Com grande história na Fórmula 1, quais os principais pilotos do Japão no Mundial? É o tema do 10+ da semana

O GP do Japão de 2024 foi dominado por Max Verstappen, mas o público local teve um momento especial para comemorar: pela primeira vez desde 2012, um piloto do país esteve no top-10 e levou um ponto para casa. Trata-se de Yuki Tsunoda, em outra boa performance pela RB.

No 10+ desta semana, o GRANDE PREMIUM aproveita a brecha para eleger os principais pilotos do país do sol nascente na história do Mundial.

10. Sakon Yamamoto

Sakon Yamamoto (Foto: HRT)

Apesar de uma carreira de pouco destaque no automobilismo local e de base, Sakon Yamamoto foi convocado pela Super Aguri para participar da reta final da temporada de 2006, substituindo o francês Franck Montagny após participar de vários finais de semana nos treinos livres.

A confiabilidade prejudicou muito o início de Sakon na categoria, com três de seus quatro primeiros GPs acabando por conta de problemas mecânicos. Ele seguiu no time até o fim da temporada, sem grandes destaques. Eis que em 2007, uma nova chance surgiu: foi convocado pela Spyker para substituir o demitido Christijan Albers. E foi por lá que conquistou seu melhor resultado na F1: 12º justamente no GP do Japão.

Depois de uma passagem pouco chamativa na GP2, mais uma oportunidade de substituto: em 2010, foi contratado pela Hispania para o lugar do indiano Karun Chandhok. Porém, o momento mais marcante da participação pelo time nanico foi ter perdido o GP de Singapura por intoxicação alimentar. Foi demitido após o GP da Coreia do Sul. Ao total, foram 21 largadas em 4 anos de Fórmula 1.

9. Tora Takagi

Toranosuke Takagi competiu em 32 provas entre as temporadas 1998 e 1999. (Foto: F1)

Toranosuke Takagi, o popular Tora, virou xodó de Satoru Nakajima pelas boas participações na Fórmula Nippon, onde inclusive foi vice-campeão em 1995. Com ajuda do padrinho, virou piloto de testes da Tyrrell em 1997.

No ano seguinte, foi promovido ao posto de titular, formando dupla com o brasileiro Ricardo Rosset. Com um carro tenebroso e problemas financeiros graves na equipe, Tora teve um par de nonos lugares como melhores resultados. O destaque mesmo foi a discrepância de desempenho contra o companheiro de equipe, que só o bateu na classificação em 2 ocasiões (e conseguiu não se classificar para 5 corridas).

Com a quebra da Tyrrell e compra pela British American Tobbaco em 1999, se transferiu para a Arrows. Por lá, teve um bom início, com direito a um sétimo lugar no GP da Austrália e o oitavo no Brasil. Mesmo equilibrando as ações na classificação contra Pedro de la Rosa, abandonou 8 corridas em sequência e não foi mantido para 2000. No total, foram 32 largadas na F1. Posteriormente, voltou ao Japão para ganhar a Fórmula Nippon e eventualmente se aventurou na Indy, também sem sucesso.

8. Shinji Nakano

Shinji Nakano fez 33 corridas entre 1997 e 1998. (Foto: F1)

Após iniciar a carreira na Fórmula Nippon, Shinji Nakano foi uma das apostas do projeto de Alain Prost para a Fórmula em 1997. O japonês até estreou bem, com um sétimo lugar na Austrália, e foi aos pontos em duas oportunidades, com o sexto lugar nos GPs do Canadá e da Hungria, mas o desempenho não fez frente ao de Olivier Panis, que foi ao pódio duas vezes antes do grave acidente em Montreal, e também do substituto Jarno Trulli, que o passou na classificação do Mundial com um quarto lugar na Alemanha. Acabou dispensado.

Em 1998, arranjou uma vaga na Minardi, que vivia terrível momento financeiro e também tinha um carro bastante tenebroso. Mesmo assim, ficou próximo de pontuar com um sétimo lugar no GP do Canadá e deu um banho no companheiro de equipe Esteban Tuero. Não teve o contrato renovado e partiu para a Indy, onde ficou por três temporadas. Ao total, 33 largadas e 2 pontos somados.

7. Kazuki Nakajima

O filho Kazuki correu pela Williams entre 2007 e 2009 (Foto: Reprodução)

Filho de Satoru, Kazuki Nakajima foi quinto colocado na GP2 em 2007 e aproveitou o namoro entre Williams e Toyota para estrear na Fórmula 1 no GP do Brasil daquele mesmo ano, substituindo Alexander Wurz. Eventualmente, foi confirmado como o piloto titular do time de Grove para 2008.

Kazuki até teve alguns bons momentos no ano de estreia, como o sexto lugar na Austrália, mas o desempenho era bastante discrepante em comparação com o companheiro de equipe Nico Rosberg, que somou pódios naquela temporada. Em 2009, a situação do japonês piorou, já que a Williams caiu de nível e ele não foi capaz de somar pontos enquanto Nico ficou no top-10 do campeonato. Com a saída da Toyota do esporte, também acabou demitido. Encerrou a passagem na F1 com 36 corridas e 9 pontos.

Depois da Fórmula 1, voltou ao Japão, onde levantou o título da Fórmula Nippon/Super Fórmula em 2012 e 2014. O desempenho chamou a atenção da Toyota de novo, que o colocou no programa para o Mundial de Endurance. Por lá, foi campeão mundial em 2019 e venceu as 24 Horas de Le Mans em três ocasiões. Aposentou das corridas em 2021.

6. Ukyo Katayama

Ukyo Katayama é o recordista de corridas entre os japoneses. 95 entre 1992 e 1997. (Foto: Wikimedia Commons)

Campeão da Fórmula Nippon em 1991, Ukyo Katayama teve uma carreira extensa na Fórmula 1 na década de 1990 e virou uma espécie de ícone cult do esporte no Brasil pelo excesso de presepadas, que rendeu o maldoso apelido de “Katagrama”.

A trajetória de Ukyo no Mundial em 1992 começou com a péssima Larrousse. Apesar de não se classificar para duas corridas no ano e sofrer inúmeras quebras, conseguiu o nono lugar nos GPs do Brasil e da Itália.

A partir de 1993, impulsionado pela parceria da equipe com a Yamaha, fechou com a Tyrrell. O desempenho do time foi absolutamente sofrível, ao ponto em que Ukyo recebeu a bandeira quadriculada em apenas 5 das 16 provas da temporada.

Em 1994, teve seu auge na Fórmula 1, indo ao quinto lugar nos GPs do Brasil e de San Marino, além de um sexto no GP da Inglaterra. Os 5 tentos ajudaram o time com a sexta posição no Mundial de Construtores. Nos anos seguintes, voltou a ter dificuldades e poucos desempenhos de destaque, facilmente batido por Mika Salo. Se transferiu para a Minardi em 1997, onde voltou a fazer uma temporada sem pontos e acabou encerrando a passagem no Mundial com 95 largadas e 5 pontos.

5. Satoru Nakajima

Satoru Nakajima era figura carimbada do grid da F1 no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990 (Foto: Reprodução)

Com cinco títulos na Top Fórmula, no Japão, Satoru Nakajima é o responsável por muitos “primeiros” do Japão no Mundial. Primeiro japonês a fazer temporada completa, a pontuar e também a anotar volta mais rápida. Ele estreou na Fórmula 1 de forma tardia, aos 34 anos, pela Lotus, que tinha forte parceria com a Honda, em 1987. Em sua primeira temporada, o piloto chamou atenção com 7 pontos somados e o 12º lugar no Mundial de Pilotos, bem ofuscado pelo companheiro de equipe Ayrton Senna.

Nos dois anos seguintes, seguiu na Lotus, mas acompanhou a queda de desempenho da equipe, até não se classificando para algumas corridas. Foi 16º no campeonato de 1988 e 21º em 1989. No ano seguinte, se transferiu para a Tyrrell.

Por lá, chegou a ter boas performances, mas ficou marcado mesmo pelo acidente com o próprio Ayrton Senna no GP do Brasil de 1990. Pelo time, ficou até 1991, posteriormente saindo da Fórmula 1 e se dedicando a uma carreira executiva. Ao total, foram 74 largadas, 16 pontos e 1 volta mais rápida.

4. Yuki Tsunoda

Yuki Tsunoda (Foto: Reprodução/F1)

Com apoio de Red Bull e Honda, Yuki Tsunoda chegou ao grid da Fórmula 1 em 2021 pela AlphaTauri. depois de uma boa campanha pela Fórmula 2. Apesar de bons resultados aqui — com direito a um quarto lugar no controverso GP de Abu Dhabi —, as duas primeiras temporadas no Mundial acabaram muito ofuscadas pela presença de Pierre Gasly no time.

A situação mudou um pouco em 2023. Apesar de um carro mais defasado, tomou a liderança da equipe e somou importantes pontos, terminando a temporada na 14ª colocação.

Com a mudança de nome de AlphaTauri para Racing Bulls em 2024, o início de temporada do japonês foi positivo, com sétimo lugar na Austrália e um décimo na corrida local, no Japão.

3. Aguri Suzuki

NELSON PIQUET; ROBERTO PUPO MORENO; AGURI SUZUKI; GP DO JAPÃO; F1; FÓRMULA 1; 1990;
Aguri Suzuki, à direita da imagem, também foi piloto da Zakspeed na F1 (Foto: LAT Photographic/Forix)

Campeão da Top Fórmula em 1988, Aguri Suzuki estreou naquele mesmo ano no GP de casa, com um 16º lugar pela Larrousse. No ano seguinte, arranjou emprego na Zakspeed, onde sequer conseguiu se classificar para um GP na temporada.

Apesar de um ano complicado, voltou para a Larrousse em 1990. Por lá, já tinha se destacado pelo sexto lugar nos GPs da Inglaterra e da Espanha, mas a história mesmo veio no GP do Japão. No evento marcado por inúmeros abandonos, inclusive dos campeões Ayrton Senna e Alain Prost, levou o time ao terceiro lugar, se tornando o primeiro japonês a somar um pódio no Mundial.

Em 1991, somou pontos na abertura da temporada, nos Estados Unidos, mas foi vítima de um carro muito ruim e sequer completou corridas na temporada. Se transferiu para a Footwork em 1992, onde até teve desempenhos razoáveis, mas sem pontos e batido pelos companheiros de equipe Derek Warwick e Michele Alboreto.

Sem emprego em 1994, apareceu apenas no GP do Pacífico para substituir o suspenso Eddie Irvine na Jordan. Para 1995, voltou ao grid dividindo o carro da Ligier com Martin Brundle, onde somou seu último ponto, no GP da Alemanha. Após um acidente nos treinos GP do Japão, anunciou aposentadoria. Ele retornou ao grid com a própria equipe. A Super Aguri esteve no Mundial entre 2006 e 2008, fechando as portas por problemas financeiros.

2. Kamui Kobayashi

Kamui Kobayashi (Foto: Toyota)

Campeão da GP2 Asia Series, Kamui Kobayashi surgiu na Fórmula 1 no fim da temporada 2009, substituindo Timo Glock na Toyota nas corridas finais. Já no GP do Brasil, chamou atenção pela dura batalha que proporcionou a Jenson Button, que eventualmente se tornou campeão mundial.

Após o fim da Toyota na F1, Koba se transferiu para a Sauber em 2010. Após um início difícil, terminou o ano com 32 pontos e a 12ª colocação. O bom desempenho seguiu no ano seguinte, mas o grande destaque mesmo veio em 2012. Com 60 pontos somados na temporada, registrou seu único pódio no Mundial justamente no GP de casa, no Japão.

Fora do grid em 2013, voltou para a F1 em 2014 pela pouca atrativa Caterham, onde sequer participou de todas as corridas da temporada. Com a carreira no Mundial encerrada com 75 largadas, 1 pódio e 125 pontos, iniciou uma trajetória no endurance, onde foi bicampeão mundial e conquistou as 24 Horas de Le Mans em 2021.

1. Takuma Sato

Takuma Sato (Foto: IndyCar)

Único japonês da história a ganhar a Fórmula 3 Britânica, Takuma Sato recebeu a chance de entrar na Fórmula 1 pela Jordan, em 2002. Já na fase de decadência da equipe, teve um ano complicado e somou pontos apenas na corrida final da temporada, no Japão.

Em 2003, virou piloto de testes da BAR e recebeu a chance de voltar ao grid justamente em Suzuka, mais uma vez com pontos. Desabrochou de vez em 2004. Com o segundo melhor carro do grid, foi presença constante nos pontos e foi ao pódio no GP dos Estados Unidos, em Indianápolis.

A temporada de 2005 foi mais complicada. O desempenho do time caiu basante e o piloto somou apenas 1 ponto. Nem a chegada da Honda como equipe de fábrica o ajudou, buscando refúgio na Super Aguri. Depois de um 2006 ruim, somou 4 pontos em 2007, mas deixou a F1 junto da equipe após o GP da Espanha de 2008. No total, foram 90 largadas, com 1 pódio e 44 pontos.

Após a Fórmula 1, se consolidou na Indy, onde venceu as 500 Milhas de Indianápolis em duas ocasiões diferentes: em 2017 e 2020, escrevendo o nome na história do automobilismo americano.

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