O GRANDE PREMIUM lista dez grandes circuitos que já figuraram na elite do automobilismo durante bons tempos. Alguns nem existem mais, enquanto outros traçados foram desfigurados e outros ainda recebem corridas de competições regionais ou nacionais

Nas últimas semanas, o mundo do esporte a motor voltou a discutir a influência dos circuitos na qualidade das corridas. O assunto veio à tona depois do horrível GP da França, disputado numa Paul Ricard que pouco lembra aquele circuito que foi palco da F1 no fim dos anos 1980. Lisérgico com suas listras vertiginosas, o traçado francês teve suas características bastante criticadas por pilotos e especialistas.

Aproveitando o ensejo, o GRANDE PREMIUM entra na discussão para listar alguns grandes circuitos que já fizeram parte da elite do automobilismo, não necessariamente apenas a F1, e que hoje fazem parte da história.

Alguns traçados nem existem mais, outros foram modificados em prol da segurança e das necessidades atuais, enquanto algumas pistas ainda recebem corridas em caráter nacional ou simplesmente foram esquecidas.

A seguir, embarque na nostalgia e lembre alguns circuitos de verdade e que hoje deixam muita saudade para o fã do esporte a motor.

Valência

O circuito urbano de Valência recebeu o Mundial de F1 sob a alcunha de GP da Europa em cinco oportunidades, entre 2008 e 2012. Sua presença nesta lista é muito por conta do êxito de pilotos brasileiros. Na prova inaugural, pole-position e primeiro lugar de Felipe Massa. Em 2009, um triunfo histórico: nas ruas de Valência, Rubens Barrichello alcançou a vitória 100 de pilotos brasileiros na F1.

No derradeiro ano, Fernando Alonso fez talvez a grande atuação da carreira. Com uma jornada primorosa, o piloto, então na Ferrari, levou os fãs ao delírio ao vencer depois de ter largado em 11º lugar. A prova também teve uma outra curiosidade marcante: Valência foi palco do último pódio da carreira de Michael Schumacher, que se despediu de forma definitiva da F1 em 2012.

As estruturas do antigo circuito hoje se incorporam à paisagem local, com muitos trechos em estado de abandono.

Estoril
 

O clássico circuito português foi palco de muitos momentos históricos no automobilismo. Foi lá que, em 1985, Ayrton Senna venceu pela primeira vez na F1. Um ano antes, Niki Lauda o saudoso Niki Lauda conquistou no autódromo litorâneo seu terceiro título mundial. Foi no Estoril também que Ayrton Senna fez seu primeiro teste em 1994 com o carro da Williams.

Ao todo, foram 13 corridas realizadas no Estoril, entre 1984 e 1996. Nos últimos anos, foi feita uma alteração na veloz curva do Tanque, adaptada para torná-la mais lenta e segura: nascia assim a curva do Gancho.

Ainda que não receba mais a F1 há anos e tenha estruturas mais antigas na comparação com seus pares europeus, o Estoril segue recebendo categorias internacionais tanto do automobilismo como também do motociclismo. Em agosto, o traçado lusitano vai voltar a sediar uma etapa da brasileira Porsche Carrera Cup.

Ímola
 

O Autódromo Enzo e Dino Ferrari naturalmente traz as piores lembranças por conta do trágico fim de semana do GP de San Marino de 1994 e as mortes de Ayrton Senna e Roland Ratzenberger. O circuito, que era de alta velocidade na sua primeira configuração, que vigorou na F1 entre 1980 e 1994, foi redesenhado em alguns trechos, como nas curvas Tamburello e Villeneuve.

O traçado localizado próximo a Bolonha continuou recebendo a F1 até 2006. Na sua penúltima prova válida pelo Mundial, Michael Schumacher e Fernando Alonso, que estava na campanha do seu primeiro título, travaram um grande duelo, que foi vencido pelo espanhol.

Ímola segue sendo uma importante praça do esporte a motor italiano e recebe categorias da motovelocidade e também do automobilismo, como a F4. 

Kyalami
 

Principal destino da Fórmula 1 na África, o circuito de Kyalami, distante cerca de 25 km de Johanesburgo, foi palco de 20 corridas válidas pelo Mundial. No primeiro ciclo, entre 1967 e 1985. Depois, mais dois anos, entre 1992 e 1993. Foi na África do Sul que Rubens Barrichello fez sua primeira corrida na F1.

Kyalami recebeu provas do automobilismo local e internacional, como a A1GP e o Mundial de Superbike, até 2010. Nos anos seguintes, em crise, o circuito foi colocado a leilão, em 2014. Por sorte, seu comprador, Toby Venter, um apaixonado por corridas, deu início a um processo de revitalização de toda a estrutura, hoje dotada de grau 2 de homologação da FIA.

Os eventos de pista não são frequentes, mas existem, como a disputa das 9 Horas de Kyalami, válida pelo Intercontinental GT Challenge, marcada para 23 de novembro. O sonho da administração é um dia voltar a sediar uma etapa da F1.

Cleveland
 

Aqui vale uma pequena escapada sobre os circuitos da F1. Cleveland foi um dos circuitos mais peculiares e interessantes da Indy, recebendo a principal categoria de monopostos dos Estados Unidos entre 1982 e 2007, nos últimos anos como parte da antiga Champ Car.

A curiosidade é que o circuito, com dez curvas e extensão de 2,106 m é montado em um aeroporto, o Burke Lakefront. Sendo assim, a pista não era de asfalto, mas de concreto. Mas o mais interessante era a largura do traçado, que em muitos trechos comportava cinco carros lado a lado, e ainda sobrava espaço.

Outra característica única do circuito de Cleveland era que, por ser em um aeroporto, a pista era completamente plana. Sendo assim, não havia referências em termos de relevo, como é comum a outros circuitos ao redor do mundo.
(.)

Adelaide
 

Palco do GP da Austrália nos seus primeiros anos, entre 1985 e 1995, o circuito urbano de Adelaide tinha parte do seu traçado nas ruas da cidade e outra parte no Rymil Park. A prova sempre marcava o encerramento da temporada, mas ainda assim foi palco de grandes momentos.

Um deles foi o inesquecível embate pelo título mundial em 1986 envolvendo Nelson Piquet, Nigel Mansell e Alain Prost, que ficou com a taça. Foi em Adelaide que Ayrton Senna venceu pela última vez na F1, em 1993. Um ano depois, Michael Schumacher jogava o carro para cima de Damon Hill na tentativa de salvar a conquista do título, que ficou com o alemão.

Com o traçado um pouco mais curto, hoje Adelaide é um dos principais palcos do automobilismo australiano e recebe com frequência provas do V8 Supercars e outras categorias do esporte a motor local.

Hockenheim
 

Por muito tempo, o traçado cravado na Floresta Negra foi o segundo mais longo do Mundial de F1. Com seus quase 7 km de extensão, a antiga pista de Hockenheim dividia com Monza o título de circuito mais rápido do calendário com trechos intermináveis que se misturavam em meio ao verde.

Na configuração original, foram 25 corridas disputadas em Hockenheim. A pista foi cenário dos acidentes fatais de Jim Clark e Patrick Depailler. Também foi em Hockenheim que Rubens Barrichello venceu pela primeira vez na F1.

Em 2001, o circuito sofreu profundas modificações, perdeu a característica de ser uma pista de alta velocidade, sendo encurtado. O autódromo continua recebendo a F1 e grandes categorias do automobilismo europeu. O trecho da Floresta Negra hoje é somente história, com o verde cobrindo as retas da histórica Hockenheim.

Istambul
 

Durou pouco, muito pouco, o GP da Turquia no calendário do Mundial de F1. Apenas sete edições foram realizadas no Istambul Park, talvez o melhor circuito já desenhado por Herman Tilke. De fato, era uma pista muito distinta das outras não apenas pela variedade de relevo, mas pelas curvas cegas. A mais legal era, sem dúvidas a famosa Curva 8, feita em quatro tomadas seguidas.

Utilizada entre 2005 e 2011 pelo Mundial de F1, a pista de Istambul teve em Felipe Massa seu grande nome, com o brasileiro vencendo de forma consecutiva em 2006, 2007 e 2008. Era um circuito que dava boas corridas.

Sem tradição no automobilismo, a Turquia não tem grandes eventos para levar atualmente ao Istambul Park, que hoje é palco de track days e já foi até local de concessionária de carros usados.

Interlagos antiga
 

Principal palco do automobilismo brasileiro, Interlagos recebe oficialmente o Mundial de F1 desde 1973. Foram sete corridas até 1980 em um circuito de alta velocidade e com quase 8 km de extensão.

O circuito até hoje é lembrado com saudades por pilotos, jornalistas e fãs do automobilismo por suas características únicas e curvas feitas com o pé embaixo, como as 1 e a 2, logo ao fim da reta dos boxes.

Com 50 anos de história, o circuito foi reformado a toque de caixa em empreendimento liderado pela prefeita Luiza Erundina e pela Shell. Tudo para manter a F1 no Brasil. A pista foi encurtada e, por sugestão de Ayrton Senna, nascia o S do Senna, curva que serviu para ligar a reta dos boxes com a curva do Sol. Desde 1990 até então, Interlagos é palco do GP do Brasil de F1.

Jacarepaguá
 

A destruição do icônico circuito carioca ainda dói. Seu vazio jamais foi e talvez nunca seja reposto. Desde o início da sua mutilação para construção de instalações dos Jogos Pan-Americanos de 2007, até o desaparecimento completo para dar lugar ao Parque Olímpico, Jacarepaguá foi, aos poucos, morrendo, e suas instalações foram abandonadas.

Palco do GP do Brasil em dez edições, Jacarepaguá também recebeu as primeiras corridas da Indy no país, entre 1996 e 2000, no circuito oval. A pista sempre foi palco de grandes categorias nacionais, como a Stock Car, que lá teve sua primeira Corrida do Milhão, vencida por Valdeno Brito.

As últimas corridas em Jacarepaguá aconteceram em 2012. Desde então, o Rio de Janeiro está órfão de uma grande praça para a prática do esporte a motor. O Parque Olímpico é o cenário de grandes eventos, como o Rock in Rio. Mas sua finalidade esportiva também tem seu futuro incerto.

Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Escanteio SP.

SÃO PAULO E-PRIX 2023:
SINTA A ENERGIA DA FÓRMULA E

25 de março de 2023 CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ACESSAR O SITE OFICIAL DE VENDAS E ATIVAR O SEU BENEFÍCIO EXCLUSIVO COM O CÓDIGO SAOPAULOVIP. Comprar Ingresso com desconto

GOSTA DO CONTEÚDO DO GRANDE PRÊMIO?

Você que acompanha nosso trabalho sabe que temos uma equipe grande que produz conteúdo diário e pensa em inovações constantemente. Mesmo durante os tempos de pandemia, nossa preocupação era levar a você atrações novas. Foi assim que criamos uma série de programas em vídeo, ao vivo e inéditos, para se juntar a notícias em primeira-mão, reportagens especiais, seções exclusivas, análises e comentários de especialistas.

Nosso jornalismo sempre foi independente. E precisamos do seu apoio para seguirmos em frente e oferecer o que temos de melhor: nossa credibilidade e qualidade. Seja qual o valor, tenha certeza: é muito importante. Nós retribuímos com benefícios e experiências exclusivas.

Assim, faça parte do GP: você pode apoiar sendo assinante ou tornar-se membro da GPTV, nosso canal no YouTube

Saiba como ajudar