O ano de Guilherme Samaia está longe de ser o mais agradável quando a tabela da Fórmula 2 é analisada. Mas há muito mais ao piloto e ao ser humano que apenas as colocações de pista num único ano da carreira

Felipe Drugovich é o grande xodó do público do automobilismo em 2020. Piloto até então um tanto quando desconhecido, chegou na Fórmula 2, último passo antes do Mundial de F1, mostrando a que vinha. Pedro Piquet tem a carreira seguida de perto há anos. Pudera, é mais um membro da gloriosa família Piquet, um verdadeiro clã no esporte nacional. Mas há um outro membro da bandeja brasileira de pilotos na F2 em 2020: Guilherme Samaia.

Quem olha apenas para esta temporada e os resultados que não conquistou pode ter a impressão errada. Pode até descartar Samaia como figura digna de consideração. Mas é injusto decidir se alguém é ou não digno de atenção por conta dos resultados de um ano. Guilherme tem um 2020 de muitas dificuldades, o que é evidente, mas é um piloto em busca do seu lugar ao sol. É uma pessoa com histórias e lutas próprias na carreira. E é injusto decidir o que pensar sobre ele sem conhecê-lo um pouco melhor.

Com 24 anos recém-completados, Samaia foi campeão da Fórmula 3 Brasil em 2017 e já partiu para a Europa. Andou na F3 Inglesa no mesmo ano, chegou a beliscar dois pódios e ainda passou por algumas etapas da F3 Espanhola e da Euroformula, onde começou a andar a valer no ano seguinte. Ao pontuar em quase todas as etapas do ano – ficou zerado somente duas vezes -, lançou-se como um dos favoritos para 2019.

Em 2017, Guilherme Samaia foi campeão da F3 Brasil com Igor Fraga no encalço (Foto: Marcus Cicarello)

E até começou bem a temporada, foi ao pódio e estava posicionado satisfatoriamente num grid que contava com outros pilotos que se dividiram por categorias maiores no ano seguinte: Yuki Tsunoda, Dennis Hauger e Marino Sato, por exemplo. Mas problemas com a equipe Teo Martín fez com que deixasse o grid após quatro etapas. Ficou mais de um ano sem disputar corrida oficial.

O que ele sabe, entretanto, é que o salto da Euroformula para a Fórmula 2 foi grande demais. A Fórmula 3, por onde Drugovich, por exemplo, passou após dividir o grid da Euroformula com Samaia e ser campeão, em 2018, apresentou um meio de campo importante para a preparação. A F2 era o que dava apra 2020, porém.

“Acho que não foi benéfico ter pulado a Fórmula 3. É uma das principais categorias de hoje em dia, você ganha bastante quilometragem. Ela tem um estilo de fim de semana bem parecido com a Fórmula 2 e muita coisa que você aprende lá, desenvolve para a F2: o uso de pneus, a preparação deles, ritmo de corrida, vários outros aspectos construtivos. Para mim, fez falta, sim. Os passos da minha carreira não foram os ideais, a gente sabe disso”, contou ao GRANDE PREMIUM.

Samaia viveu grande momento na etapa de Paul Ricard 2019 (Foto: Eurofórmula)

“O plano era ter feito outro ano de Euroformula, que era o que dava para fazer. Éramos, senão o principal, um dos principais nomes da disputa pelo título [em 2019]. Comecei bem, liderando os testes de pré-temporada, mas acabei não tendo muita sorte com algumas coisas que aconteceram no início da temporada. Eles [a equipe] acabaram não cumprindo com a parte deles, o que me prejudicou bastante. Isso fez com que eu parasse de competir logo no início do ano passado, então eu fiquei mais de 14 meses sem correr. Não estava nos meus planos. Além do mais, além de ter feito falta participar da F3, os carros da F2 mudaram muito nesse ano. Pacote aerodinâmico, pneus…. Algumas equipes estavam prontas, mas outras não estavam. O investimento foi alto e o desenvolvimento nessa parte técnica do carro era exigente. Era importantíssimo ter uma equipe bem estruturada, acho que isso foi o que mais contou nessa temporada da F2. Vale a pena exaltar um pouco disso”, comentou.

De qualquer forma, a decisão de recusar convites para F2 e F3 em 2019 foi, no entendimento dele, correto. Os meses de hiato competitivo do ano passado valeram para se preparar em vez de pegar o bonde andando em outra parte.

“Em 2019, fui convidado para andar na F2 e na F3. Acho que foi importante não ter ido, porque tirei o ano para me preparar para 2020. Mesmo sem que os resultados mostrem, aprendi aprender e desenvolver muita coisa que talvez eu ainda não tenha posto em prática por causa de alguns problemas, mas foi um momento muito importante na minha carreira e que acabou ajudando a me desenvolver. Assim que eu conseguir encaixar tudo de maneira que ache bom, vou colocar tudo em jogo. Foi melhor não me precipitar ano passado. Foi um passo grande, mas creio que tenha sido momento de aprendizado e desenvolvimento da nossa parte Apesar de algumas pessoas não enxergarem ainda, sei que tem gente que vê o que eu vejo em mim e aposta em mim. Isso me deixa muito feliz. Sei que vou conseguir mostrar mais”, garantiu.

Em 2019, abriu a temporada da Euroformula com pódio na França (Foto: Eurofórmula)

A ESTRADA NA EUROPA

Antes de entrar nas conversas sobre o ano de Samaia na Fórmula 2 e as expectativas para o futuro, porém, falemos um pouco mais da história dele na estrada que trilhou fora do Brasil nos últimos anos. Quando chegou à Europa, estava perto dos 20 anos. A chegada no Velho Continente se deu como normalmente se dá para pilotos que precisam deixar o país e a vida para viver em outro lugar de maneira abrupta.

“É um assunto bem interessante! Isso não normalizou para mim até hoje, ainda que eu esteja no quarto ano de Europa, mas não é como estar em casa. Você não está no seu ambiente, falando com as pessoas da sua língua e cultura, o que já dificulta muito. Até para você ficar legal no país se você já não tem um passaporte europeu ou algo do gênero. Tudo isso é um trabalho de burocracia muito chato, além de ter que achar casa nova e se mudar”, dividiu.

“Uma coisa que faz os brasileiros sofrerem é o fato de realmente ter que sair de casa mesmo muito cedo. Temos que ir para a Europa, deixar a casa, viver sozinho, deixar amigos, família e o resto para trás e ir para um lugar onde a língua, costumes, comida, tudo isso é diferente. O estilo de vida te faz evoluir muito porque você está sozinho contra o mundo. E tendo que se adaptar a tudo isso ainda tem que ter desempenho. Você precisa encontrar acompanhamento profissional. Temos o acompanhamento na Europa, mas é mais difícil de encontrar os profissionais e estabelecer uma relação. Querendo ou não, são pessoas com as quais você vai passar muito tempo: massagista, dentista, médico, preparador físico, nutricionista, tudo. O que dá para fazer de maneira remota, fazemos, mas o melhor é ter uma pessoa presente”, explicou.

“Foi um aprendizado muito grande, até hoje sinto que os brasileiros sofrem mais. Os europeus, se vão correr na Inglaterra, saem de lá e voam duas horas para voltarem à casa, ambiente deles, escola, universidade, o que for”, lembrou Samaia. “Eles têm a própria vida, a própria casa e nós, não. Temos que criar uma nova base que nunca é igual ao lugar em que você nasceu e mora de verdade. Então, todas as vezes que dá, volto para casa, porque é onde eu consigo mesmo me recarregar, achar meu centro de novo e me preparar para as próximas”, falou.

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Do coração do Brasil para o topo do mundo: o Sertões quer ser o #1

Apesar do desafio de partir para um novo lar é comum entre os pilotos brasileiros, Guilherme não foi tão jovem quanto tantos outros. A base de apoio para um adolescente que se muda para a Europa tende a ser maior, com mais cuidados próximos. Só que, mais velho, Samaia tem de lidar sozinho com certos perrengues.

“Acho que isso faz parte da carreira de todos os brasileiros que moram fora. A gente encara coisas que não encararia estando em casa. Eu fui com 18, 19 e estava um pouco mais velho, cabeça um pouco melhor, mas isso cortou muito as minhas asas com os meus pais. Se eu tivesse ido com 12 ou 14, não poderia ir sozinho, pelo menos eu acho. E, aí, teria uma ajuda de um adulto. Tive a sorte de ter a base de um bom inglês que me ajudou muito e tive meus pais me acompanhando sempre que dava. Mas já me perdi em estradas, indo para treinos, lugares que eu não conhecia bem. Muitas vezes na Inglaterra, com o volante do outro lado, tudo ao contrário. Tinha noite que era uma correria tão grande que eu não sabia nem para onde tinha que ir, então alugava hotelzinho no fim da tarde, quando tudo acabava e eu estava a caminho de outro lugar”, compartilhou.

“Então, tive vários perrengues, assim, desafiadores, que eu acho que não levaria se levasse outro tipo de vida. Hoje, eu olho e acho engraçado o quanto tive que passar e essa vida de piloto me fez crescer, ter que me virar sozinho para o mundo, muitas vezes em países que você nem fala a língua direito. A vivência é muito legal”, disse.

Guilherme Samaia defende a Campos na F2 (Foto: Getty Images/Fórmula 2)

O AMBIENTE DA F1 E O DESENROLAR DE 2020

Antes de qualquer outra coisa, estar na Fórmula 2 significa o ponto mais alto desse processo na Europa. Mais do que isso, até, é a realização de um sonho ao dividir o paddock e o espaço físico das pistas pelo mundo com o desejo principal de tantos jovens pilotos pelo mundo: a Fórmula 1.

“É um ambiente muito gratificante, emocionante sempre que eu piso na pista. Sei bem da minha história, sei como foi para chegar ali. É um sonho que tenho desde pequeno e sempre foi um sonho bem distante, mas consegui, passo a passo, mais do que eu imaginei nas devidas circunstâncias que eu encarei. É um sonho para mim, fico muito honrado de fazer parte desta família”, afirmou.

“Fico muito feliz e emocionado quando passo na pista e vejo tão de perto os carros que sempre sonhei em guiar. Ali do pit-lane da F2, a Campos ficava na frente do box da Mercedes. Vejo todos os carros de muito perto. Para mim, é especial fazer parte desse evento, desse show e, ao mesmo tempo, realizar um sonho de criança e estar num lugar em que eu imaginava que dificilmente conseguiria estar”, pontuou.

A estreia neste novo ciclo, na fábula que é o mundo mágico da Fórmula 1, poderia ser mais sutil, mas o timing não trabalhou a favor. Quis o destino que o 2020 da chegada de Samaia na F2 fosse também o ano da maior crise sanitária a atingir o planeta nos últimos 100 anos. É evidente que teve um papel negativo na história de um piloto novato, sobretudo um que ficou tanto tempo fora da pista.

“Eu estava nos testes de pré-temporada da F2 no Bahrein. E, quando estourou tudo, a equipe decidiu me mandar ao Brasil. Isso não foi um grande problema. Não sabíamos o que ia acontecer. Um pouco antes disso, tinha começado uma movimentação grande na Itália, que é onde eu estou morando. Cheguei no Bahrein com um dia de atraso, porque foi difícil, já não estavam recebendo estrangeiros. Tive que dar um jeito de entrar, foi difícil, mas cheguei em tempo para os testes. Naquele momento, a FIA ainda não tinha aquela carta explicando que o piloto estava indo competir, ainda nem tinha exame”, lembrou.

“Voltei para o Brasil depois e continuei os treinamentos físico e mentais, só não consegui andar no simulador, porque toda a parte de simuladores da equipe era na Europa. Isso foi uma coisa que eu consegui trazer para o Brasil, para fazer mais daqui. Mas deu tempo para rever o que foi e o que não foi feito no Bahrein, e trabalhar nisso como equipe. Mas essa pausa grande deu uma esfriada na equipe, a economia não ajudou, a equipe precisou fazer reajustes”, contou.

O 14º lugar de Monza representou o melhor resultado do piloto no ano (Foto: Getty Images/Fórmula 2)

“O que me atrapalhou mais foi a parte econômica e a perda de algumas corridas icônicas: Mônaco, Azerbaijão, Abu Dhabi. Isso atrapalha para o ano que vem ou meu futuro, o que for. Mas ter voltado ao Brasil foi bom, fiquei em casa, não foi um grande problema, foi melhor que ficar preso sozinho na Europa. A dificuldade de viajar pelo mundo hoje existe, é grande, está tendo a segunda onda [da pandemia]. Vamos ver o que vai acontecer, espero que todo mundo esteja mais preparado agora. Durante a temporada, a cada cinco dias todo mundo era obrigado a fazer um teste de Covid. E pegar voo, sempre com aquele desconforto de distanciamento social, uso de máscara e essas coisas. Foi bem complicado, inclusive. Ainda mais sendo brasileiro na Europa, alguns países estão com as fronteiras fechadas, como a Rússia. Tivemos que fretar um voo para o GP da Rússia, muita papelada para cima e para baixo, bem complicado. Não é o ideal para o mundo, é uma pena que estejamos passando por isso”, pontuou Samaia.

A reportagem do GP* questionou, então, sobre o que significa para ele a perda da chance de andar em algumas praças importantes do campeonato. “A maior perda foi experiência, pelo menos para mim. Em circuito de rua, principalmente. São as corridas mais visadas, também, então ajuda com visibilidade de patrocinadores. São corridas icônicas, que nem todas as categorias fazem, e seria muito importante ter tido essa experiência para os próximos anos, até para meu próprio aprendizado e desenvolvimento”.

De qualquer maneira, o amplo período sem testes ou qualquer tipo de atividade de pista teve seu efeito amplificado pelas mudanças executadas pela Fórmula 2 entre 2019 e 2020. Pacotes aerodinâmicos e pneus estão bem diferentes, pois, o que dificultou a programar como seria o conjunto dos carros.

“Não foi muito positivo ficar tanto tempo sem andar, mas acho que nem foi o ponto mais importante. Como mudaram muitas coisas da F2, parte aerodinâmica e pneus especialmente, não tinha simulador em lugar nenhum do mundo para simular o carro que estamos guiando hoje. Os simuladores não tinham sido desenvolvidos com esse modelo atual. Então, assim, a gente não sabia muito o que esperar – especialmente do pneu que foi de 13′ para 18′. Isso mudou muito no carro. A simulação não era muito exata como já foi e ainda pode voltar a ser. Hoje tem modelos mais atuais, mas o acerto da equipe para os carros também mudou muito”, apontou.

“A equipe também teve de desenvolver isso no carro atual. Nós fizemos simulação na fábrica da Dallara, mas o modelo não estava muito preciso. Acabamos seguindo o caminho errado por não ser muito preciso, o modelo. Isso eu acho que afetou bastante a equipe, não tivemos o desempenho que queríamos. Estamos com dificuldades para achar o caminho”, admitiu.

A equipe de Samaia, a espanhola Campos, que em 2019 terminou a temporada com a quarta colocação e três vitórias, caiu de rendimento, é verdade. Chega a duas rodadas do fim com a nona colocação e dois pódios de Jack Aitken, mas nenhuma vitória. É verdade que Samaia não contribuiu com pontos, mas ainda que o desempenho de Aitken fosse dobrado a Campos continuaria na mesmíssima colocação: passaria a ter 94 pontos, enquanto a oitava colocada, DAMS, tem 99.5. Evidente que o nível caiu.

Então, o piloto compreende, um dos trabalhos fundamentais no momento da Campos é reencontrar o caminho dos detalhes acertados e do investimento disponível, coisa que, como dito anteriormente, caiu com a pandemia. “O investimento é uma das coisas mais importantes nesse esporte, principalmente com as mudanças do carro da F2 nesse ano. As pessoas que você traz para a equipe são as ferramentas que vai usar nesse desenvolvimento. É preciso achar vários pequenos detalhes para conseguir grande melhora, porque os equipamentos são idênticos”.

Segundo Samaia, ter Aitken, um dos melhores pilotos do grid da Fórmula 2, na garagem ao lado ajudou sua própria situação.

“O Jack é um dos mais rápidos e mais experientes que tem na categoria. Para mim foi ótimo. Acho que, sem ele, o dano ao meu nome poderia ser bem maior, ele também teve muitas dificuldades. A Campos perdeu bastante performance do ano passado para esse. Se ele não estivesse na equipe para mostrar isso, seria um problema. Aprendi muito com ele, damos feedbacks muito parecidos. Para mim, a presença dele é muito positiva. É um cara muito tranquilo também”, elogiou.

O grid da F2: um dos mais fortes do mundo, segundo o piloto (Foto: Getty Images/Fórmula 2)

AO FIM E A CABO

Com apenas duas etapas restantes na temporada 2020 e ambas no Bahrein, com direito a uma no tão aguardado anel externo, traçado bastante diferente ao que a F2 está acostumada a enfrentar, Samaia ainda mantém o desejo de pontuar. E acredita que a possibilidade de não deixar a temporada se encerrar com um zero na tabela é real.

“Estou muito otimista que as coisas vão virar. Estou otimista que aprendemos e resolvemos muita coisa com essa pausa de agora, assim como meus lados pessoal, profissional e o da equipe, então minha meta é ter performance muito maior do que eu venho tendo. A bolha que eu estava não é real. Espero ter um resultado muito maior, então estou otimista com as duas corridas. A pista normal do Bahrein é uma em que eu já andei nesse ano, tive três dias de teste oficiais. E o anel externo eu não acho que será um grande problema, porque a adaptação será boa e vai ser uma corrida logo depois da outra, vai dar para aproveitar coisa do fim de semana anterior. Espero, sim, tirar proveito desse novo circuito”, comentou.

Necessário, então, saber qual o balanço que Samaia faz da sua própria temporada em meio às dificuldades impostas pelo que considera uma categoria de desafios ímpares.

“Uma coisa leva a outra. Acho que a F2 é a categoria mais difícil do mundo. Temos muito pouco tempo de pista. No fim de semana, temos 40 minutos de treino livre, com um mesmo jogo de pneus duros e com a pista bem verde. E isso depois de no mínimo um ano sem andar naquela pista. Os pneus só duram umas três voltas de performance, não tem nem tempo de reconhecer, tem que entregar resultado assim que chega. Depois a evolução do treino para a classificação é grande. A F1 anda duas vezes, a F3 também anda, então a pista fica muito mais emborrachada e você anda com o pneu macio, que é muito mais rápido que o duro. Você tem que se adaptar e estar pronto para entregar com muito pouco tempo para desenvolver o setup do carro, o que também obriga a equipe a chegar muito preparada para o evento. De pista para pista, muda muito o tipo de asfalto, nível de aderência, muita coisa. Todos os carros são idênticos, o nível de pilotos é muito forte, pilotos que estão no último passo antes da F1. Além de toda a dificuldade que a categoria já traz por limitar muita coisa e os pilotos não poderem testar, dificulta demais. Ao todo, é uma das categorias mais difíceis que tem hoje”, afirmou.

“Esperava que fosse um campeonato muito difícil, sabia que seria difícil para mim, mas colocamos na balança e, creio, tem sido um ano positivo para mim. Tenho aprendido mais que nunca. O grau de dificuldade vem também com o quão preparada a equipe está, toda a preparação feita por equipe e piloto. Acabou sendo mais difícil para mim porque, como equipe, estamos tentando entender várias coisas que não são claras ainda. Eu, como sou novato, ainda não tenho experiência, precisaria de mais ajuda da equipe. Por isso que o Jack [Aitken], mesmo com quatro anos de categoria, também não tem tido facilidade. É um trabalho em conjunto, várias peças que definem tudo”, seguiu.

“Também esperava um pouco mais do que vem acontecendo, tive alguns problemas técnicos que desestabilizam muito, três motores que pegaram fogo, já usei cinco motores no ano. Isso não deveria acontecer. Acaba te tirando do ritmo. Se seu motor dá problema no treino livre, você não trabalha nada e vai direto para a classificação; se acontece na classificação ou na corrida, você está mais comprometido ainda. São algumas coisinhas que precisam dar certo e, quando não dão, complica bastante. Mas ainda acredito que tenho muito mais para entregar do que vem acontecendo e espero conseguir encaixar as coisas no lugar certo para entregar o que eu posso”, concluiu, esperançoso.

Para finalizar, o 2021 está indefinido. Mas o desejo é por continuidade.

“O futuro está em aberto, ainda não tenho muito a falar. Mas se fosse para escolher, acho que ainda não completei minha jornada onde eu estou. Creio que tenho muita coisa para viver, aprender e entregar, acredito nisso. Então, não mudaria muito onde eu estou hoje”, finalizou.

No ano mais estranho e difícil em gerações, Samaia está em busca do próprio espaço. E merece o palco e a atenção para ter chance de conquistá-lo.

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