Vamos ser honestos. Quase todos olhando para Berlim neste final de semana querem saber se Lucas Di Grassi e Nelsinho Piquet vão ficar próximos um do outro novamente. Como se a temporada inicial da F-E precisasse de algo mais para torná-la animadora – e não precisa -, agora dois pilotos, líderes do campeonato, são rivais confirmados. Por muito tempo Piquet e Di Grassi competiram em categorias-escola, mas desde
as discussões e acusações em Monte Carlo, sob todas as câmeras, a rivalidade chegou a outro nível.
Lá em Mônaco, duas semanas atrás, Nelsinho acusou Di Grassi de tê-lo atrasado deliberadamente na classificação, o que foi prontamente descartado por Lucas, que disse ter ajudado o rival ao dá-lo a chance de pegar o vácuo. Durante a corrida, os dois tiveram uma excelente disputa pelo segundo lugar que acabou valendo a liderança do campeonato. Di Grassi levou a melhor. Se a rivalidade acirrada entre os dois for proporcionar mais momentos como este, então é mais que válida.
Mas é bom que não assumam o título como uma briga solitária entre a dupla. Embora falte a regularidade dos brasileiros, Sébastien Buemi tem momentos de brilhantismo. Além disso, tem o melhor carro da F-E. O suíço venceu no Uruguai e em Mônaco, o que faz dele o único no grid com duas vitórias. Com o triunfo no Principado, Buemi se colocou apenas dez pontos atrás e com todas as chances de alcançar qualquer um.
Na quarta colocação do campeonato, Nicolas Prost certamente tem suas chances apesar de estar 16 pontos atrás da briga, já que faltam quatro corridas no ano. No entanto, Mônaco certamente ainda faz com que Prost tenha sua insônias. É verdade que ele era o único dos 20 no grid que não conhecia a pista – até brincou que andou muito lá jogando videogame -, mas um sexto lugar enquanto seus três rivais pelo título dividem o pódio é complicado no momento de decisão. Enquanto os rivais vão ficando mais e mais regulares, Prost vê não apenas pontos a superar, mas três pilotos.
Clima tenso entre Di Grassi e Piquet (Foto: Reprodução/Twitter)
Território alemão
Se a F1 tem suas imensas dificuldades de vender ingressos e evitar prejuízos nos GPs da Alemanha tanto em Hockenheim quanto em Nürburgring – o que definitivamente não tem conseguido, tanto que
não vai ter GP da Alemanha em 2015 -, a F-E não teve o mesmo problema na primeira aterrissagem no país. Todos os ingressos foram vendidos, e a votação do FanBoost tem mostrado um engajamento real por parte dos germânicos.
Na última parcial da eleição divulgada pela F-E, Daniel Abt e Nick Heidfeld, os dois alemães do grid, estão entre os agraciados com o presente do público. Abt é o mais votado, enquanto Heidfeld é o terceiro. Em comum, ambos tem uma temporada miserável. Daniel tem um pódio e apenas 22 pontos na equipe que tem o líder do campeonato; Nick é um dos mais experientes da categoria e começou o ano dando a impressão que brigaria pelo título, tendo a vitória impedida por um erro de Prost na China, mas de lá para cá marcou apenas seis pontos.
O outro votado entre os agraciados? Piquet. Apesar de brasileiro de papel passado, Nelsinho nasceu na Alemanha. E assim os germânicos vão se mostrando mais protecionistas que franceses, americanos ou chineses.
Daniel Abt (Foto: Reprodução/Twitter)
F-E voa solo entre maiores eventos do automobilismo
Para competir com o GP de Mônaco e as 500 Milhas de Indianápolis, a F-E optou por andar num aeroporto ao sul de Berlim. O Tempelhof é cheio de história. Desde o nome ligado aos Cavaleiros Templários, donos, na época medieval, do local onde foi estabelecida a construção vários séculos depois.
Se tornou oficialmente um aeroporto em 1923, passando por uma remodelagem durante a Segunda Guerra Mundial, embora não tenha sido local utilizado para pousos e decolagens de aviões de guerra da Luftwaffe, a não ser em situações emergenciais, mas em trabalhos mais táticos e de inteligência, como espionagem aérea.
Depois da guerra, o Berlin-Tempelhof se tornou um dos mais movimentados aeroportos da Europa em voos comerciais, o que durou por décadas. Mas em 1996, a Alemanha decidiu deixar o Berlin-Schönefeld como único aeroporto para voos comerciais na capital alemã, algo que seria implementado em 2008, quando o Tempelhof encerrou operações.
Desde então, o aeroporto, com grande valor histórico para a cidade de Berlim, tem sediado eventos de diferentes cunhos. É neste lugar que a F-E corre – numa pista de 2.4km -, neste sábado (21).
Além do peso histórico, é mais uma chance de os alemães bradarem Berlim como "capital mundial da mobilidade elétrica", como fez a senadora para a economia, tecnologia e pesquisa, Cornelia Yzer.
Prognóstico do GRANDE PRÊMIO:
1 |
DANIEL ABT |
ALE |
AUDI ABT |
2 |
SÉBASTIEN BUEMI |
SUI |
E.DAMS |
3 |
NELSINHO PIQUET |
BRA |
CHINA |
4 |
LUCAS DI GRASSI |
BRA |
AUDI ABT |
5 |
NICOLAS PROST |
FRA |
E.DAMS |
TRABALHO BEM FEITO
Todo mundo diz que o segredo sucesso é fazer aquilo que se ama. Seja no esporte, na música, dentro de um escritório ou atrás de um balcão, curtir o que se faz é garantia de um dia a dia mais leve e, como não poderia deixar de ser, de um trabalho mais bem feito também. Infelizmente, isso não é verdade para todo mundo, mas tem aqueles que, além de fazerem o que amam, também têm a sorte de realizar um sonho de infância. E esse é o caso de Guilherme Spinelli, um dos principais nomes do rali brasileiro na atualidade