O novo regulamento trouxe carros maiores e diferentes, a chance de a Ferrari brigar com a Mercedes, o respiro da Williams e a dúvida da Red Bull, mas a mesma agrura da McLaren com a Honda

 

TODA GRANDE MUDANÇA que é feita no regulamento de um campeonato de F1 tem, seja explícita ou desveladamente, a proposta de fazê-lo competitivo entre duas ou mais equipes ou tirar a equipe que está ganhando da zona de conforto e glória. No caso de 2017, as alterações na concepção dos carros previamente estabelecidas coincidiram com a troca recente no comando da categoria. Seja para o olhar mais leigo – que deve achar que tudo se foi junto com Bernie Ecclestone – ou para o fã ferrenho – que já sabe do Liberty Media e do moustache de Chase Carey –, há no horizonte uma pequena revolução.

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Só que também houve uma mudança leve dentro desta pequena revolução: era dado como certo que a Red Bull seria a grande beneficiada com os carros e pneus mais largos e os ‘novos’ restritos penducarilhos e aletas. Os desenhos feitos pelas crias de Adrian Newey não poderiam sair mal feitos. Até pode ser que a equipe de fato se aproveite – e esta é a grande dúvida da temporada –, mas o que tem mais ar de verossimilhança, quase pendendo para verdade, é que a Ferrari soube, ao preferir um silêncio quase monasterial, fazer um trabalho esperado desde os tempos de Michael Schumacher. 

 

Se os oito dias de pré-temporada tiveram de ensinar a realidade dos fatos, a Mercedes trabalhou no esquema análogo à escravidão, 24/7, desde o fim deles para consertar suas falhas de pequena ordem, atualizar o motor para levar o que há de melhor e encontrar algum espaço no carro para encrustar alguma novidade com seis ou sete frisos de desvio de ar que rendam 0s1 ou 0s2 para a Austrália.

E olhando para os pilotos e seus currículos, é inevitável não pensar que se lança à mesa e às pistas a tão esperada disputa dos maiores campeões da F1 atual: Lewis Hamilton × Sebastian Vettel.

Em comum, os títulos e o talento em hipérbole, mas a verve pulsante para as queixas e as reclamações, que vão da razão ao mimimi na rapidez de um contorno de curva com estes carros novos; de diferente, o foco e a postura: o engraçado Vettel é reservado, nada afeito a redes sociais e completamente entregue ao esporte, enquanto o célebre Hamilton tem uma lifestyle em ebulição, muito similar à de OJ Simpson jogador da NFL, envolto no showbiz e no buzz. 

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Sim, faltaria aí Fernando Alonso. Coitado. Virou uma personagem engraçada com a desgraça que os anos de McLaren-Honda lhe acumulou e usou da caricatura típica de celebridade para tal – os cases das cadeiras no GP do Brasil dos últimos dois anos exemplificam bem. Ainda esperançoso em sua teimosia de confiar no projeto, não largou a equipe que trocou nome e cor do carro para ser como Ayrton Senna. E não, não vai ser em 2017 que as vitórias ou o sonho de brigar com Hamilton e Vettel vão vir.

(Divulgação/McLaren)

 

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É mais fácil pensar que Felipe Massa vai obter melhor êxito. OK, sabemos bem que Massa não vence desde a corrida que lhe deu o título por segundos, que ficou atrás no campeonato de todos os seus companheiros, que estava aposentado depois do GP de Abu Dhabi do ano passado. Sabemos. Só que essa ‘nova F1’ aí é a F1 que lhe cai como as luvas: a F1 sem gasto de pneu e conservadorismo, a F1 que exige a experiência dos pilotos, a F1 raiz e toco-y-me-voy. Felipe não teve um problema sequer durante a pré-temporada com um FW40 que nos enganou: parecia inofensivo quando foi mostrado ao mundo, mas dominou um dia de testes e mostrou uma potência e confiabilidade que empolgou.

Vai vencer? Difícil. Mercedes e Ferrari têm passos e orçamentos à frente. Vai brigar por pódio? Não é a coisa mais impossível de se imaginar, não. 

 

(Felipe Massa (Foto: Williams))

 

Tem nesse bolo o ‘fator Finlândia’: um Kimi Räikkönen decano da categoria e já não tão afeito à vodka e um Valtteri Bottas nem tão finlandês de comportamento, mas que ganhou uma oportunidade daquelas com a saída de Nico Rosberg. O primeiro é aquilo que se conhece bem: não é o piloto mais rápido em volta rápida, mas mantém ali a constância, e foi o mais rápido da pré-temporada; o outro é aquele que não se conhece ainda tão bem assim.

E tem a Red Bull. Essa que, a princípio, se não está no patamar da Williams, até vem um pouco abaixo pelo que mostrou nos testes coletivos. As questões que vão pesar a seu favor são que seus dois pilotos são excelentes, Max Verstappen e Daniel Ricciardo, e dinheiro não falta; a Williams tem um piloto e outro que surge como enxaqueca, Lance Stroll.

Stroll, aliás, é o único do grid que não disputou uma prova sequer na F1. Mas já tem três acidentes no bolso para contar. A pré-temporada foi uma dureza só. A Williams vai sofrer com este moleque que tentou seguir os passos de Verstappen e Esteban Ocon. Mas são coisas que o dinheiro que dele vem cura. São opções que se faz na vida corporativa.

 

(Daniel Ricciardo, Red Bull, Testes coletivos, Barcelona, 2017)

 

Ocon fez meia temporada pela Manor e subiu na carreira para a só-agora badalada Force India porque vai correr de rosa. A equipe não fez lá grandes coisas nos testes e o que mais se sabe do carro é que ele está pesado. E junto a ele e Stroll no quesito ‘novinhos’ está Stoffel Vandoorne. Que tem uma corrida de experiência, aquela que substituiu Alonso na Malásia no passado, e pontuou. Se o fizer na Austrália no fim de semana, merece um título à parte. Mas o belga e o francês Ocon estão em um outro patamar em relação ao canadense Stroll. 

Vem aí a temporada, e com ela uma grande expectativa. O que só aparece como porém é a questão das ultrapassagens: já se sabe que serão escassas com a nova aerodinâmica dos carros. Melbourne não tem lá tantos pontos assim para que o carro de trás supere o da frente. Pode ser, assim, que a F1 estreie mais interessante na classificação do que na corrida. E se a frustração vier, os leigos vão chiar e dizer que nada mudou e os fãs ferrenhos vão querer tirar à pinça cada um dos fios brancos do bigode do ‘novo Bernie’. 

 

(Sebastian Vettel, Testes coletivos, Barcelona, 2017, Ferrari)

 

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