Os 20 anos da Fórmula 1 2003

A temporada 2003 completa 20 anos em 2023. O campeonato é um dos mais marcantes da história, se sobressaindo entre o período de domínio de Michael Schumacher na Ferrari, com uma forte Williams desafiando a hegemonia de Maranello e o surgimento de Kimi Räikkönen ao estrelato, com uma McLaren mais defasada, mas que brigou pelo título até o final.

Nesta semana, o GRANDE PREMIUM relembra, no 10+, os momentos mais marcantes da temporada que consagrou Schumacher como hexacampeão mundial, e também ficou para a história por diversos inícios e fins.

Última vitória de Coulthard, na Austrália

A abertura do campeonato, na Austrália, teve a primeira fila formada pela Ferrari, com Michael Schumacher e Rubens Barrichello, e talvez indicasse mais um ano bastante dominante da Scuderia, mas o desenrolar em Melbourne não foi bem assim. Barrichello bateu ainda nas voltas iniciais, enquanto Schumacher perdeu a liderança ao precisar de um pit-stop extra para substituir uma aleta solta.

A vitória, então, parecia cair no colo do colombiano Juan Pablo Montoya, da Williams. Porém, o piloto errou sozinho e caiu para a segunda colocação. Quem assumiu a ponta foi o escocês David Coulthard, da McLaren, que depois de largar do 11º lugar, teve uma das grandes pilotagens da carreira para vencer pela última vez, com Montoya em segundo e o companheiro de equipe Kimi Räikkönen em terceiro.

Primeira vitória de Räikkönen, na Malásia

Quem acompanhou o GP da Malásia de 2003 provavelmente não acreditou que seria uma corrida que marcaria a Fórmula 1 pelas próximas duas décadas. Isso porque, no sábado, o jovem espanhol Fernando Alonso, da Renault, se tornou o polesitter mais novo da história, com 21 anos e 7 meses.

A primeira vitória de Alonso acabou esperando mais um pouco, e foi para outro jovem. Aos 23 anos e 5 meses, Kimi Räikkönen, da McLaren, saiu da sétima posição, se valeu de confusões à frente e acerto estratégico para sair do sétimo lugar e conquistar o primeiro triunfo da carreira, assumindo a liderança do campeonato.

Insanidade em Interlagos e vitória de Fisichella

O GP do Brasil de 2003 é um dos mais malucos e com mais reviravoltas na história. A pista molhada em Interlagos promoveu diversas batidas e um cenário cheio de mudanças. Michael Schumacher e Juan Pablo Montoya, por exemplo, foram para a barreira de pneus no mesmo ponto. Rubens Barrichello chegou a fazer a alegria local ao retomar a liderança, já que largou da pole e despencou no início da corrida, mas uma pane seca acabou encerrando o sonho do brasileiro.

A vitória parecia nas mãos de Kimi Räikkönen, porém, o finlandês foi surpreendido pela Jordan de Giancarlo Fisichella, que fez um pit-stop no início da prova e só pararia de novo no fim. Após os graves acidentes de Mark Webber e Fernando Alonso, a corrida foi encerrada e Räikkönen foi erroneamente anunciado como vencedor, mas a justiça foi feita na semana seguinte, premiando Fisichella com seu primeiro triunfo, que também foi o último da história da Jordan.

Schumacher vence em Ímola após morte da mãe

No GP de San Marino, Michael e Ralf Schumacher viajaram para a Alemanha em um jatinho horas antes da corrida para se despedir da mãe, Elisabeth, que morreu aos 55 anos em um coma, depois de sofrer hemorragia interna por conta de uma queda.

De volta para a pista, ambos dividiram a primeira fila em Ímola. Ralf assumiu a liderança na largada e esteve ali por 15 voltas, mas perdeu ritmo e terminou em quarto com a Williams. A vitória acabou com Michael, que deu um forte abraço no irmão após o triunfo, em um dos momentos mais emblemáticos de suas respectivas carreiras.

Montoya entra no campeonato com vitória em Mônaco

2003 foi, inegavelmente, o melhor ano de Juan Pablo Montoya na Fórmula 1, e provavelmente seu início ruim custou a chance de conquistar o campeonato. O colombiano, porém, teve um de seus grandes destaques ao vencer o GP de Mônaco, um dos maiores feitos para qualquer piloto da F1.

A corrida, que entrou para a história da Fórmula 1 por ser a primeira sem ultrapassagens, teve uma grande atuação do colombiano da Williams aliada com a estratégia, saindo de terceiro para vencer no Principado.

Barrichello brilha em Silverstone em dia de invasão de pista

O GP da Inglaterra de 2003 foi um dos melhores e mais marcantes da temporada. Rubens Barrichello largou na ponta pela primeira vez no ano, mas foi superado na largada por um surpreendente Jarno Trulli, de Renault, que tomou a liderança.

Logo na 12ª volta, o padre irlandês Neil Horan invadiu a pista com um protesto religioso, e o safety-car foi acionado. Boa parte dos carros pararam, menos as Toyotas, que já tinham ido aos pits anteriormente, deixando o brasileiro Cristiano da Matta na liderança da corrida pela única vez na carreira.

O ritmo de Da Matta não se manteve, apesar de liderar 16 voltas, e a ponta foi para as mãos de Kimi Räikkönen. O finlandês, porém, não segurou a pressão de Barrichello, que em grande recuperação, forçou o erro do jovem piloto e partiu para a primeira vitória do ano.

Alonso brilha na Hungria e vence pela primeira vez

A Alonsomania chegou forte na Fórmula 1 em 2003. Com a Renault, o espanhol já tinha se destacado ao longo do ano com três pódios, um deles na Espanha, e presença constante no top-5. Mas o grande brilho de Fernando viria mesmo na Hungria.

Largando da pole-position, o espanhol da Renault dominou a prova, vencendo com facilidade e se tornando, aos 22 anos e 26 dias, o mais jovem vencedor de um GP na história da Fórmula 1.

Michael Schumacher até levou volta de Alonso, e viu o campeonato em risco, já que tinha 72 pontos contra 71 de Montoya e 70 de Räikkönen, com três corridas para o fim do ano.

Schumacher dá resposta na Itália em corrida mais veloz da história

Pressionado, Michael Schumacher teve uma performance assertiva na Itália. Depois da protestos da Ferrari e da Bridgestone sobre os pneus da Michelin, que deformavam mais que o permitido nas corridas, a FIA obrigou a fabricante francesa a alterar a construção do pneu.

Schumacher teve um bom desafio de Montoya em Monza, mas saiu da pole e venceu a corrida completada mais rápida da história, em 1h14min19s e com velocidade média de 247.585 km/h. O resultado deu um respiro ao alemão, que abriu 3 pontos sobre o colombiano, e 7 sobre o finlandês Räikkönen.

Schumacher brilha na chuva em Indianápolis e encaminha hexa

O GP dos Estados Unidos teve Kimi Räikkönen levando a pole-position com a McLaren, com Montoya em quarto e Schumacher partindo apenas em sétimo, mas a chuva no Brickyard mudou a situação da corrida.

Schumacher guiou absurdos na pista molhada, viu a Ferrari acertar a estratégia e saiu com uma das vitórias mais importantes da carreira. Montoya se envolveu em acidente com Barrichello na largada, e recebeu uma punição drive-through, terminando apenas em sexto, ficando fora da briga pelo título. Michael tinha 9 pontos de vantagem sobre Räikkönen, que foi segundo em Indianápolis e tinha chances remotas de título.

Barrichello vence em Suzuka, e Schumacher é hexa

Michael Schumacher até tinha um caminho tranquilo para conquistar o título, mas teve trabalho. Largando do 14º lugar, quebrou a asa dianteira ao tocar com o japonês Takuma Sato e quase colidiu com o irmão Ralf Schumacher, mas conseguiu salvar um oitavo lugar suficiente para se tornar o primeiro hexacampeão da Fórmula 1.

Seu companheiro de equipe, Rubens Barrichello, perdeu a ponta na largada para Juan Pablo Montoya, mas após o colombiano sofrer com problemas hidráulicos, partiu para uma grande vitória, coroando um dos dias mais importantes da história da Ferrari.

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