O início da era híbrida da Fórmula 1 completa 10 anos em 2024. Relembre os principais momentos que marcaram temporada de bicampeonato de Lewis Hamilton

Parece que foi ontem, não é? Mas a temporada 2014 da Fórmula 1 vai completar 10 anos. O campeonato ficou marcado por uma das mudanças de regulamento mais impactantes da história da categoria, aposentando os motores V8 pela chegada dos V6 híbridos, que dividem opiniões até hoje. A dinastia da Red Bull acabou encerrada e deu lugar a uma nova era no Mundial, com a Mercedes colhendo os frutos e estabelecendo um dos mais amplos domínios da história no ano seguinte.

O 10+ desta semana recorda os momentos mais marcantes daquela temporada, que por incrível que pareça, completa 10 anos em 2024.

Rosberg vence na Austrália e Button vai ao pódio pela última vez

Nico Rosberg venceu o GP da Austrália de 2014 (Foto: Reprodução)

A primeira corrida da nova era aconteceu na Austrália e foi absurdamente bagunçada. Ainda sem a confiabilidade estabelecida, as unidades de potência falharam e causaram quatro abandonos, incluindo os do pole-position Lewis Hamilton e do então atual campeão Sebastian Vettel.

A prova foi marcada por diversos eventos e foi vencida por facilidade por Nico Rosberg, da Mercedes, mas quem terminou com destaque no dia foi a McLaren. Logo em sua estreia na Fórmula 1, Kevin Magnussen surpreendeu e alcançou o segundo lugar, um feito só realizado por pilotos do calibre de Lewis Hamilton e Jacques Villeneuve.

Companheiro de Magnussen, Jenson Button teve um último grande momento na categoria. Semanas após a morte do pai, John, Jenson alcançou o último pódio na F1 se valendo da desclassificação de Daniel Ricciardo, que em sua estreia na Red Bull, excedeu o uso de combustível e perdeu o segundo lugar conquistado em pista.

Hamilton e Rosberg protagonizam a ‘Batalha do Deserto’, no Bahrein

Rosberg e Hamilton também conqusitaram muitas vitórias com a Mercedes em 2014 e 2015 (Foto: Mercedes)

Depois de uma prova bem fraquinha na Malásia, a Fórmula 1 realizou sua primeira corrida noturna no Bahrein. E o evento ficou para a história. Em meio a muita pressão e críticas pela adoção de um motor mais sustentável, a categoria viu Lewis Hamilton e Nico Rosberg protagonizarem um dos duelos mais eletrizantes dos últimos tempos em Sakhir.

Logo na largada, Hamilton superou o companheiro de equipe para assumir a liderança, mas Nico permaneceu na cola durante todo o primeiro stint, tentando superar o britânico em duas oportunidades, muito bem defendidas por Lewis. Na reta final da corrida, o acidente entre Pastor Maldonado e Esteban Gutiérrez trouxe o safety-car, e matou a vantagem então construída por Hamilton ao longo da prova.

Apesar disso e dos pneus mais lentos em comparação com Nico, Lewis teve um grande desempenho defensivo na reta final da corrida, que chegou a ter os pilotos andando praticamente lado a lado por meia volta em determinado momento. No fim, uma das mais marcantes vitórias de Hamilton, que ajudou a F1 a receber elogios de quem acusava a categoria de “matar as corridas”.

Rosberg vence em Mônaco e inicia rompimento com Hamilton

Hamilton e Rosberg (Foto: Getty Images)

Quando a Fórmula 1 chegou a Mônaco, Hamilton vinha de quatro vitórias consecutivas e tinha compensado o abandono no Bahrein, assumindo a liderança do campeonato com 3 pontos sobre Rosberg. Porém, veio o GP de Mônaco, que mudou para sempre a relação dos então amigos.

Nico e Lewis batalhavam pela pole-position, com o alemão em vantagem antes da última volta do Q3. Rosberg fritou os pneus e passou reto na curva Mirabeau, abortando a volta e gerando uma amarela que forçou Lewis a abandonar a tentativa final. O incidente foi para investigação, mas após análise de vídeo e telemetria, a FIA optou por não punir Rosberg, o oficializando como pole-position.

Obviamente, Hamilton não ficou nada feliz. E depois de terminar o GP em segundo, atrás de Rosberg, não conversou com o companheiro de equipe no pódio, além de recusar um pedido de desculpas e comentar em entrevistas que não era amigo do alemão. Eventualmente, rolou até foto no Twitter de Lewis com ambos abraçados, mas Monte Carlo foi o início do fim da então relação de amizade.

Ah, importante lembrar que o GP de Mônaco de 2014 também marcou os primeiros pontos da Marussia na Fórmula 1, conquistados pelo nono lugar de Jules Bianchi.

Ricciardo dá show em Montreal e vence pela primeira vez

Lewis Hamilton abandonou GP do Canadá em 2014 com problemas de freio (Foto: Reprodução Twitter)

Para o GP do Canadá, o favoritismo era da Mercedes. Afinal, 6 vitórias em 6 corridas, e com Rosberg e Hamilton mais uma vez dividindo a primeira fila. Porém, as coisas não pintaram necessariamente do jeito que as Flechas de Prata queriam em Montreal.

Rosberg e Hamilton pareciam os únicos com ritmo para vitória em mais da metade da corrida, mas problemas de freio começaram a afetar os pilotos da Mercedes no dia. Hamilton não conseguiu se segurar e acabou abandonando a prova. Rosberg tentou caminhar para a vitória, mas foi surpreendido pro Daniel Ricciardo, que com uma ultrapassagem a menos de cinco voltas do fim, se tornou um vencedor de corridas pela primeira vez na Fórmula 1, finalmente colocando a Red Bull no topo e desbancando a grande fase mercedista.

Massa surpreende na Áustria e larga na pole pela última vez

A pole de Massa (Foto: Getty Images)

2014 representou um renascimento da Williams na Fórmula 1. Após temporadas muito complicadas com motores Cosworth e Renault, a equipe de Grove se valeu da parceria com a Mercedes, que tinha, por larga margem, as unidades mais potentes da Fórmula 1 naquela temporada. E um dos grandes momentos veio na Áustria, com Felipe Massa. O veterano brasileiro surpreendeu na classificação do GP da Áustria ao cravar 1min08s759, formando a primeira fila do grid inteira da Williams junto do finlandês Valtteri Bottas.

Apesar de liderar as voltas iniciais, o sonho de vitória de Massa acabou interrompido pela Mercedes, que com melhor ritmo e estratégia nos boxes, saiu com o 1-2 no Red Bull Ring, com Rosberg vencedor e Hamilton em segundo. Felipe foi quarto.

Hamilton faz as pazes com Silverstone e quebra jejum de 6 anos

Sempre forte em casa, Lewis Hamilton venceu diante de sua torcida em 2014 (Foto: Mercedes)

Hamilton encantou o público inglês com uma impressionante vitória na chuva de Silverstone, em 2008. Porém, demorou muito para Lewis voltar a fazer a alegria dos locais. Isso só foi acontecer em 2014, e com um pouquinho de drama.

Apesar de entrar como um dos favoritos para a pole, Lewis largou apenas do sexto lugar após um erro estratégico durante o Q3, que foi feito com pista molhada. Na corrida, o britânico fez uma grande largada e saltou para o quarto lugar antes da pancada entre Kimi Räikkönen, Felipe Massa e Esteban Gutiérrez, que causou uma bandeira vermelha.

De corrida reiniciada, Hamilton voou para tirar as McLarens de Jenson Button e Kevin Magnussen da frente. Iniciou a pressão sobre Rosberg, mas nem precisou de tanto. Problemas de câmbio forçaram o abandono do alemão e abriram o caminho para Lewis, que voltou a vencer em Silverstone e se aproximou da liderança do campeonato.

Ricciardo e Alonso ganham protagonismo com batalha alternativa em Hungaroring

Daniel Ricciardo venceu na Hungria em 2014 (Foto: Reprodução)

Após a derrota em Silverstone, Rosberg deu a volta por cima na Alemanha, vencendo e se aproveitando da batida de Hamilton na classificação. O inglês só foi terceiro em Hockenheim. Então, o Mundial partiu para a Hungria, onde a vantagem estava mais uma vez nas mãos de Nico, que foi mais uma vez pole, enquanto Lewis sofreu uma quebra na classificação que o forçou a largar da última fila.

Parecia mais uma oportunidade para Nico capitalizar nos azares de Lewis para abrir vantagem, mas a chuva chegou. Uma pancada antes da prova apimentou as estratégias, beneficiando especialmente Daniel Ricciardo e Fernando Alonso, que trocando para os pneus de pista seca antes de todos, deram um golpe em Rosberg na corrida marcada por acidentes e entradas de safety-car.

No fim, Ricciardo tinha pneus melhores e conseguiu duas ultrapassagens com menos de 5 voltas para sair com o triunfo. Alonso foi o segundo lugar, enquanto Hamilton, em grande campanha após largar do pit-lane, superou Rosberg pelo terceiro lugar.

Mercedes batem na Bélgica e garagem entra em ebulição

Em Spa-Francorchamps, a relação Rosberg x Hamilton foi para o ralo de vez. O inglês largou melhor e tomou a liderança, mas um toque de Nico logo na segunda volta gerou danos aos dois carros e destruiu a relação de ambos de vez.

Ricciardo assumiu a liderança na corrida e saiu com a terceira vitória da temporada. Rosberg, com um pit-stop a mais pela troca de asa, ficou em segundo, enquanto Hamilton abandonou mais uma vez por danos do acidente. E o pós-corrida foi bastante movimentado Lewis afirmou que Rosberg admitiu em reunião que causou o contato de propósito para provar um ponto. Nico negou o comentário. Toto Wolff, por sua vez, classificou a situação como inaceitável.

Bianchi sofre grave acidente em Suzuka

Após vitórias na Itália e em Singapura, Hamilton retomou a liderança do campeonato antes do GP do Japão, que acabou se tornando mais sombrio do século na Fórmula 1. O tufão Phanfone não chegou a passar por Suzuka, mas trouxe uma chuva torrencial que afetou a corrida. Tentativas de mudar o horário da corrida foram feitas pela FIA, mas foram barradas.

A corrida em si, apesar da chuva, não teve grandes eventos. Foram duas bandeiras vermelhas por baixa visibilidade. Hamilton levou a vitória com certa tranquilidade, seguido por Rosberg e Sebastian Vettel, mas a prova acabou marcada pelo acidente de Jules Bianchi.

Na volta 43, o francês da Marussia perdeu o controle do carro na curva Dunlop e bateu em cheio no trator que tirava o bólido acidentado de Adrian Sutil. Inconsciente e com sérias lesões cerebrais, Jules foi levado a um hospital próximo, por onde ficou internado por nove meses até não resistir aos ferimentos e falecer.

A final de pontos dobrados em Abu Dhabi

33 – A vitória em Yas Marina, no GP de Abu Dhabi de 2014, marcou o bicampeonato de Lewis Hamilton na Fórmula 1 (Foto: AFP)

Após a vitória no Japão, Lewis Hamilton seguiu a excelente fase de virada sobre Rosberg com novas vitórias em Rússia e Estados Unidos. Porém, o cenário não foi dos melhores no Brasil, com Nico voltando a vencer e deixando a diferença em 17 pontos para a final em Abu Dhabi, que trouxe uma novidade.

Pela primeira vez na história, a Fórmula 1 teria pontuação dobrada na última corrida. Ou seja, a vitória valeria 50 pontos, o segundo lugar premiaria 36, o terceiro 30 e assim em diante, abrindo as possibilidades de Rosberg conquistar um título que parecia improvável pelo andar da carruagem.

Rosberg até fez a pole, mas foi superado por Hamilton logo na largada e acabou amargando uma corrida cheia de problemas. Pela volta 23, reportou problemas no motor e perdeu muita potência. Não quis abandonar, mas terminou em um longinquo 14º posto enquanto Hamilton se sagrou campeão mundial pela segunda vez.

A Williams foi destaque. O pódio duplo com Massa e Bottas rendeu incríveis 66 pontos para a equipe. Até hoje, é a maior pontuação de um time em uma único domingo de Fórmula 1.

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