Não são apenas as 41 vitórias que aproximam Max Verstappen e Ayrton Senna. O LADO A LADO traz alguns números que explicam por que ambos são ícones de suas gerações

Era questão de tempo até Max Verstappen igualar as 41 vitórias de Ayrton Senna na Fórmula 1, feito alcançado no último domingo (18), no Canadá, após o piloto da Red Bull receber a bandeirada em primeiro pela sexta vez na temporada 2023. Um número muito significativo, e não só por colocar o bicampeão em quinto no ranking histórico, tendo agora Alain Prost como alvo seguinte, mas porque é mais uma prova do quanto ambos se assemelham em muitos aspectos.

O GRANDE PREMIUM, então, resolveu fazer um levantamento das carreiras de cada um na elite do automobilismo mundial e mostrar o que os números dizem sobre esses que são dois dos maiores pilotos que já passaram pela categoria. Aqui, no entanto, vale um aviso importante: foram considerados nesta matéria os GPs em que os pilotos participaram até a conquista da 41ª vitória. Senna alinhou 161 vezes no grid para a disputa de uma corrida de Fórmula 1, mas essa estatística também considera as três da temporada de 1994. O LADO A LADO usou todos os dados referentes à carreira do brasileiro até a vitória no GP da Austrália de 1993, a sua última na categoria.

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Max Verstappen alcançou Senna em vitórias. O que os números dizem sobre ambos? (Foto: Red Bull Content Pool)

Outro item diz respeito à pontuação, que era completamente diferente na época em que o tricampeão corria. Nos anos 1980 e 1990, apenas os seis primeiros colocados somavam pontos, e o vencedor recebia dez; hoje, o top-10 pontua, com o vencedor levando 25, e ainda há o ponto da volta mais rápida, que passou a valer de 2019 em diante. O GP* fez a conversão de cada temporada feita por Senna até a 41ª vitória para o sistema atual, o que permite um parâmetro muito mais realista em termos de média.

Critérios explicados, vamos a uma análise detalhada de cada carreira através dos números:

Gênios de épocas diferentes

Senna correu na F1 de 1984 a 1994, sendo este último o ano que ficou marcado pela sua morte, no GP de San Marino, a terceira etapa daquele Mundial. Foram, portanto, dez campeonatos na íntegra numa época em que a Fórmula 1 era muito mais enxuta do que hoje: 16 corridas por temporada.

Verstappen, por sua vez, é fruto de uma F1 cada vez mais orientalizada e também disposta a expandir seu território no lucrativo mercado estadunidense. O resultado disso é que, de 2015, ano de estreia do holandês na F1, até a última temporada completa disputada por ele, no ano passado, temos uma média de 20,3 corridas por Mundial.

Em 1984, o ano de estreia de Senna na principal categoria do automobilismo mundial, o brasileiro alcançou alguns feitos notáveis, como o primeiro ponto conquistado com a pequena Toleman já em seu segundo GP, ao cruzar a linha de chegada em sexto na África do Sul. Ele ainda conquistou outros três pódios e só deixou de correr naquele ano em duas ocasiões: em San Marino, por não conseguir tempo suficiente para alinhar no grid, e na Itália, ao ser impedido de correr pela própria equipe em meio à revelação de que faria parte da Lotus no ano seguinte.

E foi justamente a bordo do lendário carro preto e dourado que, em 1985, Ayrton subiu ao degrau mais alto do pódio pela primeira vez em sua carreira, em Portugal15 GPs depois da estreia. A façanha foi repetida na Bélgica e o ajudou a terminar aquele ano em quarto lugar no campeonato. Foram mais duas temporadas com a equipe fundada por Colin Chapman até chegar à McLaren, onde assinou de vez o seu nome entre os maiores pilotos da história da Fórmula 1.

Max nunca soube o que é correr por outra equipe que não seja a Red Bull: quando não esteve no time principal, competiu pela equipe B dos taurinos, a Toro Rosso (hoje AlphaTauri). E tal como Ayrton, também pontuou com uma equipe modesta em sua segunda corrida, ao terminar o GP da Malásia em sétimo.

Não demorou muito para a base em Milton Keynes trazer a sua estrela em ascensão ainda mais para perto, e já em sua primeira corrida vestindo as cores oficiais da Red Bull, Verstappen venceu o GP da Espanha e mostrou que tinha potencial para ir muito mais além, mas teria de ser paciente até ter um carro, de fato, campeão em suas mãos. O degrau mais alto do pódio, aliás, foi conquistado após 23 corridas disputadas.

O de Senna veio em 1988. A bordo do icônico carro vermelho e branco, Ayrton construiu um império e alcançou algumas marcas impressionantes para a época. Além de ter chegado às 41 vitórias ao volante do McLaren, chegou às 65 pole-positions, ampliando o aproveitamento em impressionantes 41,13% até o final de 1993 — para se ter uma ideia, o líder do ranking, Lewis Hamilton, tem 103 poles, porém um aproveitamento inferior ao do brasileiro. Apenas pilotos das décadas de 1950 e 1960, com temporadas menores, possuem porcentagens mais altas.

Em 1985, Ayrton Senna venceu pela primeira vez na F1 com a Lotus (Foto: Reprodução)

Esse é um quesito, aliás, que Verstappen ainda perde de largo: são 25 no total até o Canadá, o que representa 14,62% das corridas realizadas pelo holandês largando da posição de honra.

Senna ainda foi protagonista daquela que, para muitos, foi a maior rivalidade da história da F1, contra o seu próprio companheiro de equipe, Prost. Mesmo com a ida do francês para a Ferrari em 1990, o confronto perdurou, e talvez seja justamente a presença de Alain na vida de Ayrton que tenha potencializado a sua genialidade. Mas Verstappen também encontrou um rival à altura, ainda que não tenha sido na mesma equipe: Hamilton foi o oponente que o fez ir ao limite — e muitas vezes ultrapassá-lo — para conquistar o primeiro título.

São por essas e tantas outras razões que ambos, Senna e Verstappen, ainda que possuam controvérsias proporcionais ao respectivo talento, são inegavelmente referências em suas gerações.

Ayrton Senna (números até a vitória 41)

GPs disputados: 158 (161 na carreira)
Equipes por onde passou: Toleman, Lotus e McLaren, onde venceu pela última vez (participou de 3 GPs pela Williams até o acidente fatal em Ímola)
Temporadas: 10 completas (de 1984 a 1993, ano da vitória 41) e uma incompleta
Pole-position: 65 (aproveitamento de 41,13%, 40,37% na carreira)
Voltas mais rápidas: 19 (aproveitamento de 12,02%, 11,80% na carreira)
Pódios: 80 (aproveitamento de 50,63%, 49,69% na carreira)
Hat-trick (pole, vitória e volta mais rápida): 7
Grand-chelem: 4
Abandonos: 57 (60 na carreira)
Pontos (no sistema atual): 1.831
GPs realizados anteriormente até a primeira vitória: 15

Max Verstappen (números até a vitória 41)

GPs disputados: 171 (até Canadá 2023)
Equipes por onde passou: Toro Rosso e Red Bull
Temporadas: 8 completas e uma em andamento
Pole-position: 25 (aproveitamento de 14,62%)
Voltas mais rápidas: 24 (aproveitamento de 14,04%)
Pódios: 85 (aproveitamento de 49,71%)
Hat-trick (pole, vitória e volta mais rápida): 6
Grand-chelem: 3
Abandonos: 31
Pontos (no sistema atual): 2.206,5
GPs realizados anteriormente até a primeira vitória: 23

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