A Fórmula E já aceitou comum em seus quadros que punições vindas do nada tenham um enorme efeito que diminui tudo aquilo que pode ser visto dentro da pista. O GRANDE PREMIUM destaca grandes símbolos da sanha punitiva da categoria

Após mais uma etapa cheia de punições que afetaram a corrida e o campeonato de forma drástica, a Fórmula E reforça que o que acontece dentro dos limites da pista é tão importante quanto a força da caneta de seus comissários. O assunto simplesmente não é uma prioridade, a categoria está confortável assim. Mas os momentos que ficam marcados no traçado são apagados quando colocados no registro dos livros.

O GRANDE PREMIUM aproveita o momento para destacar dez momentos em que punições afetaram situações chave nestas cinco temporadas. 

Stéphane Sarrazin ganhou e não levou em Londres, na corrida 2 de 2015 (Stéphane Sarrazin venceu mas não levou em Londres, 2015 (Foto: LAT))

Quando custou vitórias

 

2015 – Berlim, Di Grassi

Jarno Trulli causou espanto ao cravar a pole do eP de Berlim no Aeroporto de Tempelhof. Mas não durou mais que alguns metros, porque Lucas Di Grassi tomou a ponta e partiu para a liderança de forma tranquila. Sumiu, venceu com certa facilidade e assumiu, naquele momento, a liderança do campeonato. 

Após o carro ser inspecionado, a notícia: a FIA encontrou uma mudança não autorizada em uma aleta na asa dianteira. Modificação sem grandes efeitos práticos, mas proibida. Desclassificação e colocou Jérôme D'Ambrosio na vitória e fez Lucas ficar 20 pontos atrás de Nelsinho Piquet no campeonato.

2015 – Londres 2, Sarrazin

Pole e com uma vitória de ponta a ponta, Stéphane Sarrazin comemorava o primeiro triunfo dele na categoria. E com certa dominação, na realidade. Mas os comissários logo definiram que o francês havia usado mais energia que o permitido.

Com a decisão, uma punição de 49s foi adicionada ao resultado final de Sarrazin, o que empurrou o veterano do rali para o 15º posto. Sam Bird ficava com a vitória no dia do título de Nelsinho Piquet.

2016 – Cidade do México, Di Grassi

Lucas Di Grassi largou na terceira colocação e comandou a corrida por boa parte. É verdade que Jérôme D'Ambrosio se aproximou no final, mas a corrida foi de Lucas. Mas que isso: com ele vencendo e Sébastien Buemi na terceira colocação, o brasileiro assumia a liderança do campeonato 2015/16.

Até que a inspeção da FIA encontrou um problema: o carro da Audi ABT estava abaixo do peso ideal. Desta forma, Di Grassi foi desclassificado e D'Ambrosio foi empurrado para a vitória. Buemi foi segundo e abriu 22 tentos na liderança do campeonato que, no fim das contas, venceria por dois pontos.

Lucas Di Grassi em Santiago (Lucas Di Grassi em Santiago (Foto: Audi))

Quando custou pole-positions

 

2019 – Santiago, Di Grassi

Uma nova regra instituída apenas dias antes acabou se tornando protagonista no sábado problemático da FE no Chile. Todos os pilotos devem repetir os padrões de uso dos freios utilizados em sua volta rápida para a volta de retorno aos boxes. E mesmo assim, sem grandes razões e sendo novata, custou tão caro.

Lucas Di Grassi triturou a competição na Superpole em Santiago. Ninguém conseguiu ficar sequer a 0s5 do piloto da Audi, que foi punido com uma surpreendente desclassificação por conta dos padrões do freio na volta de retorno aos boxes. Di Grassi largou no último lugar – com Sébastien Buemi na ponta – e terminou a corrida fora dos pontos – após uma outra punição durante a prova. Agora são 33 pontos para o líder do campeonato. 

2018 – Punta, Di Grassi/Lynn/Turvey/Evans

A Superpole do eP de Punta del Este foi praticamente apagada nas horas seguintes ao treino. Dos cinco pilotos que avançaram, quatro foram punidos. Apenas Jean-Éric Vergne, que ficara na quinta colocação, resistiu. Foi coroado o pole, pois.

Lucas Di Grassy, Alex Lynn e Oliver Turvey tiveram as voltas da Superpole canceladas por desrespeitarem os limites do traçado. Mitch Evans foi punido com mais força, caiu para o 16º posto, quando o carro da Jaguar foi declarado acima do peso permitido. Assim Vergne conseguiu largar na frente e partir para a vitória na corrida. 

2017 – Cidade do México, Abt

Daniel Abt não anotava uma pole na FE desde o eP de Long Beach de 2015, dois anos antes. O piloto alemão passou para a Superpole e construiu uma ótima volta especialmente nos primeiros dois setores. O suficiente para sair com a pole. 

Mas antes da corrida, a direção de prova concluiu que o carro da Audi ABT estava com pressão dos pneus abaixo do limite mínimo permitido. Com isso, Abt caiu para o 18º lugar e Turvey ficou com a pole. 

2016 – Long Beach, Da Costa

Na pista mais curta da FE, António Félix da Costa e Sam Bird foram os últimos dois pilotos na pista para a Superpole em 2016. O português, ligeiramente mais lento na fase inicial do treino de classificação, foi primeiro para a pista. Fez uma excelente volta, tão boa que Bird não conseguiu igualar e ficou com o segundo posto. 

Pouco após a sessão, os comissários concluíram que o pneu traseiro esquerdo estava com uma pressão um pouco abaixo do limite. Resultado? Todas as voltas que marcou na classificação foram deletadas, jogando o português para o último lugar e promovendo Bird para a pole. O inglês terminou a corrida apenas no sexto posto, enquanto Da Costa abandonou com uma quebra de suspensão. Lucas Di Grassi foi quem venceu.

2014 – Putrajaya, Prost

Após abrir a história da FE com uma pole em Pequim, Nicolas Prost causou o acidente mais famoso destes cinco anos naquela primeira corrida. Líder por toda a prova, se desesperou quando Nick Heidfeld se moveu para ultrapassá-lo na última curva da corrida, causou uma batida e mandou Heidfeld pelos ares. O erro evidente custou uma punição de dez posições no grid de largada da etapa seguinte. 

Foi na Malásia, em Putrajaya. Prost voltou a cravar a pole, mas a punição em curso fez com que caísse para o 11º lugar. Oriol Servià herdou a posição, mas foi Sam Bird quem venceu a prova.

Sam Bird venceu e herdou a liderança do campeonato com a punição a D’Ambrosio (Sam Bird em Santiago (Foto: FE))

Quando tiveram um efeito no campeonato

 

2019 – Santiago, D'Ambrosio

A verdade é que D'Ambrosio não impressionou na etapa chilena. Líder do campeonato após a vitória em Marrakech, o belga largou na 21ª colocação e até conseguiu escalar bem o pelotão. Terminou em décimo, com um ponto, o que fazia com que perdesse a liderança. Mas punições dadas a Di Grassi e López acabaram impulsionando Jérôme ao oitavo lugar e quatro pontos. A liderança, por dois tentos, permanecia.

Mas as punições dão e as punições tiram. 

Quatro horas depois do fim da corrida, D'Ambrosio foi punido por ter excedido a velocidade durante amarela de pista inteira. 5s foram adicionados ao resultado final, o que fez com que D'Ambrosio caísse de volta ao décimo lugar e, novamente, perdesse a liderança do campeonato. 

2018 – Zurique, Vergne

Depois de classificar muito mal na prova suíça, Vergne dava clara demonstrações do motivo de ser o grande candidato ao título da Fórmula E 2017/18. Já ocupava a quarta colocação após 30 voltas, estava na frente de Sam Bird, único rival pelo título, e colocava as duas mãos no troféu mesmo com três corridas ainda no calendário. Até que a direção de prova resolveu punir em bando. 

Na volta 29, avisou que Mitch Evans, André Lorrerer, Sébastien Buemi, José María López e Vergne haviam excedido o limite de 50 km/h sob bandeira amarela de pista inteira – algo que acontecera mais de dez voltas antes e passaram absolutamente despercebido. Vergne cumpriu o drive-through e voltou na 12ª colocação com apenas seis voltas para o final. Ainda conseguiu terminar em décimo. Bird, por sua vez, saiu de sexto para segundo com as punições e ganhou nova vida na disputa do título. Mesmo assim, duas corridas depois, Vergne sagrou-se campeão.

Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Escanteio SP.

SÃO PAULO E-PRIX 2023:
SINTA A ENERGIA DA FÓRMULA E

25 de março de 2023 CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ACESSAR O SITE OFICIAL DE VENDAS E ATIVAR O SEU BENEFÍCIO EXCLUSIVO COM O CÓDIGO SAOPAULOVIP. Comprar Ingresso com desconto

GOSTA DO CONTEÚDO DO GRANDE PRÊMIO?

Você que acompanha nosso trabalho sabe que temos uma equipe grande que produz conteúdo diário e pensa em inovações constantemente. Mesmo durante os tempos de pandemia, nossa preocupação era levar a você atrações novas. Foi assim que criamos uma série de programas em vídeo, ao vivo e inéditos, para se juntar a notícias em primeira-mão, reportagens especiais, seções exclusivas, análises e comentários de especialistas.

Nosso jornalismo sempre foi independente. E precisamos do seu apoio para seguirmos em frente e oferecer o que temos de melhor: nossa credibilidade e qualidade. Seja qual o valor, tenha certeza: é muito importante. Nós retribuímos com benefícios e experiências exclusivas.

Assim, faça parte do GP: você pode apoiar sendo assinante ou tornar-se membro da GPTV, nosso canal no YouTube

Saiba como ajudar