Os carros elétricos da F-E serão bem mais velozes na segunda temporada da categoria, que começa em setembro deste ano. Quem disse foi o diretor-geral da categoria, Alejandro Agag. A parte técnica da F-E, da ainda razoavelmente pouco explorada tecnologia EV, vai ser aberta durante as próximas temporadas.
A segunda temporada terá desenvolvimento de diferentes trens de força, enquanto baterias distintas entram em jogo para 2016-17. Segundo Agag falou em entrevista à revista inglesa 'Autosport', o programa técnico posto em prática para a temporada inicial da categoria foi propositalmente cuidadoso.
"Não quero dar uma ideia de segundos por volta, mas os ganhos vão ser significantes na segunda temporada. Mesmo nessa temporada os times já aprenderam muita coisa sobre gerenciar corridas e o que eles precisam tirar mais dos carros. Eles estão todos trabalhando duro em como podem bater um ao outro, e a competição vai ficar mais séria quando as fabricantes entrarem", disse.
"Para essa temporada, tivemos que produzir 40 carros num curto espaço de tempo, então teve de ser cuidadoso com o desempenho. Mas esse é apenas o ponto inicial", seguiu Agag.
Para o chefão da categoria, manter uma especificação única para todas as equipes além da temporada inicial seria uma derrota para a categoria, porque todos estão aptos a competir.
"Estamos todos pessoas do automobilismo, e os times estão aqui para competir. É uma ótima coisa sobre a competição. Por isso criamos esse campeonato. De outra forma, não sei o motivo de você fazer. É para vencer os outros, e isso motiva todo mundo", concluiu.
Alejandro Agag, dirigente da F-E (Foto: Reuters)
Embora o aumento da velocidade seja pauta da F-E, os pilotos não estão insatisfeitos. Para Jean-Éric Vergne, que estava na F1 até o final de 2014, mesmo que a velocidade de outras categorias não exista ainda, os carros são muito complicados de serem guiados.
"Mesmo que não seja rápido, ainda é extremamente difícil de guiar. Não há muita aderência, e os carros são pesados. É muito mais difícil maximizar a potência que em outros carros. Você fala com outros pilotos, e eles dizem que é mais difícil ser rápido nesse carro que num de F1", falou à 'Autosport'.
"Num carro de F1, você sabe quando uma curva pode ser feita de uma vez e você confia na aderência. Aqui, você não pode confiar. O carro se mexe muito mais, não é fácil", explicou.
António Félix da Costa, que já até venceu uma corrida na F-E, falou que espera mais aceleração que velocidade final, propriamente dita.
"Seria legal ter mais força assim que você aperta o pedal. No momento, você aperta o acelerador saindo de cada curva e está bem, não patina, não tem problema. Então poderia ser mais desafiador nesse sentido. Mas a velocidade final não é tão importante", afirmou.
"Já parece mais rápido que é, porque você não tem som do motor, e eu acho que nessas circuitos apertados de rua que corremos alguns acidentes grandes poderiam aparecer se as velocidades fossem muito altas", encerrou.
Enquanto a organização pensa nas próximas temporadas, primeira da história entra neste final de semana na parte europeia do calendário. O eP de Mônaco acontece em 9 de maio, e o GRANDE PRÊMIO acompanha.