Números do piloto da Racing Point, vencedor de um GP pela primeira vez no último fim de semana em Sakhir, impressionam; mas história dos irmãos Ricardo e Pedro ‘está longe de ser esquecida’

“Sempre ficava de lado quando perguntavam aos pilotos como era correr em seu país de origem por que não havia GP do México. Agora há e vou dar o meu melhor para agradar os torcedores e ser um sucessor digno dos icônicos Irmãos Rodríguez”. Assim, com enorme respeito, Sergio ‘Checo’ Pérez se referiu a Ricardo e Pedro, em 2015, pouco antes da prova inaugural da nova fase da Fórmula 1 no circuito que leva justamente o nome de Hermanos Rodríguez, na Cidade do México

Mesmo depois da primeira vitória na carreira, no último fim de semana, no GP de Sakhir, Pérez certamente continuará a dizer palavras bonitas sobre os “ídolos para todos que se interessam por automobilismo no México”, como disse nessa mesma longínqua entrevista ao site oficial da F1. Mesmo assim, o GRANDE PREMIUM decide colocar os principais mexicanos da categoria ‘Lado a Lado’ não para desmerecer qualquer um dos três. Mas justamente para exaltar a conquista deles, vindos de um país que teve ao todo apenas seis pilotos na história da categoria. 

Entre a brilhante história dos Hermanos Rodrigues e os sólidos números de Checo Pérez, o certo é que todos esses marcaram época no automobilismo latino americano de uma forma geral. Mais do que isso, assim como os irmão fizeram entre as décadas de 1960 e 1970, os resultados do hoje piloto da Racing Point impulsionam novos pilotos de um potente mercado, mas que ficou esquecido por um bom tempo.

Ricardo, Pedro Rodríguez, Hermanos Rodríguez
Hermanos Rodríguez abriram caminho para carreira de Checo Pérez (Foto: Reprodução/Twitter/@F1)

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Mesmo dois anos mais novo que Pedro, Ricardo foi o primeiro a chegar na já cobiçada categoria e disputou as temporadas de 1961 e 1962. Naquela época, era comum que as equipes não mandassem carros para todas as provas, nem pilotos disputassem todas as etapas do calendário. Ainda assim, o caçula da família, que havia começado nas motos, conseguiu importantes feitos. Além de ter sido o mais jovem a entrar na F1, no GP da Itália de 1961, ele conquistou um quarto lugar no GP da Bélgica do ano seguinte, sempre de Ferrari. 

Pedro, no entanto, depois de aventurar por provas de resistência, ingressou na F1 apenas em 1963 e não pôde competir com o irmão nas pistas por conta de uma tragédia. Depois de algumas participações avulsas, em 1967, o mais velho fez sua primeira temporada completa, tendo vencido logo de cara o GP da África do Sul, com a Cooper. Em 1970, já de BRM, ele venceu também o GP da Bélgica. 

Mas a história da família foi marcada por mortes nas pistas. Ricardo morreu em um pouco explicado acidente com a Lotus, nos treinos para o GP da Itália de 1962. Pedro morreu em uma corrida de Intersérie, na Alemanha, em 1971, quando ainda estava na F1, com a equipe BRM. As mortes comoveram o México e rebatizaram o autódromo na capital, inicialmente com o nome de Ricardo, depois como Hermanos Rodríguez. Desde 2015, a F1 corre regularmente na pista, exceto neste Mundial de 2020, com o calendário alterado pela pandemia do coronavírus. 

RICARDO RODRÍGUEZ

Temporadas: 1961-1962
Equipe: Ferrari
GPs disputados: 5
Vitória: nenhuma
Pódio: nenhum

PEDRO RODRÍGUEZ

Temporadas: 1963-1971
Equipes: Ferrari, Lotus, Cooper e BRM
GPs disputados: 54
Vitórias: 2
Pódios: 7

SERGIO PÉREZ

Temporadas: 2011-2020 (está sem contrato para 2021)
Equipes: Sauber, McLaren, Force India e Racing Point
GPs disputados: 190
Vitórias: 1
Pódios: 10

Até a chegada de Pérez, em 2011, pela Sauber, o México viu ainda Moisés Solana (1963-1968) e Héctor Rebaque (1977-1981) — mais recentemente, Esteban Gutiérrez (2013-2014 e 2016) — na F1. Todos com resultados modestos. Impulsionado pelo dinheiro do bilionário mexicano Carlos Slim, Pérez chegou a F1 depois de algum brilho nas categorias de base.

Assim que teve a oportunidade com um melhor carro, no entanto, começou a se destacar e foi ao pódio com a Sauber em três oportunidades em 2012. Os resultados chamaram a atenção da McLaren, que precisava de um substituto para Lewis Hamilton, indo para a Mercedes.

Pérez não foi bem na McLaren e a partir de 2014 viveu um casamento com a Force India e agora Racing Point. Apesar de bons resultados ao longo dos anos, Checo conseguiu uma vitória em sua 190ª corrida, 50 anos depois de Pedro vencer em Spa. Ainda assim, com tanto valor na F1, está sem contrato para o ano que vem. 

Sergio Pérez, Racing Point, GP de Sakhir 2020,
Pérez teve a primeira vitória em sua 190ª corrida de F1 (Foto: Reprodução/Twitter/@RacingPoint)

Mas Checo, o piloto que prometeu honrar o legado dos Hermanos Rodríguez, não se deixou abater publicamente e espera voltar para a F1 em 2022 se nada mesmo der certo para o ano que vem — uma vaga na Red Bull ou na AlphaTauri ainda estaria disponível. 

“É uma honra seguir os passos desses fantásticos pilotos e mostrar ao mundo que eles estão longe de serem esquecidos”, disse Pérez naquela entrevista, que seguramente repetiria hoje mesmo com a vitória conquistada. 

Leia mais:

+ As notas do GP de Sakhir 2020

++ Nada é capaz de pará-la

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