreou na F3 no ano passado de forma discreta, mas chegou a ir ao pódio na rodada da Espanha. O principal feito, porém, foi a vitória no sempre disputado GP de Macau — que já teve mais peso no passado, porém sempre coloca o vencedor em evidência.

E olho ainda em Sophia Flörsch, alemã que se tornou no ano passado a primeira mulher a pontuar na F3, arrancando os melhores resultados da fraca PHM na temporada. Para 2024, a pilota vai defender as cores da Van Amersfoort.

Ainda que esteja longe do burburinho se comparada à F2, motivos não faltam para acompanhar atentamente o desenrolar das dez etapas da temporada 2024 da Fórmula 3. Até porque, é desse grid que emergirá os próximos que farão bastante barulho na classe que é o ponto final para quem sonha com a F1.

A Fórmula 3 retorna às pistas neste fim de semana, com a abertura da temporada 2024 no Bahrein, entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março.

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