Com trabalho excepcional na Mercedes, mas também sem grandes concorrentes à altura, Toto Wolff se destaca entre os que têm a missão de liderar um time. Carente de velhos manda-chuvas, o 10+ relembra grandes nomes da Fórmula 1

As coisas parecem tão bem desenhadas para que Lewis Hamilton possa seguir tranquilamente rumo ao hexacampeonato que a Fórmula 1 se vê em histórias que deveriam ser apenas secundárias. Evidentemente que, ainda mais em tempos de superexposição, natural que muitos tenham seus minutos de fama na transmissão oficial, mas o ideal seria que por boas atitudes. Toto Wolff (Mercedes) à parte, os atuais ‘team principals’ deixam, e muito, a desejar na administração da corrida. Mais do que isso, fazem o fã sentir saudade de verdadeiros ‘chefes de equipe’.

Se a Mercedes nada de braçada com Wolff (são 295 pontos, contra 172 da Ferrari e 124 da Red Bull), as demais equipes, em geral, sofrem com mandos e desmandos. Ou, para dizer o mínimo, com atitudes questionáveis de toda a ordem. Mattia Binotto (Ferrari) erra na preferência por seus pilotos, quando não atrasa a carreira de um deles; Guenther Steiner (Haas) parece ter de empostar a voz no rádio toda vez que quer uma decisão sua seja cumprida; e Cyril Abiteboul (Renault) já virou um personagem de documentário, que jura ter um carro bom tamanho o aporte financeiro.

O 10+ desta semana tratou de contar um pouco mais da história, desses sim, verdadeiros chefes de equipe. Aqui, não necessariamente em ordem de relevância, também ficaram de fora outros tantos, estão listados alguns dos autênticos manda-chuvas que marcaram história na F1 e faziam de tudo por seus carros e pilotos. Confira a lista a seguir:

Toto Wolff

O austríaco, hoje com 47 anos, está escrevendo seu nome na galeria dos maiores chefes de equipe da história do automobilismo. Desde 2014, o empresário deixou a Williams e assumiu as operações da mesa da Mercedes. Junto com Lewis Hamilton e Nico Rosberg, ele foi quebrando todos os recordes. Já são dez títulos (entre Pilotos e Construtores) e só não chegara à marca histórica de Ron Dennis (17) por que estima-se que já tenha marcado a data para pendurar o rádio. Fala-se inclusive em provável substituição a Chase Carey, atual chefe executivo da F1.
(Reprodução/Instagram/@MercedesAMGF1)

Christian Horner

Alguém como perfil semelhante ao de Wolff, e que ainda está na F1, Horner também queria ser piloto e correu em diversas categorias para conquistar esse sonho. Em entrevistas, já disse que lhe faltou talento e foi melhor partir para o mundo dos negócios. Hoje, com 45 anos, busca reencontrar os caminhos das vitórias para a Red Bull, equipe pela qual começou em 2005 e foi tetracampeão com Sebastian Vettel, de 2010 a 2013 — tornou-se o mais jovem dirigente a assumir uma equipe de F1, quando tinha só 32 anos. Antes, ele havia dirigido times e comprado negócios da Arden na F3000 e na F3000 Italiana.
(Divulgação/Red Bull Content Pool)

Jean Todt

Quem não se lembra deste simpático francês no muro da Ferrari? Foi nas mãos do ex-piloto e navegador de rali que Michael Schumacher enfileirou logo cinco títulos consecutivos, de 2000 a 2004, com 72 das suas 91 vitórias — Todt também esteve no título de Kimi Räikkönen e, ao todo, soma 13 conquistas, de 1993 a 2007. Desde outubro de 2009, ele é presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e, atualmente, demonstra grande interesse na Fórmula E.
(AFP)

Ron Dennis

De mecânico da Brabham a um dos nomes mais importantes da história da indústria automobilística como um todo. Claro que com um currículo desses, Dennis dificilmente teria sua história incólume. Fato é que esse é ainda hoje reconhecido como um dos mais icônicos chefes de equipe que a F1 já viu. Não apenas pelas vitórias, mas por conseguir títulos com alguns dos maiores gênios das pistas: Niki Lauda, Alain Prost, Ayrton Senna, Mika Hakkinen e Lewis Hamilton. Em 2017, pôs fim a quase 40 anos de história e vendeu suas últimas ações no grupo. Mesmo assim, é sabido que sua sombra nunca saiu da equipe.
(Ron Dennis (Foto: McLaren))

Flavio Briatore

Por falar em ‘controverso’, o italiano talvez seja quem mais represente essa classe entre os chefes de equipe. Tão amado, quanto odiado, Briatore, que começou a carreira como gerente de restaurante e vendedor de seguros, amigo de Luciano Benetton, tem com os dois primeiros títulos de Michael Schumacher (1994 e 1995) e os dois títulos de Fernando Alonso. Daí, em muito, a referência que se tem dele como um grande caça-talentos. Foi assim que tirou o alemão da Jordan e apostou no jovem espanhol em detrimento de pilotos experientes. Como se sabe, acabou banido da F1 em 2009 após o escândalo de Singapura, mas antes já havia aprontado das suas com direção ofensiva de Schumacher contra Damon Hill, falta de filtro nas máquinas de reabastecimento, controle de tração e largada e por aí vai.
(Reprodução/Instagram/@briatoreflavio)

Ross Brawn

Mecânico, engenheiro, chefe, dono de equipe e… diretor-esportivo da F1. Pouca gente experimentou tanta coisa na categoria quanto o inglês. Quem o vê hoje com o ar soberano, na maturidade dos seus 64 anos, pode não acreditar que ele chegou a ser entrevistado por Patrick Head para trabalhar como mecânico na Williams no final dos anos de 1970. Em pouco tempo, ganhou espaço não só na equipe, com na própria F1. Antes do estreante e derradeiro título solitário da Brawn GP, em 2009, ele ainda trabalhou na Lola, Arrows, Benetton, Honda e, posteriormente, na própria Mercedes.
(A vitória de Jenson Button no GP da Austrália de 2009 foi a de número 200 do Reino Unido na F1)

Monisha Kaltenborn

A indiana, com cidadania austríaca, nem de longe tem o mesmo currículo de outros grandes nomes aqui listados. Ainda assim, merece o destaque por ser a primeira mulher a assumir a chefia de uma equipe de F1. De 2012 a 2017, os bons resultados puderam ser contados nos dedos, mas demissão de Monisha teve muito mais a ver com questões políticas e influência dos patrocinadores. Até 2000, ela trabalhava na área jurídica do Credit Suisse, então patrocinador. Depois de atuar no relacionamento entre marca e equipe, ela adquiriu 33,3% de participação no time de Peter Sauber e foi nomeada diretora-geral. A maior saia-justa da carreira foi no GP da Austrália de 2015, quando viu o holandês Giedo Van der Garde exigir na justiça o direito de correr e teve de rapidamente costurar um acordo para não gerar mais constrangimentos.
(Monisha Kaltenborn (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio))

Colin Chapman

Um dos maiores gênios da F1. Assim pode ser resumida a carreira do engenheiro aeronáutico, apaixonado por corridas de automóveis. Em 1958, Chapman fundou um dos símbolos do automobilismo: a Lotus. Como se não bastassem seus conceitos de aerodinâmica e o chassi monocoque, é dele também algo que mudou a história dos patrocínios esportivos. Chapman decidiu abolir a tradicional cor verde para dar lugar ao vermelho e dourado da marca de cigarros Gold Leaf. Por tudo isso, jogou o seu boné para cima em 68 vitórias, tendo conquistado 7 títulos de Construtores e 6 de Pilotos — o brasileiro Emerson Fittipaldi conquistou seu primeiro título, em 1972, pela equipe de Chapman.
(Reprodução)

Jack Brabham

Já bicampeão da F1 (1959 e 1960) como piloto, o australiano queria mais. Brabham fundou sua própria equipe em 1962, com Ron Tauranac. E conquistou o tricampeonato por ela em 1966 — o único piloto e dono de equipe da história a conseguir tal feito. A equipe permaneceu na categoria até 1992 e levou 2 títulos de Construtores e 4 de Pilotos. Por ela, Nelson Piquet (1981 e 1983) foi bicampeão e Ayrton Senna fez seu primeiro teste de F1 (1983). Muito se diz que o próprio Piquet havia interferido na não-contratação do compatriota, algo que Piquet sempre negou.
(Tri, Brabham levou em 1966 (Foto: Reprodução))

Frank Williams

Hoje o sobrenome pode causar algum desconforto na F1. Mas os péssimos resultados de agora em nada refletem os 9 títulos de Construtores e 7 de Pilotos que o britânico carrega em sua espetacular trajetória de piloto de coragem e um chefe de equipe meticuloso. Aos 77 anos, com problemas de saúde e as dificuldades de locomoção de quem reconhece que viveu a vida tão intensamente que foi parar em uma cadeira de rodas em 1986, ele já não visita mais o paddock. Também não teria motivos para isso. Sir Frank Williams tem muito para se lembrar dos tempos com Alan Jones, Keke Rosberg, Nelson Piquet, Nigel Mansell, Alain Prost, Damon Hill e Jacques Villeneuve. A maior mancha na história da sua equipe, claro, foi a morte de Ayrton Senna.

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