A parceria com a GM era a cartada que faltava, mas não faltam motivos para a Andretti estar no grid da Fórmula 1 a curto prazo
No segundo dia do novo ano, o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohammed Ben Sulayem, usou as redes sociais para anunciar que a entidade daria início em breve ao que chamou de “processo de manifestação de interesse” para avaliar a chegada de uma nova equipe ao grid da Fórmula 1. Era a primeira vez que o órgão sinalizava positivamente para a ideia, que ainda recebe resistência de boa parte dos times, mas abriu oficialmente a porta para um nome que nunca escondeu o sonho de fazer parte da denominada elite do automobilismo mundial: a Andretti.
Na prática, faltava apenas o sinal verde da FIA para, enfim, mostrar a cartada final, revelada três dias depois ao tuíte de Sulayem: a parceria com a General Motors para levar uma de suas mais famosas marcas, a Cadillac, para a categoria. O GRANDE PREMIUM listou outros motivos que fazem da Andretti o nome perfeito para fazer parte do grid da F1.
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1- Projeto sólido
Desde o início, quando manifestou claramente a vontade de estar na F1 a curto prazo, a Andretti deu indícios de que não se tratava de uma empreitada a esmo, e não apenas pelo fator dinheiro. O grupo tem longa história com automobilismo e sempre teve ciência de que uma eventual entrada na F1 exigiria investimentos altos e precisos.
Em agosto do ano passado, a Andretti anunciou uma nova sede, em Fishers, Indiana (EUA). Mesmo com a F1 relutante ao plano, as construções começaram na primeira semana de dezembro com intenção de receber um “projeto maior” que a Indy. E há também a intenção de construir um escritório na Europa, para facilitar ainda mais os trâmites relacionados à categoria.
2- Tradição
Andretti é uma marca de peso no automobilismo americano, é verdade, mas o nome não é nada estranho aos ouvidos da Fórmula 1. A equipe leva o DNA do lendário Mario Andretti, campeão da categoria em 1978.
E não foi só na F1 que Mario fez história no esporte a motor. Ele é um dos dois pilotos que venceram corridas também na Indy (onde foi campeão), no WEC (quando o Mundial de Endurance se chamava Mundial de Carros Esportivos) e na Nascar. Andretti também venceu as 500 Milhas de Indianápolis em 1969 e as 500 Milhas de Daytona dois anos antes, duas das mais tradicionais provas do automobilismo.
3- Equipe americana
Tudo o que a Fórmula 1 atual mais deseja é se tornar cada vez mais popular em solo americano — não por menos a temporada 2023 terá três corridas nos Estados Unidos: Miami, Austin e o estreante GP de Las Vegas. E isso é totalmente explicável após o grupo estadunidense Liberty Media, maior conglomerado esportivo do mundo, assumir o controle da categoria.
O crescimento da F1 também foi notório nos últimos anos graças à série Drive to Survive, da Netflix, que ajudou a atrair um público mais jovem interessado em corridas e aumentou a base de fãs nos Estados Unidos. Uma equipe americana, portanto, casaria perfeitamente com esse atual momento.
4- Colton Herta
A Andretti também não esconde quem é o favorito para assumir uma das duas vagas que a equipe teria numa eventual entrada na Fórmula 1: Colton Herta. O jovem de 22 anos vem chamando a atenção na principal categoria americana de monopostos e chegou a ser a primeira opção da AlphaTauri para o lugar de Pierre Gasly — negociação que só não foi à frente por Herta não ter a superlicença.
De contrato renovado com o time chefiado por Michael Andretti na Indy, o americano tem garantias de ser o nome a puxar o projeto na elite do automobilismo mundial, caso ele seja aceito pela FIA. E seria o primeiro a fazer essa ponte que a Andretti tanto almeja para facilitar o acesso de pilotos dos Estados Unidos à F1.
5- Cadillac
Toto Wolff cantou a bola durante o fim de semana em Austin: equipes privadas precisam de uma OEM (empresas fabricantes de automóveis) para nascer e ter sucesso na F1. E quem disse que a Andretti não tinha essa carta na manga?
Dando mais uma prova do quão sério é o seu planejamento, o time de Indiana fechou parceria com a General Motors para levar a Cadillac, famosa marca estadunidense nascida em 1902, ao grid da categoria. Um movimento, na visão de Michael, que deixou os opositores sem argumento. E, de fato, se olharmos para o grid atual, apenas Williams e Haas não possuem vínculos com alguma montadora.
6- Grid maior
Desde a saída da Manor ao final de 2016, o Mundial de Fórmula 1 é composto por dez equipes. Do ponto de vista da divisão da receita — o principal argumento de quem é contra um novo time —, ter a Andretti não seria uma opção válida, mas do lado esportivo, é um dos melhores nomes e que agregaria muito valor em termos de competição. Fora que a presença de uma equipe a mais significa novas vagas para pilotos que tanto lutam por uma chance de alcançar esse tão sonhado último degrau nos monopostos.
7- Honda
O presidente da GM já confirmou que há um contrato inicial com uma fornecedora de motores, e o grupo possui um relacionamento estreito com a Honda na produção de carros elétricos. A mesma Honda que já fez o seu registro para fornecer unidades de potência a partir da temporada 2026 da F1. E se antes a volta da fabricante japonesa ao grid parecia depender da Red Bull, uma entrada da Andretti pode representar um retorno mais efetivo da vitoriosa marca.
8- Sucesso na Indy
É inegável que o grande empreendimento da Andretti no automobilismo é a Indy. São quatro títulos de pilotos conquistados por Tonny Kanaan (2004), Dan Wheldon (2005), Dario Franchitti (2007) e Ryan Hunter-Reay (2012) e cinco vitórias na Indy 500. A Andretti é sinônimo de tradição e sucesso pelos circuitos americanos e pode levar para a F1 a sua a vitoriosa experiência.
9- Presença em outras categorias
Além da Indy e suas divisões, a Andretti tem equipes no Rallycross, Fórmula E, Extreme E e IMSA. Dizer que a marca não agregaria valor à F1 apenas por não ser uma montadora é subestimar toda a sua história nos esportes a motor. O time ainda competiu por duas temporadas na American Le Mans Series, terminando em quarto lugar no geral.
10- Fernando Alonso
O bicampeão é muito mais um sonho de Michael do que qualquer outra coisa, que vê no espanhol o nome ideal para uma possível dupla com Herta. Mas a julgar que Fernando Alonso não parece nem um pouco disposto a anunciar aposentadoria, a Andretti pode ser um projeto dos mais interessantes para o experiente piloto.
E Alonso não é nenhum nome tirado do nada, muito pelo contrário: o asturiano esteve com a Andretti para a edição de 2017 das 500 Milhas de Indianápolis, ou seja, já existe um entrosamento entre equipe e piloto.
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