Lewis Hamilton é a bola da vez e ainda não tem futuro garantido na Mercedes — uma saída que seria surpreendente. Mas o próprio inglês já esteve envolvido em outra movimentação inesperada, e o 10+ da semana ainda relembra outros casos na Fórmula 1

Os rumores de uma suposta ida de Lewis Hamilton para a Ferrari ao final deste ano ganharam mais corpo esta semana, após o tabloide britânico Daily Mail revelar que a fábrica de Maranello planeja oferecer um contrato de £ 40 milhões (R$ 248,2 milhões) para ter o heptacampeão. O próprio piloto, na verdade, já admitiu que imaginou “como seria estar de vermelho” e relembrou que, no início da carreira, não conseguia se ver fora da McLaren, onde tudo começou.

 “Comecei na McLaren, gostaria de pensar que sempre serei parte da família McLaren. Comecei lá quando tinha 13 anos, então pensei em como seria se estivesse na McLaren um dia”, declarou Hamilton à emissora ESPN na ocasião do GP do Azerbaijão. “Pensei nisso e vi os pilotos da Ferrari nos telões da pista e, claro, você imagina como seria estar de vermelho… Mas aí vou para a minha equipe, para a Mercedes, e essa é a minha casa. Estou feliz onde estou. Ainda não assinei um contrato, mas estamos trabalhando nisso”, completou.

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Lewis Hamilton tem contrato com a Mercedes até o fim do ano (Foto: AFP)

Toto Wolff também sempre se vê às voltas com o tema e admitiu à imprensa austríaca que não é fácil discutir salário com quem considera ser “um irmão de sangue”. Contudo, assegurou mais uma vez que não há pressa para definir a renovação de contrato com Hamilton.

A única certeza em meio a toda a história é que, enquanto não assinar um novo acordo, Hamilton é uma peça disponível no mercado de pilotos da categoria máxima do automobilismo mundial, e, sem dúvida, uma saída da Mercedes, equipe pela qual conquistou seis dos seus sete títulos, seria surpreendente. Mas o próprio inglês já esteve envolvido em trocas e negociações que deram o que falar na F1. O GRANDE PREMIUM relembra este e outros casos. Confira a lista a seguir:

O retorno de Lauda à F1 rumo ao tri na McLaren (1982)

Nikki Lauda já possuía o status de lenda viva do automobilismo após de conquistar o bicampeonato mundial com a Ferrari apenas um ano após o terrível acidente em Nürburgring, no GP da Alemanha de 1976, quando ficou preso ao carro em chamas. Após duas temporadas com a Brabham, Lauda resolveu deixar a F1 e focar em negócios totalmente diferentes: a companhia aérea que acabara de fundar na ocasião.

Tudo, porém, mudou em 1982, quando recebeu uma oferta milionária da McLaren para retornar às pistas. Lauda precisou de apenas duas corridas para reencontrar o caminho das vitórias naquele ano. Até que, 1984, entrou de vez para a história da F1 ao se sagrar tricampeão mundial.

NIKI LAUDA; MCLAREN; 1982;
Niki Lauda voltou à Fórmula 1 em 1982. Dois anos depois, foi novamente campeão (Foto: McLaren)

A ida de Senna para a Lotus (1984)

Essa movimentação causou polêmica, e isso porque a Lotus resolveu anunciar a contratação do ainda promissor Ayrton Senna em 26 agosto de 1984, durante o fim de semana do GP da Holanda. Na ocasião, o piloto tinha um contrato de três anos com a Toleman, porém com uma cláusula que permitia a liberação a qualquer momento desde que a multa fosse paga. Mas a bronca da equipe com o “erro tático” (nas palavras do próprio Senna) foi tanta que o brasileiro simplesmente foi impedido pela Toleman de correr na etapa seguinte, na Itália.

Prost troca ‘explosiva’ McLaren por uma Ferrari em crise (1990)

Alain Prost era a grande estrela da McLaren na década de 1980, conquistando dois campeonatos com os ingleses. Mas o clima em Woking beirou ao insustentável quando Senna foi para lá, em 1988. Dois gênios do esporte que atingiram um dos níveis de rivalidade mais cultuados pelos fãs clássicos da Fórmula 1 — ainda que os boxes fossem um cenário de guerra.

Pois em 1990, após a controversa decisão da temporada anterior com a batida em Ayrton, Prost resolveu ir para uma Ferrari longe do ideal. O francês, no entanto, ainda arrancou o vice-campeonato após o ‘troco’ do arquirrival, mas teve um campeonato muito ruim em 1991, terminando apenas em quinto na classificação.

Apesar de passagem curta e conturbada, a lenda Alain Prost anotou 5 vitórias na Ferrari (Foto: Reprodução)

Schumacher assume lugar de Moreno na Benetton (1991)

Depois de impressionar Eddie Jordan com um sétimo lugar no grid de Spa-Francorchamps em 1991, Michael Schumacher imediatamente entrou no radar de Flavio Briatore, que viu no jovem alemão a figura perfeita para ser a cara da ambiciosa Benetton já na corrida seguinte, na Itália. Só que, para ter Schumacher, o time teve de romper com um de seus pilotos, e o escolhido foi Roberto Pupo Moreno.

Inconformado, o brasileiro conseguiu na justiça um recurso que lhe dava o direito de guiar a Benetton em Monza. Mas os italianos contra-atacaram com um acordo de meio milhão de dólares para Moreno desistir da ação e ceder o carro a Schumacher. Moreno aceitou após ser convencido de que não seria nada bom ficar no caminho da Mercedes. Naquele ano, o brasileiro ainda participou de duas provas com a Jordan (Itália e Portugal). Curiosidade: foi este imbróglio que deu origem ao Conselho de Reconhecimento de Contratos na F1.

Hill deixa Williams mesmo campeão (1997)

Essa foi daquelas saídas inesperadas, sobretudo por envolver o campeão mundial. Após quatro anos com a Williams e um título mundial, conquistado em 1996, Damon Hill pegou a todos de surpresa ao ir para a Arrows — equipe muito inferior à base de Grove — na temporada seguinte. Anos depois, Patrick Head, co-fundador da Williams, revelou em entrevista ao podcast Beyond the Grid, da Fórmula 1, que a verdadeira razão da repentina saída do filho de Graham Hill foi pela quantia considerada absurda exigida para a renovação de contrato.

Com Schumacher na Ferrari, Damon Hill viu caminho aberto para levar a Williams ao título em 1996 (Foto: Reprodução)

Vettel assume lugar de Speed na Toro Rosso (2007)

Essa é uma da série ‘troca-troca da Red Bull‘ que trouxe ninguém menos que Sebastian Vettel efetivamente para o grid da Fórmula 1 em 2007. Mas para ver o seu nome para sempre escrito na história do esporte, outro piloto pouco lembrando acabou sobrando na dança das cadeiras para dar a vez ao alemão na Toro Rosso: Scott Speed, que foi substituído do fim de semana na Hungria em diante. O americano nunca mais teve uma chance no concorrido grid da categoria.

O retorno de Räikkönen à F1 (2012)

Mais um que decidiu voltar à competição após um período fora. Kimi Räikkönen vinha de uma temporada bem ruim com Ferrari e, após dois anos sabáticos, aceitou retornar com a Lotus em 2012. A decisão se mostrou acertada, uma vez que o campeão do mundo de 2007 ainda venceu uma corrida e foi ao pódio em outras seis oportunidades, terminando em terceiro lugar na classificação daquela temporada.

Kimi Räikkönen ao lado de Fernando Alonso e Michael Schumacher no pódio do GP da Europa de 2012 (Foto: Reprodução)

Hamilton surpreende e assume lugar de Schumacher na Mercedes (2013)

Esse movimento também envolveu Hamilton e foi dos mais surpreendentes na ocasião, pois ninguém imaginava que o inglês sairia da McLaren. Mas o então pupilo de Ron Dennis aceitou o desafio de substituir ninguém menos que o heptacampeão Schumacher, que teve um retorno à F1 abaixo do esperado e havia optado por se aposentar definitivamente da classe.

Hamilton reconheceu anos depois que chegou a se perguntar se tinha mesmo tomado a decisão correta, mas que hoje vê a Mercedes como uma família e espera encerrar sua carreira na F1 com a fábrica de Brackley.

Alonso volta para McLaren anos após temporada polêmica (2015)

Se Hamilton chocou o mundo da F1 por deixar a McLaren, espanto maior foi ver Fernando Alonso retornando para a base em Woking anos após a conturbada temporada de 2007 — o ano em que a equipe então comandada por Ron Dennis reviveu os tempos da ‘dupla explosiva’ Senna/Prost com Alonso/Hamilton. Para completar, foi em 2007 que a McLaren se viu envolvida no escândalo de espionagem ao adquirir informações sigilosas da Ferrari. O piloto espanhol chegou a ameaçar a cúpula da equipe inglesa em troca de favorecimento na pista, o que foi em vão.

A saída foi inevitável após apenas um ano, porém o retorno anos depois deixou todos boquiabertos. Mas a segunda passagem de Alonso na McLaren foi frustrante: quatro temporadas e um 11º lugar em 2018 como melhor classificação final no período.

Fernando Alonso nos testes de pré-temporada em 2015, pela McLaren (Foto: Pirelli)

Verstappen é promovido para Red Bull aos 18 anos (2016)

Vamos encerrar essa lista com a estreia de Max Verstappen, e isso porque ela deu o que falar não apenas pela Red Bull novamente ter sacado sem dó um de seus pilotos — aqui, Daniil Kvyat — para abrir vaga para o holandês. Verstappen estreou para valer na Fórmula 1 no ano anterior aos 17 anos, levando a Toro Rosso constantemente aos pontos. Na temporada seguinte, foi promovido à equipe principal apenas quatro etapas depois e, já em sua primeira ida à pista defendendo a marca dos energéticos, venceu a corrida, tornando-se o mais jovem vencedor da história da F1, aos 18 anos, 7 meses e 15 dias — para se ter uma ideia, o segundo da lista, Vettel, subiu ao degrau mais alto do pódio pela primeira vez aos 21.

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