Não foi Maria Von Trapp, mas sim Charles Leclerc que mexeu com o estado das coisas nas colinas da Áustria e conquistou a pole position no Red Bull Ring

“As colinas estão vivas com o som da música”, canta Julie Andrews logo na abertura do clássico ‘A Noviça Rebelde’ (‘The Sound of Music’, no original). O musical, talvez você não saiba, é inspirado em uma história real, sobre uma jovem que vai até os alpes austríacos para ser a governanta dos filhos de um militar – justamente pouco antes da Segunda Guerra Mundial e da invasão do país pela Alemanha Nazista. 

Neste sábado (29), o som da música que se ouve na região de Spielberg, justamente na Áustria, é a dos motores da Fórmula 1. E aquele que gritou mais alto não vem de uma noviça, mas sim de um novato: Charles Leclerc, da Ferrari, que marcou a pole position para o GP da Áustria, que acontece amanhã (30).

Não foi pouco. O monegasco vem dominando boa parte do fim de semana, com o melhor tempo no segundo e terceiro treinos livres, além de ter sido o melhor no Q2 e no Q3 da classificação. O resultado é um alento para a temporada 2019, que até aqui vem sendo dominada pela Mercedes.

Aliás, é de Leclerc os dois (de três) melhores resultados de um piloto que não é da Mercedes no ano. São duas poles do #16 e uma #5. Todos os outros melhores lugares do grid, além das vitórias nos oito GPs, estão na conta das Flechas de Prata.

Essa é, também, a primeira pole de um carro que não é prateado em Spielberg desde 2015, além de ser a primeira P1 de um motor que não é Mercedes desde o retorno da F1 ao circuito, em 2014. O último grande resultado da Ferrari na pista é de 2003, antes do hiato austríaco no calendário da categoria. Naquela oportunidade, Michael Schumacher dominou todo o fim de semana com a F2003-GA, vencendo a prova no domingo.

O resultado representa mais uma abalo nas estruturas do time italiano. É a primeira vez em toda a carreira que Sebastian Vettel se vê atrás de um companheiro de equipe na classificação austríaca – ressaltando, claro, que esta é apenas a quinta prova do alemão em Spielberg. Outro ponto é que o carro #5 teve sérios problemas ao final do Q2, no que a Ferrari classificou como um problema de “pressão de ar no motor”, tirando o tetracampeão do Q3.

Hamilon tocando o som de seu motor híbrido nas colinas da Áustria

Muita coisa pode acontecer no domingo. O próprio Vettel, largando em décimo, virá em uma corrida de recuperação que tem tudo para ser, no mínimo, interessante. Ao mesmo tempo, lá na frente não podemos dizer que há um domínio acachapante de Leclerc e da Ferrari. Lewis Hamilton ficou 0s259 atrás da Ferrari e larga com pneus médios, contra os macios do monegasco, e poderá ter um primeiro trecho maior antes da parada nos boxes. Já Max Verstappen ficou 0s436 atrás e, em terceiro, tem pela primeira vez no ano a chance de verdadeiramente brigar pela vitória para a Red Bull. 

Temos, curiosamente, o pentacampeão entre os novatos. Nesse contexto, o que pode pesar é a inexperiência que Leclerc ainda tem, além dos erros que o time italiano vem cometendo em suas estratégias.

[Atualização: cerca de duas horas após o final da classificação, a FIA penalizou Hamilton em três posições – o inglês, agora, larga em quinto].

Para quem vencer, o GP da Áustria pode ser um momento de consolidação ou de virada. A temporada vai chegando ao seu meio – serão completadas nove de 21 uma etapas – e uma vitória de Hamilton daria o conforto necessário para o piloto encaminhar o hexacampeonato. No caso de Leclerc e Verstappen, finalmente romper o domínio da Mercedes traria o sonho – ainda que distante – de lutar pelo título. No caso do monegasco, também seria um trunfo na luta interna dentro da Ferrari, que ainda vê Vettel como o primeiro piloto. Tudo que o alemão não quer é um novato rebelde, não é mesmo?

Outro que precisa mostrar serviço neste domingo é Valtteri Bottas. Depois de um grande começo de ano, o finlandês está em um momento apagado e foi o quarto na classificação – 0s5 atrás do melhor tempo. 

Por tudo isso, o GP da Áustria tem tudo para ser uma corrida melhor do que o chato GP da França. Vamos torcer para que não seja apenas uma ilusão causada pelo som da música… 

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