Os dois times lutam pelo título de melhor do resto na categoria - mostrando que, tanto na vida quanto no esporte, tudo é cíclico

McLaren e Renault disputando cada curva, cada freada, tudo em busca do mesmo objetivo. Aconteceu pela primeira vez na era moderna da Fórmula 1 em 2005, quando Fernando Alonso e Kimi Räikkonen lutaram pelo título mundial da categoria. Aquele ano acabou com a conquista do espanhol e dos franceses. 

Após 14 anos, em 2019, a disputa entre McLaren e Renault se repete – só que em uma situação completamente diferente. Os anos de glória ficaram no passado e os dois times agora lutam para ser a quarta força da F1. 

Luta essa que foi um dos principais destaques do GP da França, que aconteceu no circuito de Paul Ricard neste domingo (23).
 

(Sergio Sette Câmara (Foto: McLaren))

Após começo de ano ruim, Ricciardo parece ter assumido a liderança da Renault

Os últimos anos não foram bons para ambas as equipes, é verdade. A McLaren afundou com o fim do casamento da Mercedes e em uma aposta infrutífera com a Honda, além de disputas internas que acabaram tirando Ron Dennis não só da cadeia de comando, mas também da sociedade do grupo. Foi justamente nos motores Renault que os ingleses encontraram um porto seguro para, a partir daí, se reestruturar – fase na qual estão desde 2018. 

A trajetória da Renault não é menos problemática. A primeira saída de Alonso, no final de 2006, foi um golpe duro. O espanhol retornou em 2008, mas a armação no GP de Singapura daquele ano acabou tirando Flavio Briatore do comando, além de esfriar a relação da fábrica francesa com a categoria. A equipe foi vendida, virou Lotus, foi recomprada pela Renault e, desde então, tenta reviver as glórias da década passada. Os investimentos são altos, mas time de Enstone ainda patina.

Assim chegamos ao GP em Le Castellet. A McLaren, na tabela do campeonato de construtores, ocupava a quarta posição, mas a Renault corria em casa e vinha de uma interessante recuperação na última prova, no Canadá. Prometia ser uma bela disputa entre ambas.

Na classificação, o novato Lando Norris botou o primeiro carro laranja na quinta posição do grid, com Carlos Sainz colocando a segunda McLaren em sexto – ambos à frente do tetracampeão Sebastian Vettel, da Ferrari. Na Renault, Daniel Ricciardo conseguiu o oitavo lugar do grid, com Nico Hülkenberg destoando ao ficar pelo Q2, em 13º. 

Já no domingo, logo no começo da corrida, Sainz ultrapassou o companheiro de equipe e assumiu a quinta colocação. Vettel colocou ordem na casa, passou as McLarens e, a partir daí, o time de Woking correria tranquilamente, certo? Errado

Norris disputando posição contra as duas Renault e Räikkönen

Quer dizer, Sainz até que teve uma corrida tranquila. Tirando a posição que ganhou na largada, o espanhol não precisou fazer mais nenhuma ultrapassagem. Ao mesmo tempo, Norris teve problemas no trecho final e viu negado o pedido de usar o DRS para disputar posição com o companheiro. 

Ricciardo cresceu. O australiano fez seis ultrapassagens em uma prova mais conturbada e se aproximava do #4 acompanhado por Kimi Räikkönen, da Alfa Romeo, e por Hülkenberg. Norris foi jogado fora da pista pelo #3 e perdeu a posição tanto para os três adversários. Após a bandeirada, os comissários viram a manobra do piloto da Renault como ilegal, penalizando-o com 5s. Dessa forma, o britânico da McLaren pulou de 10º para 9º – e Ricciardo caiu de 8º para 11º, saindo da zona de pontos. 

Foi, em um GP monótono, o grande momento da prova.

Se lá na frente a Mercedes parece ter o campeonato nas mãos, a temporada de 2019 tem tudo para ser boa no meio do pelotão, na luta entre amarelos e laranjas. Um retrato disso é a tabela de classificação: a McLaren manteve o quarto lugar no Mundial de Construtores, com 40 pontos – enquanto a Renault tem 32. Entre os pilotos, Sainz é o melhor do resto, em sétimo, somando 26. Já Ricciardo te 16 ponto na nona posição, empatado justamente com Hülkenberg. Fechando essa briga particular, Lando Norris é o 12º no Mundial de Pilotos, com 14 pontos.

No momento, o pessoal de Woking parece um passo à frente, mas nada inalcançável.

O grande fiel da balança na disputa parece ser Räikkönen. O finlandês claramente anda mais que o companheiro Antonio Giovanazzi, quem sabe até mais que o carro. Por isso, a Alfa Romeo está longe de disputar o título da F1B, mas o #7 é sim um adversário de respeito para McLaren e Renault. 

No final, fica a sensação de que franceses e ingleses poderiam fazer muito mais na Fórmula 1, seja por seu investimento, pilotos e, principalmente, história. Seria bom para à categoria vê-los mais à frente. Ainda assim, a perspectiva de ter duas marcas tão tradicionais em uma disputa direta – ainda que no meio do pelotão – é uma dos fatores que podem fazer de 2019 um ano minimamente interessante para a categoria.

Isso e esperar a próxima temporada de ‘Drive to Survive’, onde as intrigas e discussões de bastidores finalmente serão conhecidas pelo grande público… 

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