Documentário ‘Born Racer’ usa a vida do pentacampeão para retratar os medos, alegrias, frustrações e objetivos dos pilotos da categoria

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É a 101ª edição das 500 Milhas de Indianápolis, o maior espetáculo do automobilismo mundial. Pole position de Scott Dixon, da Chip Ganassi. O neozelandês carrega nas costas o peso de sua equipe não vencer no Brickyard desde 2012 e precisa segurar os 32 adversários que estão logo atrás. Chega a volta 52. Confusão à frente do #9. Quando percebemos, o Dallara-Honda azul e branco está voando de forma espetacular, caindo abruptamente no asfalto do Speedway. Pouco sobra do monoposto.

Nos pits, vemos o semblante preocupado de uma mulher. Trata-se de Emma Davides-Dixon, esposa do piloto acidentado. Porém, o alivio vem em seguida: Scott se levanta e sai do carro, ileso. “Sinceramente achei que seria a minha vez”, desabafaria a galesa pouco depois, em frente ao centro médico, em uma conversa com o ex-piloto Dario Franchitti. “Depois da Susie…”.

Susie Wheldon, esposa de Dan, vencedor das 500 Milhas e amigo de Dixon, morto em 2011.

É assim, de forma veloz e real, que começa o documentário ‘Born Racer’, do diretor Bryn Evans. O filme retrata os bastidores da temporada 2017 da IndyCar a partir do olhar de Scott Dixon, que lutava pelo pentacampeonato da categoria naquele ano. O filme está disponível para comprar ou alugar no iTunes, NOW, Google Play e YouTube.O lançamento no Brasil foi no último dia 18 de fevereiro. 

Sem (aparentemente) qualquer restrição, como só uma categoria como a Indy poderia permitir, a equipe de gravação acompanha todos os detalhes, indo da preparação dos pneus às reuniões antes das corridas. As cenas têm uma bela fotografia, que chega a lembrar ótimos longas de ficção – e assinada por Jacob Bryant, que trabalhou como cinegrafista ao lado do diretor Taika Waititi em filmes como ‘A Incrível Aventura de Rick Baker’.

Tudo isso intercalado com entrevistas de outros pilotos – incluindo o brasileiro Tony Kanaan, que contribui com as declarações mais contundentes – e familiares, além de imagens do começo da carreira de Dixon.
(Born Racer poster)

Um dos entrevistados, aliás, é Kenny Szymanski – e merece um parágrafo só para ele, afinal a sua história não é contada no documentário. Comissário da American Airlines e fanático por corridas, Kenny ficou famoso por casar suas viagens de trabalho com as datas dos GPs da Fórmula 1. Ainda com o uniforme da AA, ele ia até o autódromo, vestia vestia as cores da Lotus e, dessa forma, transformava-se no mecânico responsável pelos pneus Goodyear na equipe. Isso sem receber um centavo de salário, apenas pela paixão. Dessa forma, Szymanski trabalhou ao lado de lendas como Mario Andretti e Ayrton Senna, entre as décadas de 1970 e 1980. Hoje, essa figura mantém um pequeno museu da F1 em casa, em Manhattan. E trabalha com os pneus da Chip Ganassi.

Esse não é o único ponto curioso do documentário, é claro. Vemos que o domingo de Indy 500 começa cedo, com o céu ainda escuro – e em uma das conversas de Dixon com a esposa, no motor home, vemos na TV a transmissão do GP de Mônaco da Fórmula 1. Já na corrida seguinte às 500 Milhas, em Detroit, Chip Ganassi (o dono da equipe) dá a letra: sem a vitória no Speedway, o objetivo se tornou vencer o campeonato.

Vencer no Brickyard é mais importante que o campeonato. Coisas da Indy e seu charme.

Com o documentário, aprendemos (um pouco) o que passa na cabeça de um piloto antes de uma corrida (Também aprendemos (um pouco) o que passa na cabeça de um piloto momentos antes de uma corrida)

Acompanhamos o respeito que existe entre pilotos, equipes e mecânicos. Como o próprio Dixon diz, ele está competindo contra seus amigos. A reverência à Penske é exemplar – e isso não diminui a disputa para a Ganassi, pelo contrário. Vencer os lendários adversários, com competentes pilotos na pista, dá um gosto ainda mais especial.

O risco de morte também está presente, como mostra o começo do filme. Ele vai além, depois, aos nos emocionar com as cenas de Dan Wheldon. O inglês não foi o último a perder a vida na categoria – depois dele teve ainda houve o compatriota Justin Wilson. Porém, Dan e Scott eram muito próximos, em um grupo que ainda conta com Dario Franchitti e Tony Kanaan. Os acontecimentos de Las Vegas-2011 ainda reverberam na mente e na vida do neozelandês.

Tudo isso mostra a importância do fator humano. O documentário não se perde em termos técnicos, explicações complicadas, nem nada disso. É uma história de pessoas, feita por pessoas, em um esporte que pode parecer individual de longe, mas que de perto é jogado em equipe. Equipe essa que tem bastante voz durante o longa-metragem.

Pensando bem, ‘Born Racer’ faz por merecer seu título. Automobilismo não é sobre máquinas. Ou sobre pilotos que agem como tal. É sobre pessoas que nasceram com a paixão pelas corridas.

Assim é Scott Dixon.

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