A Fórmula E já realizou oito corridas em 2023 e tem mais oito pela frente, e o GRANDE PRÊMIO listou os dez principais destaques desta metade inicial de temporada 2022/23 — a primeira da Era Gen3

Assista à corrida completa do eP de Berlim 2 (Vídeo: Grande Prêmio)

A Fórmula E chegou à metade da temporada 2022/23 no último domingo (23), com a realização da oitava etapa do campeonato, em Berlim, e encerrou a primeira metade da competição deste ano — que introduz os monopostos Gen3 pela primeira vez na história da categoria. E, em uma disputa tão equilibrada e aberta como a de 2023, o GRANDE PRÊMIO separou os dez principais destaques desta primeira parte, contabilizando pilotos e equipes. Confira!

▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

A Porsche precisa, com urgência, encontrar armas para responder ao crescimento da Jaguar (Foto: Fórmula E)

Porsche

Sem dúvidas, o principal destaque do início da Era Gen3 na Fórmula E. A Porsche, que também fornece seu trem de força para a Andretti, chegou causando no campeonato — não há outra maneira de definir. O domínio nas três primeiras corridas da temporada foi absurdo, com três vitórias e três segundos lugares, o que assustou as outras equipes sobre uma possível falta de competitividade sob o novo regulamento.

No entanto, após Diriyah 2, as coisas mudaram. A Jaguar evoluiu em larga escala, a Envision — cliente dos ingleses — aproveitou a onda para subir também, e a Porsche ficou claramente estacionada, com uma dificuldade tremenda de resolver suas próprias deficiências em ritmo de classificação.

Agora, já vê as rivais muito próximas e precisa rapidamente encontrar formas de reagir, se não quiser perder sua maior chance até aqui de um título mundial na categoria.

Jaguar

Como dito anteriormente, a Jaguar subiu de patamar durante a temporada. No início do campeonato, a equipe britânica já se colocava como uma das principais forças, principalmente pelo ritmo demonstrado nas classificações. A partir de Hyderabad, entretanto, tudo melhorou: Mitch Evans e Sam Bird passaram a imprimir um ritmo muito forte também nas corridas, aliado a um gerenciamento de energia consistente, o que já rendeu duas vitórias ao neozelandês.

Os problemas internos pela batida na Índia já parecem ter ficado para trás, e a equipe caminha a passos largos para empatar com a Porsche na liderança do campeonato. É, sem dúvidas, a principal força da Fórmula E no momento e venceu as últimas três corridas com seu trem de força — duas com o time de fábrica e uma com a Envision, a próxima da lista.

Jaguar e Envision, que compartilham o mesmo trem de força, têm evoluído com firmeza na Fórmula E (Foto: Fórmula E)

Envision

Entre as equipes clientes da Fórmula E, a Envision é, sem dúvidas, aquela que mais aproveitou o crescimento de sua fornecedora. O time verde, composto por Sébastien Buemi e Nick Cassidy, subiu ao pódio em quatro das últimas cinco corridas, acompanhando de perto o ritmo da equipe de fábrica da Jaguar. O neozelandês, inclusive, venceu sua segunda prova na Fórmula E em Berlim e coroou uma regularidade impressionante, após acumular três pódios, para assumir a vice-liderança do campeonato.

Por outro lado, Buemi sofre — e muito. O suíço faz uma boa temporada, já anotou duas poles, mas não consegue voltar ao pódio. Cruzou a linha de chegada em terceiro em Diriyah, mas foi punido; na Cidade do Cabo, foi abalroado por Wehrlein; em São Paulo, fraturou a mão após atingir uma das Maserati. Enfim, ‘Seb’ não vive uma boa fase em termos de sorte e torce para que a maré vire, já que ainda sustenta o maior jejum de vitórias do grid — 51 corridas.

Por fim, vale destacar o clima interno da equipe, que vai se tornando cada vez mais bélico — inclusive com reclamação pública de Cassidy em Berlim. Em uma crescente forte no campeonato, a Envision não pode deixar que o entrevero entre seus pilotos prejudique as aspirações no campeonato.

Wehrlein deixou a gordura na liderança acabar. Agora, vai precisar se reencontrar para voltar ao pódio (Foto: Fórmula E)

Pascal Wehrlein

Ainda líder do campeonato, mas talvez nem o alemão saiba como. Wehrlein acumulou uma gordura impressionante nas primeiras três corridas do ano, com duas vitórias e um segundo lugar, o que chegou a causar a impressão de que passearia rumo ao título da categoria. No entanto, as coisas não aconteceram bem assim.

O piloto caiu de nível nas etapas seguintes, não voltou ao pódio uma vez sequer e, para piorar, viu todos os seus concorrentes próximos ganharem fôlego. Mitch Evans venceu duas vezes, Nick Cassidy passou a acumular pódios e seu próprio companheiro de equipe, António Félix da Costa, apresenta um rendimento melhor no momento.

A vantagem na ponta, que já chegou a ser de 24 pontos, caiu para quatro. Wehrlein precisa acordar urgentemente se quiser manter a liderança já em Mônaco, no dia 6 de maio.

António Félix da Costa

O português é apenas o sexto colocado no Mundial de Pilotos, mas precisa ser encarado como um dos destaques de 2023. Da Costa ainda faz sua primeira temporada pela Porsche este ano e, como admitido por ele próprio, sofreu na adaptação à equipe e aos novos pneus Hankook. Por outro lado, desde que venceu na Cidade do Cabo, António segue apresentando atuações consistentes.

Precisando encarar as dificuldades da Porsche nas classificações, o português já chegou a uma final de mata-mata este ano — Wehrlein não venceu nenhum duelo em 2023 —, em São Paulo, e vem somando uma quantidade muito superior de pontos a seu companheiro de equipe, com a exceção da corrida 1 de Berlim — quando Da Costa também andava à frente, mas foi acertado por Jake Dennis e precisou abandonar. Extremo conhecedor da Fórmula E, António é um dos nomes a serem observados na segunda metade do campeonato.

Nick Cassidy

Sem dúvidas, o piloto mais regular da Fórmula E em 2023. Cassidy deixou de somar pontos em apenas uma corrida do ano até aqui, em Diriyah 2, o que o coloca exatamente na mesma rota traçada por Stoffel Vandoorne no título de 2022. Além disso, o neozelandês ainda subiu ao lugar mais alto do pódio em Berlim e enfim conquistou sua segunda vitória na categoria, a primeira indo até a bandeirada final.

Antes disso, entretanto, o piloto já impressionava. Cassidy acumulou pódios seguidos em Hyderabad, Cidade do Cabo e São Paulo, as três estreias da Fórmula E até aqui, e coroou o equilíbrio com o triunfo em Tempelhof. Quatro pontos atrás de Wehrlein, Nick é a principal ameaça à liderança do alemão no momento e já deixou claro que não vai se deixar ofuscar pela chegada do campeão Sébastien Buemi à equipe.

Evans costuma vencer bastante, mas precisa ser regular se quiser buscar o título (Foto: FIA Fórmula E)

Mitch Evans

Mais do que tudo, Mitch Evans quer evitar a repetição da temporada 2021/22, quando venceu quatro corridas e perdeu o título para Vandoorne — que venceu uma. Com duas vitórias conquistadas, o neozelandês vem escalando a tabela de classificação após um início pouco regular, em que as primeiras corridas do campeonato trouxeram um desempenho até certo ponto tímido.

A questão é que as coisas ficaram bem mais complicadas para Evans em Hyderabad, quando foi acertado pelo próprio companheiro de equipe no momento em que tinha boas condições para vencer. O piloto deixou o nível cair, saiu zerado na Cidade do Cabo, mas retomou o ritmo no Brasil: venceu pela primeira vez, antes de emendar a segunda em Berlim e finalizar o fim de semana alemão com um quarto lugar.

Quinto colocado no Mundial de Pilotos até o momento, 24 pontos atrás do líder Wehrlein, Evans não pode ser descartado de maneira nenhuma da briga pelo título. A Fórmula E ainda prevê uma rodada dupla em Roma este ano, pista na qual Mitch costuma se sobressair, e sua capacidade de acumular vitórias pode ser decisiva na definição do título.

Jean-Èric Vergne

A DS Penske não tem um dos piores carros da Fórmula E no momento, mas certamente também não possui ritmo para colocar um de seus pilotos entre os três melhores do campeonato. No entanto, por incrível que pareça, Jean-Èric Vergne já conseguiu somar 81 pontos e está abaixo apenas de Wehrlein e Cassidy no quesito. Como? Pura habilidade.

O francês é, indiscutivelmente, um dos principais nomes da história da Fórmula E. Único bicampeão da categoria, ‘JEV’ venceu uma corrida completamente inesperada em Hyderabad, quando a DS Penske ainda buscava se encontrar no campeonato, e aproveitou a subida de rendimento da equipe para somar mais um segundo lugar logo na etapa seguinte.

O fato é que o francês precisa de pouco para fazer muito, e é isso que o permite estar entre os primeiros mesmo com um conjunto aquém de Porsche e Jaguar, por exemplo. É difícil imaginar que Vergne se mantenha no topo da tabela com o rendimento atual de seu carro, mas o terceiro lugar em Berlim deu mostras de que a experiência ainda vale demais na categoria. Se a escuderia conseguir dar alguns passos à frente, o piloto se tornará um candidato real ao tri.

Um dos maiores da história da Fórmula E, Vergne se coloca em terceiro por puro talento (Foto: Fórmula E)

Sébastien Buemi

Um destaque um tanto diferente dos demais, Buemi tem tido a temporada mais movimentada da Fórmula E até aqui. O suíço já foi pole, já completou corrida no pódio e o perdeu devido a uma punição, já levou o companheiro de equipe ao descontrole e já tomou o posto de maior classificador da história da categoria, mas não conseguiu o que realmente interessa: vencer.

Dono do maior jejum do grid atual, com 51 corridas seguidas sem vitória, o campeão de 2015/2016 busca dar a volta por cima depois de um período de vacas magras na Nissan, mas encontra muita dificuldade, principalmente com a sorte. É possível ver claramente o desespero do piloto após alguns resultados abaixo do esperado, como na corrida 1 de Berlim, quando largou na pole e chegou em quarto.

O motivo principal para tanta irritação é simples: Buemi sabe que, pela primeira vez em anos, tem um conjunto capaz de ser campeão. No entanto, não consegue traduzir isso em resultados. Pior, mesmo com um bom desempenho dentro das pistas, o suíço já vê o companheiro Nick Cassidy 39 pontos à frente. Desesperador.

Corridas

Por fim, o principal destaque da Fórmula E até aqui: as corridas. Investindo em um formato um tanto quanto diferente na primeira temporada da Era Gen3, a categoria acertou em cheio com traçados mais largos, velozes e com menos curvas, o que aumenta — e muito — as emoções das corridas.

São Paulo bateu o recorde de trocas de liderança, com sete, logo antes de Berlim definir uma nova marca, com oito. O fim de semana em Tempelhof ainda apresentou inacreditáveis 360 ultrapassagens em apenas duas corridas, o que dá uma dimensão da imprevisibilidade do campeonato até aqui.

Com a Jaguar em uma evidente crescente, a Porsche ainda sem respostas e diversos pilotos em níveis muito parecidos, as corridas têm se revelado verdadeiras ‘pack races’, com o pelotão sempre muito próximo, o que aumenta as chances de boas disputas e até de uma possível zebra.

Como único ponto negativo, a Fórmula E precisa investigar maneiras de diminuir o prejuízo causado pela resistência do ar na recuperação de energia dos carros, já que tem sido cada vez mais comum ver líderes abdicando da ponta por questões estratégicas. Ainda assim, se a segunda metade do campeonato acompanhar o nível da primeira, a Fórmula E se encaminha para sua melhor temporada da história.

Assista ao eP de Berlim 1, que estabeleceu um novo recorde de trocas de liderança na Fórmula E (Vídeo: Grande Prêmio)

Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Escanteio SP.

SÃO PAULO E-PRIX 2023:
SINTA A ENERGIA DA FÓRMULA E

25 de março de 2023 CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ACESSAR O SITE OFICIAL DE VENDAS E ATIVAR O SEU BENEFÍCIO EXCLUSIVO COM O CÓDIGO SAOPAULOVIP. Comprar Ingresso com desconto

GOSTA DO CONTEÚDO DO GRANDE PRÊMIO?

Você que acompanha nosso trabalho sabe que temos uma equipe grande que produz conteúdo diário e pensa em inovações constantemente. Mesmo durante os tempos de pandemia, nossa preocupação era levar a você atrações novas. Foi assim que criamos uma série de programas em vídeo, ao vivo e inéditos, para se juntar a notícias em primeira-mão, reportagens especiais, seções exclusivas, análises e comentários de especialistas.

Nosso jornalismo sempre foi independente. E precisamos do seu apoio para seguirmos em frente e oferecer o que temos de melhor: nossa credibilidade e qualidade. Seja qual o valor, tenha certeza: é muito importante. Nós retribuímos com benefícios e experiências exclusivas.

Assim, faça parte do GP: você pode apoiar sendo assinante ou tornar-se membro da GPTV, nosso canal no YouTube

Saiba como ajudar