No meio de garotos que competem duro visando uma vaga futura na Indy, a Fat Boy Racing chama atenção pela mentalidade de se divertir correndo

O Road to Indy se estabeleceu como uma excelente plataforma de evolução e um berço para a principal categoria americana se abastecer de novos talentos. Já é normal ver uma penca de jovens garotos em corridas equilibradas buscando vencer e avançar cada vez mais rumo ao sonho americano do automobilismo.

Porém, uma equipe da Pro 2000, considerada como a segunda categoria de acesso, chama atenção. A Fat Boy Racing, diferente de outros times tradicionais na base como a Juncos e a RP Motorsport, traz o espírito ‘racer’ e corre por um único motivo: a diversão.

Puderbach junto de Phillippe Denes (Puderbach junto do piloto Phillippe Denes (Foto: Arquivo Pessoal))

O idealizador do time e chefe de equipe é Brendan Puderbach. Ele conta ao GRANDE PREMIUM sobre a sua paixão por carros desde a infância e o desejo que sempre teve de modificar e deixar seus veículos em sua melhor forma possível, o que também impulsionou o desejo de competir.

"Sempre gostei de carros desde criança, costumava brincar com carros de controle de remoto, modelos, e tudo aquilo foi se construindo. Quando peguei minha carteira de habilitação, eu construí meu próprio carro, fui modificando. E comecei a correr com 21 anos, apenas por diversão, fui fazendo progresso desde aquilo, em níveis regionais e nacionais, até virar profissional", diz Puderbach, hoje com 38 anos.
Puderbach nos tempos de piloto (Brendan Puderbach (Foto: Reprodução))

A brincadeira começou 15 anos atrás, com Brendan e outros amigos donos de lojas de peças para automóveis se juntando para construir carros para competir em categorias amadoras dos Estados Unidos, e foi ficando mais sério e com mais investimento, mas sempre mantendo o desejo de se divertir, que é a essência da Fat Boy.

"O nome do time veio de uma piada. Fazíamos corridas e tínhamos uma loja. Nos juntamos com outros caras em uma loja só, mas tinha um cara que era tão sério sobre tudo que parou de ser divertido, porque ele levava muito a sério, e se recusava a ficar com nós no time. Falei que se ele quisesse ser tão sério, poderia montar o time dele porque ficaríamos aqui na Fat Boy Racing”, declara Puderbach, que adotou ‘Fat Boy’ também como seu apelido de corrida.

“Começou como uma piada porque um dos membros era acima do peso. É tanto trabalho, esforço e dinheiro neste negócio, que você precisa se divertir. Se você não se diverte, não existe motivo em fazer isso. Eu vejo esses garotos todos com carreiras, mas eles nem parecem felizes quando estão no pódio em terceiro. Você precisa aproveitar isso, pode ser que nunca tenha uma chance na Indy. Você tem que aproveitar. Quando você está no pódio, tem que ser divertir", aconselha o veterano.
Conforme o tempo foi passando, a aventura foi ficando cada vez mais séria e o time achou um espaço no Road to Indy. Primeiro, correndo pela USF2000 e então partindo para a Pro 2000, uma categoria acima.

E o desejo não para. Com exclusividade ao GRANDE PREMIUM, Brendan revelou que trabalha para colocar Charles Finelli, o piloto de 56 anos, no grid da Indy Lights do ano que vem, ficando apenas um degrau abaixo da principal categoria.
(Charles Finelli (Foto: Indycar))

"É legal. Ele está indo bem. No ano passado, conquistamos um par de sextos lugares com o Charles, e pensamos que esses moleques iriam se matar, porque o vovô chegou na frente de muitos apenas fazendo o dele. No Road to Indy, começamos na USF2000 e foi meio que uma piada, porque fomos subindo pelas categorias e pensei: Por que não ir para a Pro Mazda? E foi melhorando. Charles está conversando bastante sobre ir para a Indy Lights. Estamos trabalhando com alguns patrocínios e esperamos alinhar na Indy Lights no ano que vem. Ainda é cedo, o Charles é maluco, então você nunca sabe se ele está falando sério, mas ele deve estar. É a Road to Indy e todos estão convidados", revela.

A Fat Boy é uma equipe que também gosta de vencer. Enquanto pilotava na Pro 2000, Puderbach foi o campeão da categoria de veteranos em 2017. Ele destaca a vontade do time de dar oportunidades, mesmo entendendo que nomes velhos como ele e Finelli não podem competir contra nomes novos como Rasmus Lindh e Kyle Kirkwood.
(Philipe Denes (Foto: Indycar))

"Queremos vencer. Eu adoro vencer. Já venci um campeonato em 2017 na classe dos veteranos. Eu tenho 38 anos, sei que não posso competir com a galera mais nova, que tem mais orçamento, o melhor de tudo e pilotam constantemente. Temos dois pilotos agora, o garoto Phillip Denes, tem 20 anos e ele quer ter uma carreira, e queremos ajudar ele o máximo possível. O Charles tem 56 anos. Com 50 anos, você não consegue competir com os de 20”. declara.

Viver pouco como um rei ou muito como um Zé? Brendan se satisfaz muito com os resultados que a Fat Boy conquista mesmo com limitações financeiras e de recursos em comparação a outros times, e crê que vencer não é tão bom assim quando você não se diverte com o que faz.

“Enquanto estivermos evoluindo, está bom. Phil é muito bom, estamos com o terceiro maior orçamento para ele comparando com os outros times do paddock e temos alguns bons resultados, um par de sextos lugares e começamos o GP de Indianápolis em segundo. Para um time com menos dinheiro e menos funcionários, são resultados decentes. É claro que você quer vencer, mas é necessário se divertir. Se eu fosse triste e vencesse todo fim de semana, eu pararia. Não queria ser alguém triste", comenta.

E a oportunidade de correr na Indy? Com certeza é um sonho, mas nada garantido enquanto não existir um alinhamento de dinheiro, patrocínios e momento. Nada é considerado agora, mas nada impede este tipo de pensamento para o futuro.

"Sim, eu faria de tudo para isso, contanto que permaneça divertido. Penso que podemos ir para a Indy? Não tenho ideia. Gostaria que pudéssemos, mas quem sabe. Se o dinheiro aparecer, nós vamos, mas eu não digo que planejo ir para a Indy. Sempre olhei para o automobilismo como uma aventura, e sempre penso em qual o próximo passo para continuar divertido. Se tivermos dinheiro, parceiros e colocar o time em uma posição para fazer isso, com certeza consideraria", finaliza.
A Fat Boy Racing em Mid-Ohio (Fat Boy Racing (Foto: Reprodução/Indycar))

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