Em entrevista ao GRANDE PREMIUM, o chefão da FE fala sobre as metas para a temporada 4, celebra o sucesso da categoria e a chegada do Brasil ao calendário. E diz: “Esse campeonato é feito para uma nova geração de fãs”

 

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A Fórmula E está muito maior e foi muito além do que Alejandro Agag imaginou quando decidiu levar adiante a ideia de formar um campeonato somente de carros elétricos lá em meados de 2014. Nascido em Madri e sempre envolvido com o esporte a motor, o espanhol precisou convencer as pessoas de que a categoria era viável e que poderia, sim, atrair o interesse de nomes fortes do automobilismo no mundo, montadoras e pilotos, além de parceiros e patrocinadores. A ideia deu tão certo que surpreende até o próprio dirigente. Que admite que, nem em seus melhores sonhos, previu viver um projeto tão bem-sucedido como o que atravessa a Fórmula E neste momento.

Foram três temporadas completas até agora, usando um calendário diferente dos principais campeonatos do mundo e trazendo gente com experiência na F1 e no Mundial de Endurance. E sob regras rígidas para o controle dos gastos, a série também soube atrair marcas importantes do mercado automotivo. Ainda que o regulamento se mostre restrito em diversos aspectos na comparação com outras séries, as principais fabricantes envolvidas entendem a F-E como uma plataforma essencial para o desenvolvimento de tecnologia e exposição, e negócios até. E o crédito pode todo ir para a conta de Agag, que se revelou um idealizador ousado. Sem temer o fracasso, o diretor-executivo da FE conseguiu expandir o campeonato de forma veloz e agora, enfim, chega ao Brasil, apoiado também pelos dois campeões tupiniquins, Lucas Di Grassi e Nelsinho Piquet – sendo o filho do tricampeão o primeiro a conquistar a taça inédita da FE.

O GRANDE PREMIUM acompanhou de perto o trabalho de Alejandro durante a rodada final da FE em Montreal, ainda no fim de julho passado e, pela experiência vivida no Canadá, é possível afirmar que a categoria elétrica já está na vanguarda da competição, e não no que diz respeito ao investimento em tecnologias sustentáveis – principal bandeira do certame, claro –, mas, principalmente, enquanto evento. E isso casa como a maneira como Agag planejou as temporadas inicias de seu certame. As metas eram claras e todas foram sendo atingidas passo a passo. “A primeira temporada foi de aprendizagem. A segunda teve como objetivo a consolidação da categoria no esporte a motor, enquanto a terceira foi conduzida para trazer as grandes montadoras do mundo”.
 

(Três meses da nada após Marrakech (Foto: F-E))

“A FE se tornou muito maior do que eu imaginava” (O chefão da F-E (Foto: DHL))

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Além da Renault, agora a Audi despeja o orçamento de fábrica em um time já campeão com a intenção de aprender mais sobre a tecnologia elétrica. Jaguar e Citröen – por meio da DS – também seguem no campeonato, assim como a BMW – por meio de parceria com a Andretti. Porsche e Mercedes acompanham o grid com carinho, visto que entram na categoria nos próximos dois anos. E o sucesso foi tamanho que agora não há mais espaço para os campeonatos futuros – será preciso que alguma equipe independente cede lugar. 

Então, a pergunta que se faz agora é: qual é o próximo objetivo dessa Fórmula E que não teme concorrência e inovação? Fãs, é a resposta de Agag. O campeonato, uma vez mais, foi pioneiro na interação com o público ao criar o FanBoost, mas agora Alejandro deseja dar um passo definitivo para aumentar a base de torcedores e seguidores dos carros elétricos. Assim começa a temporada 4.

Só que antes de falar sobre a busca por popularidade, é importante entender como Agag construiu a F-E. “A FE se tornou muito maior do que eu imaginava”, diz o dirigente ao GRANDE PREMIUM ao ser questionado onde imagina estar em seus melhores sonhos após a terceira temporada.

“Nós tivemos uma apresentação do projeto antes de começar tudo isso e, naquele momento, imaginávamos que, somente na quinta temporada, nós teríamos três fabricantes. Mas nós fechamos a temporada 3, e temos muito mais do que isso, seis, sete, oito [parceiros]. E uma expectativa bem maior para o futuro. Então, realmente tem sido muito melhor do que eu esperava. Também é preciso ser modesto nisso aqui, especialmente porque ainda temos muito o que fazer pela frente. Mas acho que realmente estamos em uma direção correta”, completa.

Alejandro fala em seguida sobre os desafios que a FE encontrou desde do dia 1. Naturalmente, o principal deles foi fazer as pessoas mudarem de mentalidade quanto ao carro e à competição. “O primeiro desafio que enfrentamos foi fazer as pessoas acreditarem neste projeto. Foi fazê-las ver que era possível e que nós íamos conseguir fazer acontecer. Muita gente achou que a FE não iria acontecer de jeito algum. Muitas pessoas achavam que seria muito difícil tornar a Fórmula E uma realidade. Colocar tudo isso que estamos vendo aqui em prática. Na verdade, o nosso maior desafio foi fazer as pessoas mudarem de mentalidade quanto à F-E”, explica o chefão, que aproveitou a deixa para listar outros obstáculos.

“O segundo grande desafio, claro, foi tornar possível as corridas em circuitos dentro das cidades. Montar as pistas de rua. Isso foi uma das partes mais complicadas desse projeto, mas nós conseguimos levar adiante, conseguimos elaborar bons circuitos. E o terceiro grande desafio que enfrentamos foi atrair patrocinadores e montadoras. Mas posso dizer aqui que, depois de três anos trabalhando muito duro nisso, nós conseguimos ter sucesso. Temos grandes parceiros e patrocinadores neste momento, além do apoio das fabricantes que estão aí no campeonato e acreditando em tudo isso. Então, acho que, de fato, estamos em uma grande posição no cenário das competições”, emenda.

 

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Então, o que falta agora? “Para mim, a principal meta é tornar a FE mais popular, conquistar fãs ao redor do mundo. Nós tivemos e temos muito sucesso em termos de patrocinadores, o mesmo acontece no caso das montadoras, também temos uma relação muito bem-sucedida com eles. E o grid é uma prova disso. Mas realmente precisamos de fãs. De fato, nós já temos muitos fãs e público, mas eu quero que esse número de fãs cresça mais rápido do que vem acontecendo. O meu objetivo é tornar a FE mais famosa ao redor do mundo e popular. Então, esse é o nosso objetivo para a temporada 4. Tornar o campeonato mais atraente para o público e conquistar mais fãs”, afirma.

É bem verdade que a Fórmula E criou uma base sólida e um exemplo é a lotação nas arquibancadas. Em Montreal, durante as duas corridas do fim de semana, a categoria vendeu todos os ingressos disponíveis. E colocou um público grande também no paddock da cidade canadense, que vestiu a etapa elétrica. Só que Agag procura um engajamento ainda maior. 

“O FanBoost é um caminho”, conta. “Por isso, estamos trabalhando em maneiras de melhorá-lo e criar um maior engajamento. O FanBoost é a nossa principal prioridade para fazer crescer o número de fãs. Acho que essa é a primeira vez que há uma interação entre o público e os competidores em uma corrida. E isso foi muito importante e vamos seguir neste caminho.”

Só que o interesse vai muito além. Para o executivo, a Fórmula E caminha ainda para as novas gerações. É esse público que o dirigente quer nas arquibancadas e no paddock. “A FE é também uma plataforma para o público mais novo”, diz. “No paddock, você pode ver as crianças e tudo que podemos fazer para elas. Os carros fazem menos barulho, o que incomoda menos as crianças, então é algo perfeito para as novas gerações. Ou seja, é um foco em inovação e tecnologia, coisas atraem os mais jovens também. Nós temos aqui a tecnologia do futuro, além de toda uma interação digital por meio do FanBoost por exemplo. Quer dizer, esse é um campeonato voltado para a nova geração”, assegura.
 

(Buemi ao pódio (Foto: F-E))

“Acho fundamental ir ao Brasil, porque é um país muito importante para o esporte a motor no mundo” (Anhembi (Foto: Duda Bairros/Fotoarena))

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Alejandro Agag também está satisfeito com o calendário que conseguiu produzir para a temporada 2017/2018 da F-E, ainda que deseje voltar à China, “ainda é uma prioridade, apesar da etapa que temos em Hong Kong”. Mas o que deixa o dirigente especialmente contente é, enfim, ter acertado a entrada do eP de São Paulo no campeonato. A região do Anhembi – a mesma que foi palco de quatro edição da Indy – foi a escolhida pela sediar a corrida da F-E, que acontece em 17 de março, marcando a sexta rodada da temporada 4. As conversas começaram ainda no início deste ano e quem vem à frente do evento no Brasil é Tamas Rohonyi, dirigente que também exerce o cargo de promotor do GP do Brasil de F1. “Eu já vinha conversando com o Tamas há muito tempo sobre uma etapa no Brasil. Mas acho que agora é uma boa hora para irmos a São Paulo. Também tenho conversado bastante com os responsáveis pela cidade”, conta o executivo ao GRANDE PREMIUM

Questionado se o momento político vivido no país poderia figurar em um grande desafio para a realização da corrida, Agag minimiza. “Acho que vai ser o mesmo que em outras cidades. Ou seja, montar um circuito de rua e tudo mais. Mas acho fundamental ir ao Brasil, porque é um país muito importante para o esporte a motor no mundo. Acho que teremos realmente muito sucesso no Brasil. Nós temos ótimos pilotos brasileiros no grid da F-E atualmente. Por isso, não vejo nenhum grande desafio em fazer a corrida lá, somente a complicação normal de sempre que é montar a pista dentro da cidade. Portanto, estou realmente feliz e otimista para a corrida em São Paulo”, afirma.

O circuito para a corrida da Fórmula E vai usar toda a estrutura do Anhembi e também a Avenida Olavo Fontoura. O traçado não vai utilizar trecho da Marginal Tietê, como era o da Indy. Portanto, a pista será mais curta. “A ideia é não atrapalhar o trânsito de São Paulo por conta do evento”, diz Claudia Ito, também responsável pela promoção da etapa brasileira, em entrevista ao GRANDE PREMIUM.

Diante da primeira incursão da categoria no país, Agag também falou da importância de Lucas Di Grassi para a corrida e o próprio campeonato. O brasileiro é o atual campeão da FE. “Lucas vem tendo um papel muito importante em tudo isso e também dentro da F-E desde o início do campeonato, como se ele também tivesse fundado a categoria. Lucas foi a primeira pessoa que testou o carro da F-E. Então, temos muito respeito por ele”, completa.

“Não estou preocupado com os custos, porque nós temos regras claras que servem exatamente para evitar um aumento enorme dos gastos” (Alejandro Agag é o principal responsável pela criação da F-E (Foto: F-E))
 

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Como foi citado no início desta entrevista, a Fórmula E vive sob os holofotes das principais montadoras do mundo. Depois de a Renault encabeçar o campeonato, a Audi agora se voltar depois para a categoria elétrica, assim como a BMW e a Jaguar. A Porsche também já abre mão de Le Mans e do Mundial de Endurance pela série e é seguida pela Mercedes, que vai deixar o DTM pela posição de desenvolver tecnologia no campeonato de Agag. Ou seja, é um envolvido tão pesado que pode até ser comparado com o da F1. Alejandro não esconde a satisfação com a conquista, mas ainda prega o controle dos gastos para impedir domínios de uma única marca, como acontece com frequência na principal categoria de monospostos do mundo.

“Com certeza, para nós, é uma grande satisfação ver o interesse das montadoras e vê-las ingressando no campeonato”, diz ao GP*. “É algo extraordinário, de fato. Nós queremos que a F-E seja uma plataforma para o desenvolvimento de tecnologia, especialmente para carros elétricos de rua. E as montadoras são as principais estrelas nesse cenário. Ou seja, são elas que estão conduzindo todas as pesquisas, os testes e vêm desenvolvendo sistemas e peças. Então, ter essas montadoras no campeonato apenas confirma que a F-E realmente é uma plataforma de desenvolvimento de tecnologia”, completa.

Mas uma possível elevação dos gastos não preocupa. “Não estou preocupado com os custos, porque nós temos regras claras que servem exatamente para evitar um aumento enorme dos gastos. Cada montadora precisa fornecer um trem de força para outras duas equipes por um preço dentro do regulamento, por um valor adequado para times independentes, então vamos conseguir manter também a competitividade e o equilíbrio dentro do campeonato. Quer dizer, nós vamos conseguir manter os custos sob controle”, garante Agag.
 

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