A parceria com a GM era a cartada que faltava, mas não faltam motivos para a Andretti estar no grid da Fórmula 1 a curto prazo

No segundo dia do novo ano, o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohammed Ben Sulayem, usou as redes sociais para anunciar que a entidade daria início em breve ao que chamou de “processo de manifestação de interesse” para avaliar a chegada de uma nova equipe ao grid da Fórmula 1. Era a primeira vez que o órgão sinalizava positivamente para a ideia, que ainda recebe resistência de boa parte dos times, mas abriu oficialmente a porta para um nome que nunca escondeu o sonho de fazer parte da denominada elite do automobilismo mundial: a Andretti.

Na prática, faltava apenas o sinal verde da FIA para, enfim, mostrar a cartada final, revelada três dias depois ao tuíte de Sulayem: a parceria com a General Motors para levar uma de suas mais famosas marcas, a Cadillac, para a categoria. O GRANDE PREMIUM listou outros motivos que fazem da Andretti o nome perfeito para fazer parte do grid da F1.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Andretti vai ter sede moderna e sonha com F1 (Imagem: Andretti)

1- Projeto sólido

Desde o início, quando manifestou claramente a vontade de estar na F1 a curto prazo, a Andretti deu indícios de que não se tratava de uma empreitada a esmo, e não apenas pelo fator dinheiro. O grupo tem longa história com automobilismo e sempre teve ciência de que uma eventual entrada na F1 exigiria investimentos altos e precisos.

Em agosto do ano passado, a Andretti anunciou uma nova sede, em Fishers, Indiana (EUA). Mesmo com a F1 relutante ao plano, as construções começaram na primeira semana de dezembro com intenção de receber um “projeto maior” que a Indy. E há também a intenção de construir um escritório na Europa, para facilitar ainda mais os trâmites relacionados à categoria.

2- Tradição

Andretti é uma marca de peso no automobilismo americano, é verdade, mas o nome não é nada estranho aos ouvidos da Fórmula 1. A equipe leva o DNA do lendário Mario Andretti, campeão da categoria em 1978.

E não foi só na F1 que Mario fez história no esporte a motor. Ele é um dos dois pilotos que venceram corridas também na Indy (onde foi campeão), no WEC (quando o Mundial de Endurance se chamava Mundial de Carros Esportivos) e na Nascar. Andretti também venceu as 500 Milhas de Indianápolis em 1969 e as 500 Milhas de Daytona dois anos antes, duas das mais tradicionais provas do automobilismo.

Mario Andretti é uma verdadeira lenda do automobilismo (Foto: Indycar)

3- Equipe americana

Tudo o que a Fórmula 1 atual mais deseja é se tornar cada vez mais popular em solo americano — não por menos a temporada 2023 terá três corridas nos Estados Unidos: Miami, Austin e o estreante GP de Las Vegas. E isso é totalmente explicável após o grupo estadunidense Liberty Media, maior conglomerado esportivo do mundo, assumir o controle da categoria.

O crescimento da F1 também foi notório nos últimos anos graças à série Drive to Survive, da Netflix, que ajudou a atrair um público mais jovem interessado em corridas e aumentou a base de fãs nos Estados Unidos. Uma equipe americana, portanto, casaria perfeitamente com esse atual momento.

4- Colton Herta

A Andretti também não esconde quem é o favorito para assumir uma das duas vagas que a equipe teria numa eventual entrada na Fórmula 1: Colton Herta. O jovem de 22 anos vem chamando a atenção na principal categoria americana de monopostos e chegou a ser a primeira opção da AlphaTauri para o lugar de Pierre Gasly — negociação que só não foi à frente por Herta não ter a superlicença.

De contrato renovado com o time chefiado por Michael Andretti na Indy, o americano tem garantias de ser o nome a puxar o projeto na elite do automobilismo mundial, caso ele seja aceito pela FIA. E seria o primeiro a fazer essa ponte que a Andretti tanto almeja para facilitar o acesso de pilotos dos Estados Unidos à F1.

Colton Herta só não está na F1 em 2023 por causa da superlicença (Foto: Indycar)

5- Cadillac

Toto Wolff cantou a bola durante o fim de semana em Austin: equipes privadas precisam de uma OEM (empresas fabricantes de automóveis) para nascer e ter sucesso na F1. E quem disse que a Andretti não tinha essa carta na manga?

Dando mais uma prova do quão sério é o seu planejamento, o time de Indiana fechou parceria com a General Motors para levar a Cadillac, famosa marca estadunidense nascida em 1902, ao grid da categoria. Um movimento, na visão de Michael, que deixou os opositores sem argumento. E, de fato, se olharmos para o grid atual, apenas Williams e Haas não possuem vínculos com alguma montadora.

6- Grid maior

Desde a saída da Manor ao final de 2016, o Mundial de Fórmula 1 é composto por dez equipes. Do ponto de vista da divisão da receita — o principal argumento de quem é contra um novo time —, ter a Andretti não seria uma opção válida, mas do lado esportivo, é um dos melhores nomes e que agregaria muito valor em termos de competição. Fora que a presença de uma equipe a mais significa novas vagas para pilotos que tanto lutam por uma chance de alcançar esse tão sonhado último degrau nos monopostos.

Do ponto de vista esportivo, mais uma equipe significa mais vagas no grid para pilotos (Foto: Red Bull Content Pool)

7- Honda

O presidente da GM já confirmou que há um contrato inicial com uma fornecedora de motores, e o grupo possui um relacionamento estreito com a Honda na produção de carros elétricos. A mesma Honda que já fez o seu registro para fornecer unidades de potência a partir da temporada 2026 da F1. E se antes a volta da fabricante japonesa ao grid parecia depender da Red Bull, uma entrada da Andretti pode representar um retorno mais efetivo da vitoriosa marca.

8- Sucesso na Indy

É inegável que o grande empreendimento da Andretti no automobilismo é a Indy. São quatro títulos de pilotos conquistados por Tonny Kanaan (2004), Dan Wheldon (2005), Dario Franchitti (2007) e Ryan Hunter-Reay (2012) e cinco vitórias na Indy 500. A Andretti é sinônimo de tradição e sucesso pelos circuitos americanos e pode levar para a F1 a sua a vitoriosa experiência.

Tony Kanaan conquistou o título de 2004 da IRL pela Andretti (Foto: Indycar)

9- Presença em outras categorias

Além da Indy e suas divisões, a Andretti tem equipes no Rallycross, Fórmula E, Extreme E e IMSA. Dizer que a marca não agregaria valor à F1 apenas por não ser uma montadora é subestimar toda a sua história nos esportes a motor. O time ainda competiu por duas temporadas na American Le Mans Series, terminando em quarto lugar no geral.

10- Fernando Alonso

O bicampeão é muito mais um sonho de Michael do que qualquer outra coisa, que vê no espanhol o nome ideal para uma possível dupla com Herta. Mas a julgar que Fernando Alonso não parece nem um pouco disposto a anunciar aposentadoria, a Andretti pode ser um projeto dos mais interessantes para o experiente piloto.

E Alonso não é nenhum nome tirado do nada, muito pelo contrário: o asturiano esteve com a Andretti para a edição de 2017 das 500 Milhas de Indianápolis, ou seja, já existe um entrosamento entre equipe e piloto.

Alonso não quer deixar a F1 tão cedo. E está na mira da Andretti (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Escanteio SP.

SÃO PAULO E-PRIX 2023:
SINTA A ENERGIA DA FÓRMULA E

25 de março de 2023 CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ACESSAR O SITE OFICIAL DE VENDAS E ATIVAR O SEU BENEFÍCIO EXCLUSIVO COM O CÓDIGO SAOPAULOVIP. Comprar Ingresso com desconto

GOSTA DO CONTEÚDO DO GRANDE PRÊMIO?

Você que acompanha nosso trabalho sabe que temos uma equipe grande que produz conteúdo diário e pensa em inovações constantemente. Mesmo durante os tempos de pandemia, nossa preocupação era levar a você atrações novas. Foi assim que criamos uma série de programas em vídeo, ao vivo e inéditos, para se juntar a notícias em primeira-mão, reportagens especiais, seções exclusivas, análises e comentários de especialistas.

Nosso jornalismo sempre foi independente. E precisamos do seu apoio para seguirmos em frente e oferecer o que temos de melhor: nossa credibilidade e qualidade. Seja qual o valor, tenha certeza: é muito importante. Nós retribuímos com benefícios e experiências exclusivas.

Assim, faça parte do GP: você pode apoiar sendo assinante ou tornar-se membro da GPTV, nosso canal no YouTube

Saiba como ajudar